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Lançamentos da segunda semana de dezembro da Companhia das Letras

Lançamentos do dia 07 de dezembro da Companhia das Letras:




Bocejo, de Ilan Brenman e Renato Moriconi
Um bocejo pode contagiar o outro e o outro e o outro… E quem sabe o mundo inteiro? Foi a partir dessa ideia que Ilan Brenman e Renato Moriconi desenvolveram a brincadeira deste livro-imagem, composto por lindas pinturas a óleo que mostram diversos personagens, míticos ou históricos, em seu momento mais sonolento.
E como a proposta era fazer o mundo inteiro bocejar, nada mais justo que chamar o leitor para o jogo: com o papel espelhado ao final do livro, o contágio termina não nos momentos históricos ou míticos retratados ao longo da história, mas sim no leitor em seu mundo e em seu tempo. A última página é o retrato de um eterno presente preguiçoso.

Diversidade da vida, de Edward O. Wilson (Trad. Carlos Afonso Malferrari)
Edward O. Wilson é considerado o papa da biodiversidade. Neste livro, o autor ilumina a grave degradação ambiental em curso: populações em risco, ameaças à evolução, drástica redução de flora e fauna. O autor analisa cataclismos dos últimos seiscentos milhões de anos: desastres naturais provocados por meteoritos e mudanças climáticas que levaram a longos processos de reconstituição ecológica. Wilson alerta que o impulso acelerado de destruição da Terra, hoje causado pelo homem, pode ser irreversível. As saídas que o autor propõe são complexas, à altura do problema, mas factíveis, e conciliam produtividade e proteção ambiental. Desafiadores, permitem que a consciência ecológica e as práticas sociais alcancem novo patamar, nas atitudes individuais, na vida cotidiana e nas políticas de preseervação.

Dom Quixote, de Miguel de Cervantes (Trad. de Ernani Ssó)
Dom Quixote de La Mancha não tem outros inimigos além dos que povoam sua mente enlouquecida. Seu cavalo não é um alazão imponente, seu escudeiro é um simples camponês da vizinhança e ele próprio foi ordenado cavaleiro por um estalajadeiro. Para completar, o narrador da história afirma se tratar de um relato de segunda mão, escrito pelo historiador árabe Cide Hamete Benengeli, e que seu trabalho se resume a compilar informações. Não é preciso avançar muito na leitura para perceber que Dom Quixote é bem diferente das novelas de cavalaria tradicionais – um gênero muito cultuado na Espanha do início do século XVII, apesar de tratar de uma instituição que já não existia havia muito tempo. A história do fidalgo que perde o juízo e parte pelo país para lutar em nome da justiça contém elementos que iriam dar início à tradição do romance moderno – como o humor, as digressões e reflexões de toda ordem, a oralidade nas falas, a metalinguagem – e marcariam o fim da Idade Média na literatura.
Mas não foram apenas as inovações formais que garantiram a presença de Dom Quixote entre os grandes clássicos da literatura ocidental. Para milhões de pessoas que tiveram contato com a obra em suas mais diversas formas – adaptações para o público infantil e juvenil, histórias em quadrinhos, desenhos animados, peças de teatro, filmes e musicais -, o Cavaleiro da Triste Figura representa a capacidade de transformação do ser humano em busca de seus ideais, por mais obstinada, infrutífera e patética que essa luta possa parecer.

Primeiras leituras, de Paulo Mendes Campos
Dono de um texto arejado, delicioso e sempre instrutivo, o mineiro Paulo Mendes Campos (1922-1991) foi um gênio da crônica, gênero tão brasileiro de escrita. Falando sobre Ipanema – onde viveu grande parte de sua vida depois de ter se mudado para o Rio de Janeiro -, comentando os eventos cotidianos, cantando o amor de modo ensolarado ou fustigando (com graça e humor) os usos e costumes do seu tempo, Paulo Mendes Campos é um desses autores que ensinam a pensar e a escrever melhor. Esta seleção de crônicas, produzida a partir de diversos títulos do autor, muitos deles esgotados nas livrarias, é a melhor porta de entrada para aqueles que apreciam um texto leve e saboroso. E – claro! – para quem gostaria de entrar em contato com o universo de um dos nossos mais cativantes escritores.

Às armas, cidadãos, de José Murilo de Carvalho, Lúcia Bastos e Marcello Basile
Distribuídos de mão em mão, afixados nos postes ou lidos em voz alta para um público eletrizado e buliçoso, os panfletos manuscritos que circularam nas ruas do Brasil e de Portugal às vésperas da Independência são documentos de valor inestimável para a historiografia do período. Esta compilação dos “papelinhos” (como então eram conhecidos) políticos sobreviventes, produzidos tanto por brasileiros autonomistas como por partidários da monarquia portuguesa, reconstitui os principais acontecimentos que resultaram no Sete de Setembro de 1822: a repercussão da Revolução Liberal do Porto, o regresso do rei d. João VI a Lisboa, as agitações militares em diversas províncias do Brasil e, finalmente, a deflagração do movimento independentista centrado no príncipe d. Pedro. Com organização, introdução e amplo aparato crítico de José Murilo de Carvalho, Lúcia Bastos e Marcello Basile, este volume constitui uma valiosa referência para a compreensão de fatos e personagens decisivos do nascimento político do Brasil.

Os desejos de Nina, de Gilles Eduar
Todos aqueles que já acompanharam as crianças em um passeio irão se divertir com este livro. É sempre um tal de “quero este” pra cá, “quero aquele” pra lá, que até os mais pacientes podem chegar a ficar um pouquinho irritados.
Aproveitando esta vontade incontrolável dos pequenos, Gilles Eduar inventou este livro-jogo, em que as crianças percorrerão a cidade junto com o cavalo Heitor e a gatinha Nina e ajudarão o pobre Heitor a encontrar todos os pedidos da gata exigente – ela não se contenta com qualquer mimo e não faz nem ideia de que o coração de Heitor bate mais forte quando ela está por perto…


Um comentário

  1. Gostei da proposta cômica de "Bocejo", fiquei curioso também para conferir as pinturas. Ainda não li "Dom Quixote", um amigo tinha uma edição em capa dura, mas aí emprestou para uma pessoa que sumiu com ela. A metáfora contida nesse clássico deve ser daquelas que você lê e a sua mente dá "piruetas" de alegria por tamanho exercício mental, afinal, encontrar algo que nos deixe fascinados é uma das melhores coisas da vida. Tá aí...em 2013 tenho que comprar "Dom Quixote" :)

    Beijos!

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