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Kaori 1: Perfume de Vampira, Giulia Moon, Giz Editorial

Kaori: Perfume de Vampira
Série Kaori - livro 1
Giulia Moon - Giz Editorial
371 páginas - Lançamento: 2009

Sinopse:
"Século XV: Kaori, uma bela garota com o perfume da sedução, trilha caminhos perigosos entre samurais, senhores feudais, prostitutas e criaturas mágicas do folclore japonês. No seu caminho, surge José Calixto, um artista sensível e apaixonado, capaz de tudo para dar vida a uma obra imortal.
Século XXI: na fervilhante Avenida Paulista, coração de São Paulo, Samuel Jouza tem uma profissão peculiar. Ele observa vampiros para um misterioso instituto de pesquisas. Mas o olheiro percebe que a sua profissão é muito mais perigosa do que imaginava, ao salvar um menino das garras dos sanguessugas.
De um lado, a magia das sagas heróicas de samurais, o mistério das antigas lendas do Japão. Do outro, uma aventura ágil e atual, que tem como cenário o Brasil. Dois universos se entrelaçam e se cruzam neste novo romance de vampiros escrita por Giulia Moon."


Minha resenha:
Sabem quando termina uma sessão no cinema e o filme foi tão empolgante que boa parte do público não resiste à brega tentação de aplaudir, como se estivesse num teatro ou show musical? Eu mordi minha língua ao dizer que nunca faria isso e praticamente fechei Kaori: Perfume de Vampira e tive de controlar o impulso de bater palmas para o livro! Loucura, não é?
A cada nova leitura finalizada, uma reação. Algumas mais intensas que outras... essa foi marcante, nova para mim. Não sei explicar exatamente, mas li as últimas linhas pensando em como fui sortuda em aproveitar esse livro tão bom.

A primeira vez que soube do livro, foi às vésperas do lançamento da continuação: Kaori 2: Coração de Vampira. Pesquisei na internet sobre Kaori, o lançamento do livro 2 e a autora Giulia Moon - postei aqui no blog. O mínimo que alguém pensa ao ler a sinopse é que deve ser um livro fantástico bem exótico. Porém garanto: é isso e muito mais!
Tive o imenso prazer de conhecer a Giulia na última Bienal do livro no Rio, tivemos um papo bem agradável e eu ganhei o livro da própria Giulia. Não imaginaria que agora, eu seria uma fã de carteirinha. Fã da Kaori e fã da Giulia. Faço parte do KaoriLovers! Então, se eu já a tinha achado uma simpatia de pessoa, agora pensar que estive pessoalmente com ela é emocionante! Sem enrolar mais, explicarei o porquê de minha euforia:

A capa é perfeita, não tenho nada a declarar. Linda, elegante e poderosa - como a Kaori. (E eu vi o Kaori 2 e a capa é ainda mais bonita e luxuosa, mantendo o mesmo padrão). Livro mais bonito em mãos que em foto na internet, garanto.
A diagramação e toda a qualidade gráfica são ótimas. Cada capítulo tem uma imagem de dragão oriental ricamente detalhado como uma marca d'água. O livro possui um sumário e a Giz Editorial está de parabéns pelo trabalho!

O livro é gostoso de ser lido, pois a narrativa única da Giulia flui, instiga, convida página a página. Há uma boa mistura no livro.
Temos um pouco de terror e horror, afinal o livro traz vampiros de todos os tipos, além dos famélicos e outros seres fantásticos, incluindo os misteriosos seres do folclore japonês. A aura de realismo é fascinante, mesmo sabendo que aquelas criaturas não existem, Giulia te engana com perfeição, quando você esquece da realidade e abraça o mundo de Kaori.
O livro tem um pouco de paixão, seja carnal, com altos níveis de sedução; ou seja paixão misturada com amor ou devoção. Apesar do amor existir, não pense o leitor que irá encontrar algo semelhante a romances melosos ou entediosos.
Encontramos também doses de melancolia ou tristeza, personagens que sendo vampiros ou não, possuem desejos, anseios e dúvidas em relação à sua existência.
Há violência em partes certas, em cenas de ação muito bem desenvolvidas ou em situações de perigo que deixa o leitor de cabelo em pé! As páginas estão recheadas de ótimas brigas, com direito a muito sangue e armas e golpes de diversos tipos.
E também uma surpresa atrás da outra, seja na introdução de personagens, choques emocionais, lutas movimentadas ou relações cheias de tesão. A história é completamente viciante e empolgante.

