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DUFF: Designated Ugly Fat Friend, de Kody Keplinger e Globo Alt (Globo Livros)

DUFF: Designated Ugly Fat Friend
Kody Keplinger - Globo Alt / Globo Livros
328 páginas - 2015 - R$29,90
Tradução: Fal Azevedo
Comprar: Amazon | Livraria da Folha | Livraria da Travessa | Livraria Saraiva | Submarino

Sinopse:
"Em um grupo de amigas, a DUFF - sigla para Designated Ugly Fat Friend - é aquela que não se destaca, a menos atraente da turma. Ela não se enquadra nos padrões de beleza tradicionais, ou se preocupa menos com o visual, mas nem por isso deixa de ter seus encantos. Bianca Piper é esse tipo de garota; não é a mais bonita da escola, porém tem um grupo leal de amigas, é inteligente e não se importa com o que os outros pensam dela (ou ela acha).
Ela também é muito esperta para cair na conversa mole de Wesley Rush — o cara bonito, rico e popular da escola — que a apelida de DUFF.
No entanto, a vida de Bianca fora da escola não vai bem e, desesperada por uma distração, ela acaba beijando Wesley. Pior de tudo: ela gosta. Como válvula de escape, Bianca se envolve em uma relação de inimizade colorida com ele. Com a convivência, os dois descobrem que as aparências enganam.
DUFF figurou em segundo lugar na lista do New York Times de Young Adult, além de ter estreado nos cinemas em 2015."

Resenha:

DUFF, abreviação para Designated Ugly Fat Friend, é o primeiro romance de Kody Keplinger, publicado no Brasil pelo selo jovem da Globo Livros, o Globo Alt. Lançado originalmente em inglês em 2010, chega ao país em 2015 devido ao filme estreando neste ano.
The DUFF é uma comédia adolescente produzida / distribuída pela Lionsgate e CBS Films baseada no livro, porém com roteiro livremente adaptado por Josh A. Cagan. O filme apresenta a mesma base e temática, entretanto o desenvolvimento da trama e as cenas são muito diferentes, até mesmo as personagens são distintas. Portanto, quem assistiu ao filme lerá o livro e terá uma nova experiência (e vice-versa). Gostei dos dois, mas prefiro o livro, nele a protagonista é mais autêntica e seus atos são mais impulsivos e liberais (principalmente sobre sua sexualidade, que no filme, comparando-se ao livro, não existe!). A versão cinematográfica traz Mae Whitman e Robbie Amell nos papéis principais. Amell se encaixa bem no que imaginei para Wesley Rush, porém Whitman não possui a aparência que eu havia criado para Bianca Piper, embora sua interpretação combine muito.


O livro é um Young Adult despretensioso e aparentemente cliché, mostrando as desventuras da sarcástica, inteligente e mal-humorada protagonista fora dos padrões estéticos norte-americanos que se envolve com o rapaz lindo e popular. Todavia é uma obra que rompe várias tradições de livros voltados ao público teen e prova como rótulos, embora sejam comuns e quase sempre presentes, são superficiais, maldosos e incoerentes.
A leitura me surpreendeu positivamente, pois ao princípio pensei ser um Jovem Adulto sem novidades, mostrando os típicos grupos das escolas secundaristas norte-americanas, com patricinhas, esportistas, nerds, roqueiros, góticos, artistas, etc... e os conflitos entre eles. Ou seja: Pensei em personagens estereotipadas por todos os lados e muitas cenas de bullying e desentendimentos, mas encontrei mais, bem mais que isso!
Bianca Piper sempre se orgulhou de seu estilo próprio, de não seguir modas ou integrar uma categoria específica. Na verdade, ela não se importa muito com a aparência, e sim com a intelectualidade, mas sem chegar ao ponto de ser taxada de CDF ou nerd. Ela se orgulha mesmo é de tentar ter opinião. E ela é legal, ninguém aparenta desgostar dela. Não obstante, ela se diverte com suas amigas Casey Blithe e Jessica Gaither: Fazem "festas de pijamas" e "noites das garotas" com maratonas de filmes. Casey e Jess são bonitas, companheiras, divertidas e compreensivas. Estão sempre unidas na escola e frequentando umas as casas das outras. Bianca até as acompanha em baladas na Nets, mesmo não curtindo as músicas repetitivas ou bebidas alcoólicas.


