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Prodigy, volume 2 da Trilogia Legend, Marie Lu e Editora Prumo

Prodigy
Os opostos perto do caos.
Série Legend - livro 2
Marie Lu - Editora Prumo
Tradução: Ebréia de Castro Alvez
304 páginas - Ano: 2013 - R$34,90

Sinopse:
"Depois que um cataclismo atingiu o planeta Terra, extinguindo continentes inteiros, os Estados Unidos se dividiram em duas nações em guerra: a República da América, a oeste, e as Colônias, formadas pelo que restou da costa leste da América do Norte.
June e Day, a menina prodígio e o criminoso mais procurado da República, já estiveram em lados opostos uma vez. Agora eles têm a oportunidade de lutar lado a lado contra o controle e a tirania da República e, assim, alterar para sempre o rumo da guerra entre as duas nações. Resta saber se estão preparados para pagar o preço que as transformações exigirão deles.
Com direitos de adaptação para o cinema vendidos para a Temple Hill Entertainment, produtora da saga Crepúsculo, os livros da trilogia Legend figuram nas principais listas da mídia especializada norte-americana entre os livros mais quentes e imperdíveis do ano. Publicada em mais de 24 países, Marie Lu, que trabalhou durante anos na indústria de vídeo games, deixará os fãs de Jogos Vorazes, Divergente e Never Sky de queixo caído."

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Resenha:
Prodigy é a sequência de Legend e antecessor a Champion (inédito no Brasil e publicado em inglês em novembro de 2013). Aconselho a leitura da resenha de Legend, caso não tenha o tenha lido ainda; ela complementa esta resenha de Prodigy, sem spoilers!
O segundo livro da série Legend traz, assim como o primeiro, significado na capa. Esta é mais sombria e grunge. O cenário urbano e desolado continua presente também na arte do livro. O fundo escureceu para o negro total e um novo símbolo estampa Prodigy. O leitor descobre o porquê dessa ave poderosa de asas abertas sobre um borrão azul durante a leitura. Insígnias e símbolos compõem o mundo da série.
O título também é importante. Legend (Lenda) é uma personagem, Prodigy (Prodígio) é outra (tem que ler para saber.). Então ao finalizar a leitura me pergunto a todo o momento: Quem será o Champion (Campeão/Campeã)?

A narrativa de Marie Lu está melhor, mais dinâmica e ousada. Porém suas ideias não parecem tão originais e criativas, se compararmos ao Legend. Sendo direta: Prodigy é maravilhoso, um livro que mantém todas as características de seu antecessor, continuando cheio de ação. Possui narrativa superior, mas não traz inicialmente as mesmas surpresas que Legend trouxe. Um fator natural, pois ao ler Legend fui impactada por ser apresentada a uma nova série. Em Prodigy isso não ocorre.
Um livro excelente, porque o mundo construído pela autora se mantém coerente, não apenas a estrutura de enredo e cenários, mas também as personagens. Prodigy é fiel a Legend. A sequência é respeitada. Prodigy começa imediatamente após o desfecho do livro um.
A ambientação fria, cinzenta, urbana e militar continua sendo a marca da série. Prodigy é ainda mais militarizado que Legend.
A ação e a política continuam sendo os fatores principais. O lado romântico do livro se mantém em segundo plano, mesmo com a química entre os protagonistas crescendo. Só que dessa vez, o relacionamento cresce e tem mais destaque. Cada vez mais a autora mostra o quanto eles são opostos e parecidos. Uma incoerência com a qual o leitor provavelmente concordará.
Particularmente, eu adoro esse casal cada vez mais.

No entanto, mesmo parecendo que Marie Lu tinha esgotado todo frescor de sua distopia, o leitor recebe muitas novidades alucinantes. Continuo classificando a série como thriller de ação, embora o início de Prodigy não seja tão movimentado. É jovem, é distópico, mas a ação desenfreada (física e psicológica) sempre prevalece. Uma distopia simples, sem nenhuma composição chocante como as clássicas. Mas comparando às atuais, é uma distopia excelente, justamente por destacar esses fatores.
Muitas explicações claras são dadas sobre o que aconteceu ao planeta, tanto com a Geopolítica quanto com o meio ambiente. Informações essenciais são apresentadas, o leitor não fica com o peso de ter que imaginar o que aconteceu com o mundo. A autora deixa tudo bem definido e claro para que você se redirecione sua imaginação para outros itens da história. Os detalhes são mostrados nos momentos certos e sem ser chato como uma aula. As informações são breves e naturais.
A escrita da autora me agrada muito, porque seu estilo e métodos me deixa muito íntima das personagens e dos locais. Consigo imaginar e reimaginar diversas vezes uma cena. As de ação se destacam, sou capaz de imaginar tudo em movimento frenético e contínuo sem dificuldade alguma.

A narrativa continua estruturada em vários capítulos em primeira pessoa, sempre alternando entre os protagonistas Day e June. Dessa vez o livro não é dividido em duas partes, não sei se isso foi proposital - se a autora não encontrou necessidade em manter a mesma estrutura - ou falha. Não me preocupei com isso, é uma característica sem importância. Minha única preocupação era saber se a autora manteria Day e June como os narradores, pois é um dos itens positivos do livro que mais me agrada. A troca de narradores e pontos de vista é benéfica, ampliando a diversidade e dinamismo para o leitor.
Só a ação física (que engloba combates corpo-a-corpo, perseguições, espionagem e guerra) não basta! Prodigy é recheado de ação psicológica (através das intrigas, jogos de interesses e dúvidas).
São muitas as reviravoltas e utilizando dois narradores com ideias e características bem diferentes sobre o mundo, a autora é capaz de deixar a narrativa muito equilibrada. Nem tão metódica quanto a de June nem tão explosiva quanto a de Day.
Ás vezes você tem vontade de conversar com os protagonistas: "Ei, June, não é isso que Day sente!" ou "Me ouça, Day, não é desse jeito que June pensa!" Você sabe, mas eles não.