Os capítulos se alternam entre o passado e o presente; o Japão e o Brasil. Os capítulos numerados em algarismos romanos representam o passado de Kaori, vivendo no Japão. E os capítulos com os algarismos arábicos referem-se ao presente, Kaori no Brasil, mas especificamente em São Paulo.
Viajamos a uma cultura muito distinta da nossa, ao Japão feudal. Iniciando em 1647, conhecemos a delicada e bela menina Kaori, órfã de mãe, criada pelo pai, um taverneiro muito trabalhador. Giulia nos apresenta também à vilã Missora, cortesã indiscreta e sedutora, que deseja possuir Kaori e transformá-la numa de suas bonecas, e posteriormente numa prostituta refinada e muito lucrativa. O pai de Kaori sempre a protege, recusando as ofertas de Missora, que tenta comprar-lhe a filha.

No outro cenário o ponto de partida é a caótica São Paulo atual, onde vive o solitário Samuel, um olheiro de vampiros experiente que trabalha para o misterioso IBEFF (Instituto Brasileiro de Fenômenos Fantásticos, uau, adorei o nome!). Apesar ser um expert sobre os hábitos dos sugadores de sangue, ao tentar salvar um menino de rua, Samuel se perde em meio a uma confusão composta por vampiros cheios de pedigree, exemplares raros de serem vistos e muito, muito poderosos.
Ambos os cenários na escrita de Giulia ficam incríveis. Ela descreve todos os detalhes de roupas, cabelos, trejeitos, ambientes, objetos, com a máxima veracidade e descontração, tornando sua criação rica e louvável.
Conhecemos um pouco da cultura japonesa e suas expressões, nomes e tradições, algumas seculares. Eu achei tudo isso interessante, pois sou totalmente leiga no assunto, me limitando (vergonhosamente) a conhecer apenas um pouco de comida japonesa, a qual aprecio muito.
Giulia nos apresenta São Paulo, então o leitor conhecendo ou não se sentirá em casa, com lugares urbanos realistas, num troca-troca dinâmico, que passa por locais distintos. Você passará por hotéis, parques, ruas movimentadas, becos, shopping, estacionamento, cafeterias, boate... as descrições também de veículos, músicas, comidas enriquecem mais ainda.

Apesar de todo esse talento da Giulia em ambientar a narrativa, seu brilhantismo está na composição das personagens. Como eu já expliquei existem diversos seres fantásticos e os vampiros são os principais. Inclusive a Kaori. O melhor que notei, além das peculiaridades de cada um, é que existem diversas motivações, sentimentos, objetivos. Personalidades únicas. Todos existem por um motivo na história, até os mais secundários. Ninguém é desperdiçado na trama.
Particularmente, gostei dos pouco notáveis famélicos, bem diferentes! Adorei os tengus, tão mortais e obedientes. Eu poderia até falar mais deles, mas não quero estragar com spoilers.
Temos a bióloga Beatriz, que estuda os limpadores e também trabalha no IBEFF, mas sem experiência com vampiros. Uma moça bem esperta e um pouco sem jeito com o mundo obscuro de espionagem e violência. Seu caminho se cruza ao de Samuel e Kaori. Beatriz é ecologicamente correta, sorridente e criativa em nomear os exmplares que observa (Nega e Vovô são os melhores).
Sidnei, o misterioso chefe de Samuel e Beatriz, parece saber muito mais do que demonstra e às vezes chega a assustar, parecendo-se mais com um ser fantástico do que um humano que os observa e estuda.
Outros rápidos exemplos de personagens interessantes: Mimi, o vampiro efeminado e gay; Karl, o vampiro violento e sanguinário, difícil de encarar; Takezo, o vampiro elegante e rico que tem grande elo com a Kaori; Jorge, o vampiro mordomo, cheio de nojo dos humanos; Felipe, o vampiro sedutor e aparentemente fútil, dono da mais descolada boate que é ponto de encontro de vampiros de alto nível; o monge cego e sábio Ishin; Calixto, o pintor talentoso e apaixonado pela vida e arte com atraentes olhos verdes; Yuki e Fuyu, as inseparáveis vampiras sádicas, loucas e belas.
Kodo, é meu personagem preferido, depois da Kaori, claro . Um samurai corajoso e cheio de honra, que não gosta de covardia e injustiça. Ele também é teimoso e insistente. Um guerreiro forte, ágil e bom combatente. Gostei muito da amizade dele com Calixto.
Missora, como eu disse, é uma das vilãs. Apesar de notarmos imperfeições em todas as personagens, falhas de caráter ou defeitos variados, alguns são vilões mais pesados. O que torna cada um real na história, é justamente isso, o fato de ninguém ser bonzinho por completo ou perfeito como ser humano (ou vampiro). Ah, mas a Missora é horrível! Que raiva tive dessa mulher! Ela é devassa, manipuladora, sádica, vil, mentirosa! Ela calcula friamente cada passo que dá. Arma emboscadas, provoca muita dor, manipula vidas, transforma crianças inocentes em seres maldosos. Essa vampira chega a parecer que em certos momentos é insana e exagerada, e em outros uma inteligente estrategista... só lendo para compreender essas diferentes facetas diabólicas que Missora pode apresentar.

