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[Resenha] A Casa das Orquídeas, Lucinda Riley e Arqueiro

A Casa das Orquídeas (Hothouse Flower/The Orchid House)
Lucinda Riley - Arqueiro
Tradução: Fernanda Abreu
528 páginas - R$ 49,90 (impresso) e R$ 29,99 (ebook)
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Sinopse:
"Nova edição de um dos maiores sucessos de Lucinda Riley.
Quando criança, Julia viveu na grandiosa propriedade de Wharton Park, na Inglaterra, ao lado de seus avós. Lá, a tímida menina cresceu entre o perfume das orquídeas e a paixão pelo piano.
Décadas mais tarde, agora uma pianista famosa, Julia é obrigada a retornar ao local de infância na pacata Norfolk após uma tragédia familiar. Abalada e frágil, ela terá que reconstruir sua vida.
Durante sua recuperação, ela conhece Kit Crawford, herdeiro de Wharton Park, que também carrega marcas do passado. Ele lhe entrega um velho diário que trará à tona um grande mistério, antes guardado a sete chaves pela avó dela.
Ao mergulhar em suas páginas, Julia descobre a história de amor que provocou a ruína da propriedade: separados pela Segunda Guerra Mundial, Olivia e Harry Crawford acabaram influenciando o destino e a felicidade das gerações futuras.
Repleto de suspense, A casa das orquídeas viaja da conturbada Europa dos anos 1940 às paisagens multicoloridas da Tailândia, tecendo uma trama complexa e inesquecível."

Resenha:
Recentemente li O Jardim Esquecido da australiana Kate Morton (resenha aqui), uma saga familiar que viaja por mais de um século de segredos, drama e suspense. Com premissa de mesmo estilo, já estava na fila de leitura a nova edição de A Casa das Orquídeas da irlandesa Lucinda Riley, também publicado pela Editora Arqueiro. Os livros da autora foram traduzidas para mais de 30 idiomas e venderam mais de 15 milhões de exemplares pelo mundo, sendo best-seller na Inglaterra, Estados Unidos, Itália, Noruega, Alemanha e Brasil. Como estava neste clima de leitura com cenários deslumbrantes e segredos familiares, com mistério e muitas emoções, corri para uma escolha certa, pois vejo inúmeros elogios para Lucinda Riley, da crítica, blogueiros e amigos. Dela, a Arqueiro também publicou A Garota Italiana, A Árvore dos Anjos, O Segredo de Helena e, em andamento, a série As Sete Irmãs, que conta com o primeiro volume homônimo e ainda A Irmã da Tempestade, A Irmã da Sombra, A Irmã da Pérola e A Irmã da Lua. Você encontra pela Editora Novo Conceito A Luz através da Janela, A Rosa da Meia-Noite e A Garota do Penhasco, publicações mais antigas.
A Casa das Orquídeas cumpre o que promete, e além de drama e suspense dentro de uma saga familiar histórica que envolve várias pessoas interligadas pela propriedade Wharton Park, tem também um lado romântico.


Segue a tendência de romances onde a protagonista nos dias atuais, ao enfrentar seus próprios problemas, se depara com um intrigante mistério de seu passado familiar e, após resolvê-lo e desenterrar segredos de sua ascendência e parentes, finalmente se reencontrará e recomeçará nova etapa de vida para finalmente poder ser feliz. As narrativas se revezam em primeira e terceira pessoas.
O destaque para mim não foi a trama em si e sim as descrições da autora, pois ela escreve maravilhosamente bem. Ela influencia os sentidos, provoca com várias paletas de cores, aromas e muitos detalhes envolventes contendo cenários, objetos, figurinos e muita beleza, indo dos melancólicos tons de cinza para uma explosão de vida em cores fortes e intensas, passando por paletas em sépia ou tons pastel. As páginas vão do passado para o presente e vice-versa, em uma viagem pelo tempo, locais e costumes históricos e sociais. Ela constrói uma ficção histórica e mistura à época contemporânea, mostrando como decisões poderosas podem moldar e influenciar direta e indiretamente gerações posteriores. Mostra como A Casa das Orquídeas foi o ponto de partida para encontros e momentos que marcariam muitas pessoas, um reflexo direto aos sentimentos e acontecimentos. E embora fosse fabulosa no auge de seu esplendor, nem tudo são flores na trama. A propriedade, que fica na Inglaterra, atualmente se encontra semi-abandonada e repleta de dívidas e os jardins e estufas, deteriorados, pois o herdeiro, Kit Crawford, não tem condições de mantê-los no momento.