É numa dessas festas que Bianca descobre que há um rótulo desagradável para ela. E o pior: Ela, tão esperta, nunca imaginou e ninguém jamais contou a ela. Bianca é uma DUFF!
Quem explica a ela em uma conversa informal no bar é Wesley Rush, um rapaz rico, sarado, popular e muito mulherengo. Ele diz que todos os grupos, não importa qual, possui um(a) DUFF. Um integrante menos bonito, menos atraente, o que menos se destaca. E é através do(a) DUFF, geralmente feio, gordo ou mau vestido que os de fora se aproximam para conversar e procurar saber sobre seus amigos bonitos e interessantes (que parecem ainda mais interessantes perto do(a) DUFF), porque quase sempre os(as) DUFFs são amigáveis e solidários.
Wesley diz que Bianca é a DUFF das lindas Casey e Jess. E que ele só está puxando assunto para saber mais sobre as amigas. Bianca e Wesley iniciam então uma inimizade cômica, cheia de farpas e discussões sobre rótulos.
Bianca vai para casa, segue a vida e tenta não se importar com o lance DUFF, mas, como quase toda adolescente, fica chateada, atônita, inconformada e sem saber o que fazer. Deve mudar o seu jeito? Ou deve realmente não se importar com o que as pessoas pensam dela? Ela é uma DUFF? E sobre o meigo, lindo e inteligente Toby Tucker, que cursa Políticas Sociais Avançadas com Bianca e por quem ela é apaixonada, será que ele a vê como uma DUFF?


Bianca é durona, discreta com sua vida pessoal, irônica, inteligente e cheia de atitude. Tenta não deixar a palavra DUFF atormentá-la, mas Wesley percebe como isso a provoca e, levando como brincadeira, a apelida de DUFF de vez.
Mas Bianca possui problemas em casa. Sua mãe está longe há meses a trabalho. Cada vez mais distante, omissa e inacessível. Talvez seja por isso que Bianca parece tentar ser o oposto dela, impulsiva, deselegante, desorganizada e despreocupada com a opinião alheia. Já seu pai, um alcoólatra em recuperação, está recaindo. Ele é um bom pai, mesmo com poucos diálogos e regras, portanto Bianca não quer que ninguém saiba sobre os defeitos de sua família. Porque não diz respeito apenas a ela. Provavelmente Bianca também tenta ser diferente do pai, não ingere álcool, tenta ela mesma colocar regras e horários, mas explode em rebeldia contra a sociedade.
Bianca necessita urgentemente de uma fuga da rotina e realidade. Inacreditavelmente, sua droga é Wesley, o rapaz que ela odeia e que a rotula como DUFF. Eles se beijam. Eles caem em amassos. Eles transam. Tudo às escondidas. Estranho, não é? Aparentemente, porém você precisa ler e analisar para compreender a inimizade colorida de Bianca e Wesley. Até porque o rapaz aparentemente perfeito também possui sérios e secretos problemas; o jovem rotulado como sarado e superficial na verdade possui muito mais a mostrar. É um relacionamento fora do comum e bastante ousado e divertido. Este é o ponto de partida!