Mas a estrela brilha em Kaori... se Missora possui diversos rostos, Kaori tem muito mais. Um equilíbrio total de menina e mulher, que fascina todos os homens e desperta curiosidade nas mulheres. Um rosto belo que pode ser inocente ou então sedutor. Um andar que ao mesmo tempo que é sensual, é também brutalmente mortal. Uma mulher misteriosa, difícil de compreender por completo. Uma vampira muitíssimo poderosa e cheia de experiência. É decidida e independente, perigosa e elegante.
Kaori é única, e também muitas. Depende da situação e seu objetivo a cumprir. Kaori é fascinante e corajosa. Mas tem seus pontos fracos... possui dúvidas, remorsos e lembranças. Muitas delas, já que viveu séculos! Se uma vida basta para nos encher de dor e descobertas, imagine ter vivido várias delas? Conhecer Kaori aos pouquinhos é apaixonante. Não pense que ela será aquele tipo de personagem que em poucas páginas já está delineado para o leitor. Pelo contrário: a cada avanço na leitura, uma nova parte da vida de Kaori nos é mostrada, um diferente pensamento ou traço de personalidade surge. Acompanhamos o total madurecimento dela.
Ah! Uma personagem que eu gostei foi  o/a nekomata Mishi! Fantástico!

Alguns trechos e cenas me marcaram, porém evito escrever essas coisas em resenhas para não atrapalhar a surpresa de quem não leu ainda. Exemplos: como foi feita a tatuagem da Kaori, o resultado final do quadro de Calixto, as encrencas em que Samuel se mete, a maior maldade que Missora faz à Kaori, os momentos finais...
Se tudo isso não bastasse para prender o leitor durante o livro, existe ainda o que (na minha opinião) é o ponto forte da história: a teia tecida e desenhada por Giulia. Desde o começo da história, Giulia planejou tudo de forma inteligente. Ao se aproximar do clímax, todos os fatos e mistérios começam a se unir, se interligar, numa maravilhosa teia de acontecimentos, motivações e arrebatamentos. Passado e presente se encontram e todo o quebra-cabeça se encaixa, sem faltar uma única peça! Grandes descobertas, inclusive de coisas que eu nem desconfiava. Tudo faz sentido e o leitor se sentirá envolvido cada vez mais nessa história completíssima. Por que Kaori vive agora no Brasil e não no Japão? Quem está no comando do IBEFF? E muito mais! Impressionante.

Ao terminar, não parava de pensar em como deve ser o Kaori 2: Coração de Vampira, até porque Kaori termina num cenário mais quente e sensual!
Além de terminar essa resenha recomendando o livro, gostaria de deixar uma ilustração maravilhosa que a própria Giulia fez da Kaori, para deixar quem não leu morrendo de vontade de conhecer a Kaori:

Força e delicadeza - Kaori por Giulia Moon

Booktrailer:



Sobre Kaori 2:


Kaori 2: Coração de Vampira
Série Kaori - livro 2
Giz Editorial - Giz Editorial
432 páginas - Lançamento: 2011

Sinopse:
"Praia de Copacabana, Rio. Uma bela garota oriental passeia pelo calçadão. Seus olhos oblíquos seguem alguém: Yoshi, um garoto de programa meio-brasileiro e meio-japonês, com um raro talento para sedução. Ferida por um amor trágico do passado, Kaori enfrenta um dilema: dar vazão ao seu desejo pelo mestiço ou manter-se protegida, salvaguardando o seu coração?
Enquanto isso, o mundo sofre a ameaça de uma praga virulenta. Mortos-vivos, ogros, demônios e criaturas fabulosas começam a enlouquecer. Em São Paulo, os especialistas do IBEFF entram em ação para controlar o surto. E Kaori será envolvida, a contragosto, em mais um perigoso confronto com a sua arqui-inimiga, Missora, uma cruel cortesã do Japão feudal.
Entre as paisagens tropicais cariocas e uma São Paulo caótica e agitada, a nova aventura de Kaori, a vampira, vai fazer os corações baterem acelerados."