Julia é uma pianista de sucesso internacional e mora na França, mas após uma tragédia que abalou sua vida, retorna para a Inglaterra, sua terra natal, à convite de sua irmã Alicia. Ainda saindo de um período de depressão, Julia vai com Alicia até um leilão na propriedade Warthon Park, onde residiam  de seus avós, Bill e Elsie, empregados da família Crawford. Elsie foi empregada doméstica/criada da mansão enquanto Bill era o jardineiro, responsável pelo cultivo de variadas plantas, incluindo espécies de orquídeas. Entre arrumações e reformas na propriedade, Kit encontra um diário que parece ter sido escrito pelo avô de Julia e Alicia, portanto o entrega a Julia, com quem brincou quando eram crianças. Após a descoberta, Julia decide reencontrar a avó, com quem perdeu contato há anos, e a conversar sobre o conteúdo do diário. Sua avó tem uma longa história para contar... Kit e Julia se unem para desvendar segredos que envolvem as famílias de ambos.
A autora nos leva ao passado, ás vésperas da Segunda Guerra Mundial, quando Bill e Elsie se conheceram em Warthon Park e começaram um relacionamento amoroso, enquanto trabalhavam para os proprietários. O filho dos patrões, o belo, jovem e carismático Harry conhece Olivia, de família aristocrata inglesa porém nascida na Índia, que se mudou recentemente para a Inglaterra e está estranhando a diferença não apenas sociais, mas climáticas. É nas estufas dos Crawford que ela se sente próxima de sua terra repleta de plantas e árvores que não existem na Inglaterra, mas também onde se apronta para iniciar uma nova etapa. Ela se prepara para frequentar a alta sociedade em Londres, onde será amadrinhada pela avó.
Então a Segunda Guerra começa e modifica para sempre as vidas de todos.
A autora, em diferentes escalas, viaja pela Inglaterra e Tailândia e mostra um pouco da França e, ainda, vislumbra a Índia, mostrando lugares e costumes diferentes, e tecendo várias histórias que se interligam. Achei o passado mais instigante que o presente, acredito que quase sempre seja assim, e a parte da história na Tailândia é a minha favorita. É uma história de amor e o segredo da existência de Julia. Mas o presente, com Julia e Kit, também foi encantador. Eu sentia a imprevisibilidade do futuro com descobertas e mistérios vindo à tona.


Infelizmente, mesmo sendo bem escrito e rico em detalhes, cenários e personagens, não consegui me apegar à trama como ocorreu com O Jardim Esquecido de Kate Morton. Não me importei com as personagens e seus relacionamentos como esperava, e não me empolguei tanto pelos mistérios como deveria. Tive dificuldades em compreender os motivos por trás de algumas personagens, principalmente as que eu desgostava. Eu estava muito no clima e criei expectativas, devido também aos elogios que li sobre a autora, porém não foi a experiência que desejava.
Talvez este tenha sido o problema: expectativas muito específicas (e altas). Mesmo com movimentações na trama, cenas em locais variados e temas fortes e emocionantes, minha leitura foi lenta e monótona em alguns momentos, mas algumas reviravoltas são interessantes. Esperava por aquele momento em que a leitura emplacaria para mim, mas isso não aconteceu. Achei alguns desenvolvimentos superficiais e outros um tanto improváveis. Na verdade, há uma reviravolta excelente ao rumo ao final, mas algumas outras seguintes que são desnecessárias e exageradas.
O enredo não se desenvolve tão bem como as descrições estonteantes, mas ainda assim a leitura é agradável, portanto minha experiência foi estranha. Conforme lia e não me conectava, sentia como se o problema fosse eu, porque é notável que o livro é bem estruturado, de cenas emocionantes e de lindas descrições. Tanto que pretendo insistir e ler outra obra da Lucinda e espero que ela me conquiste como Kate Morton me cativou.
Indico mais para fãs de romances de época e romances contemporâneos que ficção histórica em geral. Recomendado aos que apreciam sagas familiares, cenários deslumbrantes, intrigas, segredos e amores impossíveis. Uma história cheia de amor, perdão e redenção.
Edição linda da Arqueiro, com excelente revisão e diagramação e exemplar com orelhas, páginas amareladas e tradução de Fernanda Abreu.

A autora:
Lucinda Riley nasceu na Irlanda e, após uma carreira inicial como atriz de cinema, teatro e televisão, escreveu seu primeiro livro aos 24 anos. Suas obras já foram traduzidas para mais de 30 idiomas e venderam 15 milhões de exemplares em todo o mundo.
Lucinda atualmente está escrevendo a série As Sete Irmãs, inspirada na mitologia da famosa constelação. Os quatro primeiros livros ficaram em primeiro lugar na lista de mais vendidos em toda a Europa, e os direitos para uma série de televisão já foram adquiridos por uma produtora de Hollywood.
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“Romântico, emocionante e com uma ambientação rica em detalhes.” – Lancashire Post.

“Uma história dilacerante que deixa o leitor totalmente absorto.” – Grazia.

Dicas de leitura para quem se interessou por/gostou de A Casa das Orquídeas (clique no título para saber mais):


O Jardim Esquecido (Kate Morton, Arqueiro)O Perfume da Folha de Chá (Dinah Jefferies, Paralela)Um Amor Perdido (Alyson Richman, Betrand Brasil)O Bangalô (Sarah Jio, Novo Conceito)Segredos de Família (Lisa Wingate, Globo Livros)A Décima Terceira História (Diane Setterfield, Record)O Amante Japonês (Isabel Allende, Bertrand Brasil)As Madonas de Leningrado (Debra Dean, HarperCollins Brasil); O Rouxinol (Kristin Hannah, Novo Conceito).

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