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Um Certo Verão, David Baldacci e Editora Arqueiro

Um Certo Verão (One Summer)
Como começar de novo quando o amor de sua vida se foi?
David Baldacci - Editora Arqueiro
Tradução: Fernanda Abreu
272 páginas - Ano: 2013 - R$29,90

Sinopse:
"Da lista de mais vendidos do The New York Times:
O Natal se aproxima, mas não há alegria na casa de Jack. Diagnosticado com uma doença incurável, ele se prepara para o momento de dizer adeus à esposa, Lizzie, e a seus três filhos.
Mas algo impensável acontece: Lizzie morre num trágico acidente de carro. Sem ela, Jack é mandado para um asilo e as crianças são separadas e vão morar com familiares, em cidades diferentes.
Quando tudo parece perdido, no entanto, Jack começa a melhorar. Numa recuperação milagrosa, ele vence a doença e deixa o asilo determinado a reunir a família.
Lutando para reconstruir suas vidas, Jack decide passar as férias com os filhos à beira-mar, na casa onde a esposa cresceu. Nem todos acreditam que sua doença tenha sido superada ou que ele seja capaz de tomar conta das crianças. Agora, num verão memorável, ele talvez tenha a última chance de provar seu amor pelos filhos."

Links: Arqueiro | Skoob | degustação

Resenha:

Uma capa que me agradou desde o princípio: Uma cena de uma praia com um farol e personagens de costas. Uma mulher observa um homem à beira mar. A capa é fosca e o nome do autor está em destaque em dourado sem comprometer a imagem.
A melhor parte é que a capa abrange boa parte do conteúdo do livro: A praia, o farol, o homem, a mulher, a reflexão. Sempre me agradam capas que realmente combinam com o enredo do livro! Após a leitura passa a ser uma capa com conteúdo, não apenas bonita. Algumas costumam possuir beleza, porém não tanta ligação com o interior (às vezes nenhuma). Nesse caso, tudo combina.

Este é o primeiro livro que leio de David Baldacci e gostei muito. Sei que não é o gênero que ele segue, então acho que foi um acerto, embora arriscado. Não sei se seus fãs aprovam o livro, mas com certeza leitores que curtem histórias com dramas familiares, românticos ou pessoais são o público alvo.
O que mais me atraiu é que não existe super exploração dramática, mesmo o estilo e a história seguindo um "padrão Nicholas Sparks" e possuindo vários clichês.
Não existe o excesso de melancolia e também o autor não se direciona para a frieza. Ou seja: O drama possui o equilíbrio correto para agradar a maior parte dos leitores.
Todos os itens do drama estão presentes no desenvolvimento da história: A dor da perda, a busca por si próprio, a culpa, os desentendimentos, o medo, a tristeza... Sem apelar para o sofrimento, mesmo quando a dor parece se tornar loucura.
Acompanhamos os problemas da família de Jack, sofremos com eles, mas na medida certa.

A narrativa é rápida, com capítulos curtos e finalizados quase sempre com um acontecimento que estimula o leitor a prosseguir. É o tipo de livro difícil de ser pausado. A leitura é simples, dinâmica e convidativa.
São no total sessenta e oito capítulos e um epílogo em 272 páginas. A narrativa passa longe da monotonia e é feita em terceira pessoa, quase sempre sob o ponto de vista do protagonista Jack.

Embora o tema central e os principais fatores do enredo sejam dramáticos, o livro possui espaço para o suspense e a ação de forma mais moderada. Esses detalhes fazem do livro atraente, porque o destaque não é um romance meloso ou um sofrimento interminável.
Há tristeza sim. Em diversas formas. Acho que a sinopse do livro não deveria entregar o falecimento abrupto de Lizzie, esposa de Jack. Seria possível escrevê-la sem citar esse detalhe, e ao mesmo tempo deixando claro que houve uma perda inesperada da família e a recuperação de Jack.

Jack possui uma doença terminal, rara e 100% mortal. Está aguardando a morte e se prepara contando cada dia - cada vitória. No livro não é citada a doença de Jack. Achei isso interessante, pois a concentração está no simples fato dele ter se curado repentinamente. Para os médicos é choque e mistério. Para Jack, um milagre.
No entanto, o que deveria ser a total felicidade da família, incluindo para os três filhos do casal, não é total. Antes de Jack se recuperar, Lizzie morre. Mikki é a adolescente, Cory o filho do meio e Jackie pouco mais que um bebê. Os três já estavam sofrendo há muito tempo vendo o pai definhando e morrendo. O que não esperavam era a morte da mãe, forte e saudável.