O ponto alto do livro é Bianca se questionar não por ser uma DUFF, e sim por ser uma vadia. Secretamente se sente assim por estar transando com um rapaz que ela nem gosta. Então surge um incrível e simples diálogo feminista (poderia ser melhor - tem uma falha -, mas eu aplaudi) sobre como os rótulos são idiotas e garotas e garotos, quando questões e comportamentos sexuais são expostos, sofrem diferenças e injustas taxações. Se os rótulos já são horríveis e desprezíveis, as garotas sofrem mais que os garotos. Eles podem dormir com várias garotas e não escutarão as mesmas coisas que as que fazem o mesmo.
Bianca não é vadia por fazer sexo sem compromisso com quem ela quer. Bianca não é DUFF por estar fora dos padrões estéticos de sua cultura enquanto suas melhores amigas fazem questão de serem o oposto. Wesley não é mulherengo porque está sempre ficando ou conversando com uma garota diferente. Todos agem da mesma forma: analisando, catalogando, selecionando, rotulando. Somos diferentes mas iguais, certo? Por que passamos a vida julgando os outros e a nós mesmos pelas aparências, pelo que gostamos, pelo que fazemos? É um atraso de vida e uma fonte de preconceitos.
Falha: Bianca deixar Jess e Casey de lado quando engata o sexo com Wesley.
Superacerto: Valorizar a liberdade sexual, mas estimulando sexo seguro e prevenção de gravidez indesejada.


A narrativa é em primeira pessoa, feita pela Bianca. Somente sob seu ponto de vista, mas a autora mostra de modo inteligente o que as demais personagens sentem e pensam, desde os pais de Bianca, às suas amigas e até Wesley. Mesmo quando Bianca não percebe ou compreende, eu notava. Senti uma empatia enorme por ela, por seu mau-humor que disfarçava os problemas, pelo sarcasmo que camuflava as frustrações, pela rebeldia que escondia as dúvidas.
Bianca é uma protagonista e narradora marcante, que irrita e causa admiração. É uma anti-heroína interessante, do tipo que precisamos encontrar mais na ficção geral, especialmente na ficção juvenil. Nada de rebelde sem causa ou moça cheia de dores e traumas, apenas uma protagonista comum com a qual o(a) leitor(a) se identifique, justificada, divertidamente inoportuna, ciumenta, egoísta e sem censura no discurso.
O desfecho é muito bom, mesmo não surpreendendo. O que realmente é inusitado no final: os diálogos, as palavras de Bianca. Ela é girl power, decidida e se impõe perante todos! Bianca tenta ser tão antipática com sua sinceridade e honestidade que se torna uma protagonista encantadoramente simpática e doce.
O exemplar da Globo Livros possui folhas amareladas (papel pólen), diagramação jovem e de cores vibrantes na capa, contracapa e orelhas e revisão excelente. Cheio de informações e visual moderno e divertido, o conjunto da obra é perfeito. #SomosTodosDUFFs

A autora:
Kody Keplinger nasceu em uma pequena cidade do Kentucky, Estados Unidos. Escreveu DUFF, seu primeiro romance, durante o último ano do Ensino Médio. Ela diz que nessa época se sentia a "garota feia" da escola.
Hoje, mora em Nova York e continua a escrever livros para crianças e adolescentes, além de dar aulas de escrita criativa.
DUFF é o seu primeiro livro lançado no brasil.
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Trailer do filme:
Você pode alugar ou comprar o filme pelo Youtube ou assisti-lo via Netflix!


Playlist oficial do filme:
  1. "Made in Gold" - Nova Rockafeller
  2. "Jealous (The Rooftop Boys Remix)" - Nick Jonas
  3. "How Come You Don't Want Me" - Tegan and Sara
  4. "Favorite Record" - Fall Out Boy
  5. "All Night" - Icona Pop
  6. "Somebody to You" - The Vamps
  7. "Nothing Left to Lose" - Kari Kimmel
  8. "Heavy Mood" - Tilly and the Wall
  9. "Sexy Silk" - Jessie J
  10. "Kill the Band" - Junkie XL featuring Joost van Bellen
  11. "I Own It" - Nacey featuring Angel Haze
  12. "#Selfie" - The Chainsmokers

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