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Tribunal belga diz que Tintim não infringiu lei de racismo


Um tribunal belga rejeitou um pedido de proibição de um livro da era colonial sobre as aventuras no Congo do personagem de história em quadrinhos Tintim por infringir leis de racismo, mostraram documentos judiciais.

O tribunal de Bruxelas disse em primeira instância que não acreditava que a edição de 1946 de Tintim no Congo tinha a intenção de incitar ao ódio racial, um critério que é levado em conta ao decidir se algo infringiu as leis de racismo belgas. A decisão foi emitida na noite de sexta-feira (10/02/2012).


As Aventuras de Tintim, uma série de HQ criada pelo artista belga Georges Remi, que escrevia sob o pseudônimo de Hergé, obteve popularidade mundial renovada no ano passado depois que o diretor Steven Spielberg fez um filme animado sobre o menino jornalista intrépido e seu caõzinho branco Milu.

Tintim no Congo foi o segundo livro produzido por Hergé, e a trama mostrava as escapadas de Tintim na ex-colônia belga, incluindo encontros com traficantes de diamantes, caçadores e animais selvagens.

Em 2007, o ativista congolês Bienvenu Mbutu Mondondo iniciou procedimentos legais para obter a proibição do livro, argumentando que ele retratava os africanos de forma racista.

Mas o tribunal belga disse que o livro de 1946 foi criado em uma época em que ideias coloniais prevaleciam. Não há provas de que Hergé, que morreu em 1983, tenha tido a intenção de incitar ao racismo, disse.

"Está claro que nem a história, nem o fato de que foi posta à venda, tem o objetivo de... criar um ambiente humilhante, degradante, hostil ou intimidador", disse o tribunal em seu julgamento.

Mas o advogado de Mbutu Mondondo disse que apelaria.
"O sr. Mbutu levará esse caso adiante o máximo que conseguir", disse o advogado Ahmed L'Hedim à Reuters.

Fonte: Folha - Ben Deighton - 13/02/2012


Sobre o livro


Tintim no Congo
Hergé - Companhia das Letras
62 páginas - Ano: 2009 (desta edição encontrada no Skoob; original de 1946)

Sinopse:
"Tintim e Milu vão ao antigo Congo Belga, na África, fazer uma série de reportagens e documentários. A viagem começa com maus presságios, e logo ao cruzar o oceano nossos heróis enfrentarão os primeiros perigos. Famosos no continente, Tintim e Milu vão se ver às voltas nãosó com as feras - leões, elefantes, rinocerontes, leopardos, cobras gigantes -, mas com um perigoso bandido que tentará se livrar deles de todas as maneiras."


+ aventuras de Tintim.

2 comentários

  1. Nossa, que absurdo isso. Eu também sou da opinião que o autor jamais faria um livro com intenções preconceituosas. Aff...ainda mais num exemplar tão antigo onde tal racismo era sequer questionado, quanto mais usado de forma a ofender quem quer que seja.
    Esse povo não tem mais o que fazer e fica procurando pelo em ovo, viu!

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    Respostas
    1. Lindsay, como não li o livro, não sei se houve racismo. Acredito que o autor tenha apenas mostrado um lado negativo do Congo na época, e eu não vejo problema nisso, todo país em qualquer época tem seu lado negativo e positivo e existe a liberdade de expressão de um autor escrever sobre um ou outro...
      Esse caso me lembrou Os Simpsons. O desenho deles sempre faz sátiras e críticas à sociedade em geral, de forma engraçada, e às vezes determinadas pessoas se sentem ofendidas e não compreendem o objetivo. Beijos.

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