Nossa visão é ampliada através de uma variedade maior de personagens, novos cenários e algumas respostas (e muitas perguntas acompanhando!). Tess e o Primeiro Eleitor ganham destaque; nos é mostrada a estrutura por trás da elite dos Patriotas; assim como a do funcionamento da República das Américas; descobrimos mais pistas sobre as pragas; um novo e importante lugar é mostrado: as Colônias.
Além das explicações sobre a política atual e a história do planeta, vários outros pontos são explorados. Ou seja, mesmo que a história não seja inicialmente tão rápida como aconteceu em Legend, chegando ao meio de Prodigy o leitor recebe uma surpresa a cada capítulo. Mesmo que não seja tão criativo, é superior. Estranho, não?

A longa sequência final é fantástica. O clímax da reta final faz valer todo o livro. Você percebe que Marie Lu pensou e repensou sobre o que fazer. Tudo se encaixa para dar um desfecho primoroso. Prodigy foi mais bem-elaborado que Legend.
Em seguida, recebemos novas peças, para outro quebra-cabeça, que deverá ser montado em Champion, último livro da série. Tudo desmorona com novas revelações e decisões. As últimas páginas me deixaram desesperada pelo final. Se em alguns momentos a leitura parece não andar, o final voa com tanta empolgação e movimentação. É uma corrida para descobrir o que vem a seguir. Acaba e é impossível não desejar ter Champion em mãos!
Destaque para Kaede como piloto e a sequência nas terras das Colônias. Adoro a Kaede, personagem que só acrescentou à série.

Espero que Champion seja não apenas chocante e explosivo, mas incrivelmente marcante, que faça a série Legend se tornar inesquecível.
A autora possui todas as ferramentas nas mãos e espero que as tenha explorado muito bem. Estou bastante ansiosa pela chegada de Champion ao Brasil. E torço para ser adaptada ao cinema.

A autora:
Marie Lu trabalhou durante anos codiretora de arte na indústria de vídeo games, mas atualmente se dedica em tempo integral à sua carreira como escritora.
Ela se inspirou a escrever Legend enquanto assistia na TV a uma adaptação de Les Misérables (Os Miseráveis) e começou a se perguntar de que modo o relacionamento entre um famoso criminoso e um prodigioso detetive poderia ser apresentado em uma história mais contemporânea.
Ela mora na cidade de Los Angeles, nos Estados Unidos, onde passa mais tempo do que gostaria em engarrafamentos que parecem não ter fim.
Site.

O livro anterior:

Legend
A Verdade se tornará lenda.
Série Legend – volume 1
Marie Lu – Editora Prumo
Tradução: Ebréia de Castro Alves
255 páginas – Ano: 2012 – R$24,90

Sinopse:
"Ambientado na cidade de Los Angeles em 2130 D.C., na atual República da América, conta a história de um rapaz – o criminoso mais procurado do país – e de uma jovem – a pupila mais promissora da República –, cujos caminhos se cruzam quando o irmão desta é assassinado e a ela cabe a tarefa de capturar o responsável pelo crime. No entanto, a verdade que os dois desvendarão se tornará uma lenda. O que outrora foi o oeste dos Estados Unidos é agora o lar da República, uma nação eternamente em guerra com seus vizinhos. Nascida em uma família de elite em um dos mais ricos setores da República, June é uma garota prodígio de 15 anos que está sendo preparada para o sucesso nos mais altos círculos militares da República. Nascido nas favelas, Day, de 15 anos, é o criminoso mais procurado do país; porém, suas motivações parecem não ser tão mal-intencionadas assim. De mundos diferentes, June e Day não têm motivos para se cruzarem – até o dia em que o irmão de June, Metias, é assassinado e Day se torna o principal suspeito. Preso num grande jogo de gato e rato, Day luta pela sobrevivência da sua família, enquanto June procura vingar a morte de Metias. Mas, em uma chocante reviravolta, os dois descobrem a verdade sobre o que realmente os uniu e sobre até onde seu país irá para manter seus segredos."

Links: Prumo | Skoob | comprar | resenha


2 comentários

  1. Eu gosto bastante de Legend, e Prodigy foi uma leitura muito boa e que acrescentou bastante à saga, principalmente seu final arrasador - ainda nem acredito, haha!
    Apesar de não ser a melhor distopia que já li, ela é bem criativa, e tenho muitas expectativas para o final - tenho até o e-book em inglês, mas ainda não tive coragem pra começar (e também porque não gosto muito de ler pelo computador, ainda mais quando tenho que traduzir e meu inglês não é 100% legal).
    Bem, ótima resenha, e espero também mesmo que haja um filme :D

    Abraços,
    - pensamentosdojoshua.blogspot.com

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    Respostas
    1. Oi, Joshua, meu inglês é assim também, me salva quando preciso, mas ainda não é o suficiente para ler rapidamente. Concordo, não é a melhor distopia, mas é muito criativa e reforça bastante a parte distópica.
      O final me deixou sem palavras. Não paro de pensar como é a continuação...
      Muito obrigada!
      Beijos.

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