O drama inicial tem seu ápice quando as crianças são separadas e o pai abandonado em um asilo para morrer. É lá que ele se cura e com a ajuda de um amigo antigo sai em busca dos filhos.
O problema central vai além do luto pela esposa, Jack precisa recuperar a guarda das crianças. Ele necessita convencer a todos, a Justiça, os sogros, os médicos - e a si mesmo - de que está realmente curado e é capaz de cuidar corretamente dos filhos e suprir todas as necessidades deles, sejam financeiras ou psicológicas.
As crianças estão traumatizadas, principalmente Mikki, que se torna mais rebelde e nunca foi próxima verdadeiramente do pai. Cory sofre em silêncio, o que parece menos dramático, mas talvez seja o pior caso. Já Jackie mal compreende o que se passa ao redor.
Jack esteve no Exército dos Estados Unidos, em duas guerras diferentes (Afeganistão e Iraque) e recebeu três medalhas por bravura. Trabalha reformando e consertando imóveis e instalações em geral, mas não sabe como é criar os filhos, já que esteve tanto tempo afastado da família. E mesmo dispensado dos serviços militares, vivia trabalhando.
O mais comovente é que Jack não aceita que a esposa se foi e ele ficou, não deveria ser o contrário? A família toda não se preparou para isso? Para a morte de Jack, não de Lizzie?

Antes da reviravolta na vida da família, Lizzie estava esperançosa (ou sonhadora) de que Jack ficaria bem e todos iriam viajar e passar o verão no Palácio e no Farol onde ela cresceu. Lizzie confessa um passado remoto e obscuro à Jack e conta a vontade de levar os filhos para lá.
E é o último desejo da falecida esposa que Jack tenta cumprir: Passar um verão com os três filhos na histórica e antiga propriedade em que Lizzie cresceu.
Jack não esperava que fosse tão difícil, tão complicado... Não contava com tantos empecilhos em seus planos. Muito menos imaginaria que ser pai fosse tão difícil, principalmente sozinho.
E nem sonharia que ao se aproximar do local e do Farol sentiria a esposa tão próxima. O lugar parece emanar magia e mistério, guardar o espírito da esposa. Ele se concentra mais na busca em aplacar a sua dor que cuidar dos filhos.
Quem realmente cuida de quem? As crianças cuidam do pai. Ele demora a perceber que as crianças o estão tentando salvar. Não deveria ser o contrário?

Uma história que mostra dramas familiares de um modo natural e prático. A adolescente rebelde que comete erros após erros por estar frágil e perdida. Ela tenta parecer durona e inabalável, mas sofre muito. É forte para cuidar dos irmãos e do pai, porém não evita demonstrar sua frustração e dor que ter perdido a mãe traz. Como será que ela e o pai que quase morreu se darão bem?
E os meninos mais novos, como lidarão com as mudanças bruscas na vida? Será que este verão poderá trazer paz, conforto e aceitação à família? Conseguirão recuperar o sentimento de ser uma família sem Lizzie?
Um verão que modificará para sempre cada um deles. Histórias paralelas ocorrem enquanto estão na nova cidade e interagem com os moradores do local. Existem ainda os pais de Lizzie e muitos outros detalhes que incrementam a trama.

Um livro agradável que aborda temas delicados e sensíveis com clareza. O desenvolvimento de cada drama abordado é feito de forma linear, o tema central chega a um excelente clímax e possui um desfecho que embora não seja surpreendente, faz o livro valer muito a pena e emociona. A evolução de cada personagem é bem explorada.

Destaque para o epílogo que realmente cumpre o seu papel dando um pequeno salto temporal e mostrando como a vida da família ficou após o caos.

O autor:
David Baldacci nasceu na Virgínia, em 1960. Antes de se dedicar à carreira de escritor, atuou como advogado em Washington.
Com mais de 110 milhões de livros vendidos no mundo, Baldacci emplacou 16 títulos consecutivos na lista de mais vendidos do The New York Times. Já foi publicado em mais de 80 países e traduzido para 45 idiomas.
Junto com sua esposa, criou a Wish You Well Foundation, uma organização sem fins lucrativos dedicada a apoiar projetos educacionais e literários nos Estados Unidos.

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6 comentários

  1. A capa desse livro me ganhou faz tempo, mesmo antes de ler. Mas confesso que meu coração não aguenta tramas desse nível, ultimamente. ahauhauhau
    Tô correndo deles!

    Resenha muito bem escrita, viu?!

    bjus
    terradecarol.blogspot.com

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    Respostas
    1. Ah, Carol essa trama dá para aguentar sim, se bem que quase chorei no final :)
      Obrigada!!
      Beijos.

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  2. Parece um livro lindo!
    Quero pedir ele para Arqueiro mês que vem, sempre soube que a história é bom.. Sinto essas coisas.

    Resenha magnifica ♥ Parabéns Tati..
    Sucesso, sempre.

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    Respostas
    1. Eu gostei muito, Helana, porque possui o drama sem exageros.
      Recomendo que o peça sim. Não é inovador, mas me agradou demais.
      Obrigada, sucesso para nós, sempre.
      Beijos.

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  3. Tenho me identificado com esse tipo de livro, pois possui uma estória tocante e cheia de sentimentos. Fiquei muito interessada em conhecer Um Certo Verão, que me conquistou pela capa e sinopse, agora lendo a resenha estou mais interessada em adquiri-lo! Espero gostar quando ler :D

    Bela resenha Tatinda ;D

    Bjs

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    Respostas
    1. Oi, Sammysam, eu gostei do enredo, seu desenvolvimento foi bem efetuado e o drama equilibrado.
      A capa é muito bonita e tem tudo a ver com a história.
      Beijos, também espero que goste.
      E obrigada por elogiar a resenha (e lê-la).

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