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Resenha: Wolverine - o Fim, de Paul Jenkins e Panini Comics (Marvel Comics)

Wolverine: o Fim (Wolverine: the End)
Paul Jenkins - Panini Comics (Marvel Comics)
Desenhos e arte-final: Claudio Castellini
Cores: Paul Mounts - capas: Claudio Castellini - letras: Wesley Souza
Tradução: Mario Luiz C. Barroso
112 páginas - R$ 57,90 - distribuição nacional em comic-shops e livrarias especializadas - comprar na Amazon


Sinopse:
"Em um futuro distante, uma série de estranhos eventos leva um envelhecido Wolverine em uma jornada ao redor do mundo para descobrir a verdade por trás de sua origem. Mas quando ele encontra uma misteriosa figura de seu passado, tudo que ele acreditava saber vira de cabeça para baixo! É o fim de uma lenda!"

Resenha:
A minissérie Wolverine: the End foi publicada originalmente nos Estados Unidos de novembro de 2003 a novembro de 2004, com periodicidade bimestral. A primeira publicação no Brasil de Wolverine: o Fim foi no Brasil pela Editora Panini Comics Brasil, em 2005,em 3 edições tradicionais em brochura comum grampeada. Agora, a Panini a republica pela primeira vez em volume único.
Desde final de 2020 a Marvel têm reformulado as publicações no Brasil, o que inclui novos produtos como a linha Marvel Vintage, com HQs mais antigas, incluindo clássicas e outras nem tanto, com minisséries saudosas dos super-heróis e, muitas vezes, menos conhecidas e até mesmo inéditas em formato capa dura. Marvel Vintage traz encadernados sempre em capa dura, miolo em papel couché e formato americano (17 por 26 centímetros). Esta é minha primeira aquisição Marvel Vintage e a edição possui 152 páginas.


O roteiro é de Paul Jenkins, que já escreveu títulos de Hellblazer, Inumanos, Homem-Aranha, Spawn e outros, incluindo uma das minisséries mais importantes para a mitologia de Wolverine, Origem (Wolverine: Origin, 2001), em parceria com Bill Jemas. Wolverine: Origem, também lançada em seis edições, foi um verdadeiro marco na história do mutante com garras de adamantium, com arte de Andy Kubert. Desenhista importante dos títulos X, Kubert foi cotado inicialmente para o projeto de Wolverine: o Fim, porém infelizmente não estava disponível para o trabalho. Portanto, o italiano Claudio Castellini é o responsável pela arte e arte-final dos seis volumes, incluindo as lindas capas. Suas ilustrações são espetaculares, detalhadas e, embora tragam um Logan ainda influenciado pela atuação de Hugh Jackman nos primeiros filmes dos X-Men pela Fox, Wolverine é um idoso com longos cabelos brancos e garras de adamantium que começam a "enguiçar". O famoso "SNIKT" já não é o mesmo, assim como o físico e o psicológico do velho Wolverine, sofrendo de artrite e que fala consigo mesmo, como se possuísse vozes em sua cabeça.


O Fim não possui importância como Origem, tanto que nunca havia sido republicada no Brasil. Porque não é uma saga canônica de Wolverine, visto que pertence a um futuro alternativo, não à Terra-616. Ainda assim, O Fim possui seu significado. A essência da saga não envelheceu tão bem quanto Origem e quase não é lembrada pelos fãs quase dezessete anos depois, porém é a precursora do Velho Logan, as versões de Wolverine de outras realidades alternativas, Terra-807128 e Terra-21923, que originaram o filme Logan da Fox (2017, para maiores de 18 anos), o maior sucesso nos cinemas de um filme de Wolverine. Talvez sem Wolverine: o Fim não teríamos O Velho Logan do mesmo jeito. Ou, pelo menos, foi uma "tentativa errada de um Velho Logan" que guiou futuros roteiristas.


O Fim apresenta um Wolverine de uma realidade criada a partir do seguinte: e se o irmão dele, John Howlett, não tivesse morrido? Aparentemente esta é uma das primeiras diferenças para a Terra-4011. Não há recomendação oficial por parte da Marvel ou Panini de que seja necessário ler primeiramente Wolverine: Origem para total compreensão. Então, mesmo que Origem seja canônica e O Fim não, recomendo que leia Origem antes.


Logan possui quase três séculos de idade e vive sozinho há cinquenta anos no alto de montanhas canadenses, em uma cabana no meio de uma floresta. Aposentado, ele não integra mais os X-Men, nem possui ligações com eles. Ele caça animais selvagens, apesar de não ter a mesma desenvoltura de outrora. Seu único contato humano é com um senhor, George, que leva itens para ele há décadas. É o único do vilarejo próximo que não o considera uma aberração. É a pista de que os mutantes não são aceitos nesta realidade. Tudo muda para Logan quando George leva uma carta para ele com o aviso de que um velho conhecido faleceu: Victor Creed, conhecido como Dentes de Sabre.


Com exceção de John, irmão de Wolverine, e vozes na cabeça de Logan, não espere participações importantes, pois provavelmente todos os conhecidos de Wolverine já morreram. Então restam os cenários para trazerem nostalgia e caracterização, além de muitos flashbacks voltados ao projeto Arma X e à infância de Logan.
Não espere saudosismos envolvendo os X-Men ou Jean Grey, por exemplo, pois com exceção do Professor X, Logan não se volta às memórias de seus tempos de x-man. Até porque, ele parece meio incapaz disso. O fator de cura mutante deleta com o tempo suas lembranças mais traumáticas e doloridas, ainda que cenas dele no tanque onde recebera o adamantium insistam em surgir, então acho que Wolverine não se lembra de muita coisa. Nem lembranças boas, por não conseguir ou simplesmente as evitar, pois deve ser triste ser o único vivo dentre seus entes queridos.


Logan ainda é o melhor no que faz, apesar da idade avançada. A experiência dele é imbatível. A idade chega para todos, mesmo que para Logan tenha demorado muito mais. O passado sempre o atormenta e agora chegou o momento de enfrentar um fantasma.
Não espere a emoção e sensibilidade do filme Logan, nem a criatividade distópica meio Mad Max do arco Velho Logan ou as revelações incríveis e construtoras de uma das sagas mais icônicas de Logan, Wolverine: Origem. É uma minissérie com ótimas ilustrações, muitas cenas de ação ao estilo do início da década de 2000 e uma ideia excelente não muito bem desenvolvida, ainda que seja um bom arco com início, meio e fim. Funciona como complemento de Origem, mas sem influenciar em nada à mitologia do super-herói.
História em quadrinhos recomendada para fãs de carteirinha de Wolverine, que assim como eu, não deixam passar nenhum material do baixinho carcaju.


Observação: A faixa etária recomendada pela Marvel Comics para esta HQ é a partir de 15 anos.

A Panini vai publicar em breve outras minisséries do Wolverine pela linha Marvel Vintage: já em pré-venda, Wolverine e Destrutor: Fusão (de 1988), e em breve, Wolverine e Gambit: Vítimas (1995). Adoraria que a Panini republicasse a minissérie Wolverine e Kitty Pryde, original de 1984-1985. Eu a tinha em formatinho publicado pela Editora Abril e adoraria tê-la em encadernado Marvel Vintage.

Veja todos os títulos da linha Marvel Vintage pela Panini. Todos os títulos possuem arcos completos [atualizado em 18/05/2021].
As capas originais de Wolverine: the End #01-06







2 comentários

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