Links da Giulia Moon:
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Kaori na web:
Kaori's Lovers no facebook | Kaori 1 no Skoob | Kaori 2 no Skoob | Kaori no Orkut


Como comprar!
Você encontra Kaori 1 e 2 nas melhores livrarias, ou se preferir, pode comprar online:


Kaori 1: Perfume de Vampira:
Giz Editorial | Livraria Cultura
Também em versão e-book:
Giz Editorial

Kaori 2: Coração de Vampira:
Giz Editorial | Livraria Cultura

E-mail da Giulia Moon: giuliamoon1@yahoo.com.br


Eu e a Giulia com o Kaori 2: Perfume de Vampira, na minha wishlist!

8 comentários

  1. APAIXONADO por KAORI! Sou um KaoriLover!

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  2. Que legal! Uma visita e um comentário de um KaoriLover! :-) Obrigada, Thiago.

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  3. Eu tbm sou apaixonada por Kaori... Mas tem uma coisa da qual discordo e que vi em sua resenha... Mas falando de Kaori um, quando ela trabalha na Okya eu não as vejo como prostitutas, e sim gueishas...

    Só uma opinião diferente... xD

    bjo

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  4. Oi Cacazetiii seja bem-vinda!!

    Eu tive várias dúvidas sobre gueixa e prostitutas (Oiran) durante a leitura sabe? Pesquisei na internet (não muito) e dizem que gueixa nunca faz sexo com o cliente, e essa seria a diferença. Mas concluí que no Kaori, elas eram gueixas também, já que aprenderam as artes do canto, dança, sedução... minha conclusão pessoal é que eram as duas coisas ahaha

    Eu encontrei esse texto interessante na Wikipedia (ok, nada muito profundo ou seguro, mas gostei):

    "Gueixa X Prostituição
    A gueixa às vezes é confundida com as tradicionais cortesãs de alta-classe chamadas de Oiran. Como as gueixa, as oiran usam penteados complicados e maquilagem branca. Um modo simples de distinguir-se entre os dois consiste em que oiran, como prostitutas, atam o seu obi na frente, enquanto a gueixa o faz nas costas na maneira habitual. Durante o período Edo, a prostituição foi legal e as prostitutas como a oiran foram autorizadas pelo governo. Por outro lado, a gueixa foi estritamente proibida de manter uma licença de prostituição, e oficialmente proibida de fazer sexo com seus clientes. O acordo de autorização levou ao termo derrogativo 'registro duplo', referindo-se à gueixa promíscua.
    Durante a ocupação do Japão, muitas prostitutas japonesas venderam-se como gueixa a soldados americanos. Essas prostitutas ficaram conhecidas como garotas geesha, devido a uma má pronúncia da palavra gueixa, levaram a imagem de gueixa como prostitutas aos Estados Unidos.
    A gueixa que trabalha também em cidades onsen como Atami é chamada como onsen gueixa. Onsen gueixa tem dado uma má reputação devido à prevalência de prostitutas em tais cidades que a divulgam como ‘geisha’, assim como rumores sórdidos de rotinas dançantes como 'Rio Superficial' (que implica as 'bailarinas' levantarem as saias do seu quimono mais alto e mais alto). Em contraste com essas 'gueixas de uma noite', a onsen gueixa é uma verdadeira dançarina e musicista."

    Mais coisas sobre gueixas:
    http://pt.wikipedia.org/wiki/Gueixa

    Obrigada pela visita e comentário!

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  5. Não li Kaori, mas tenho muita vontade. A Giulia é realmente uma querida, uma flor!

    Sua resenha exaltou as qualidades do livro, sem exagero, pelo jeito, mostrou quanto a história é boa de fato. Fiquei com mais vontade de ler ;-)

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  6. Celly, Kaori é muito bom, estou recomendando para todo mundo! beijos, obrigada pelo comentário.

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  7. Eu to adorando de ler Kaori 2 e certamente é o melhor livro que já li!!! Me apaixonei pelos personagens e pela trama da história!!!
    Giulia é muito show!!!! Fiquei feliz ao falar com ela na bienal *-----*

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  8. Renata, legal saber, espero em breve ler também Kaori 2!!!

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