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[Resenha + Resultado] A Rainha de Tearling, de Erika Johansen e Suma (Grupo Companhia das Letras)

A Rainha de Tearling (The Queen of the Tearling)
A Rainha de Tearling - livro 1
Erika Johansen - Suma / Grupo Companhia das Letras
Tradução: Cássio de Arantes Leite
352 páginas - 2016 - R$ 44,90 (impresso) e R$ 29,90 (eBook)
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Sinopse:
"Quando a rainha Elyssa morre, a princesa Kelsea é levada para um esconderijo, onde é criada em uma cabana isolada, longe das confusões políticas e da história infeliz de Tearling, o reino que está destinada a governar. Dezenove anos depois, os membros remanescentes da Guarda da Rainha aparecem para levar a princesa de volta ao trono – mas o que Kelsea descobre ao chegar é que a fortaleza real está cercada de inimigos e nobres corruptos que adorariam vê-la morta. Mesmo sendo a rainha de direito e estando de posse da safira Tear – uma joia de imenso poder –, Kelsea nunca se sentiu mais insegura e despreparada para governar. Em seu desespero para conseguir justiça para um povo oprimido há décadas, ela desperta a fúria da Rainha Vermelha, uma poderosa feiticeira que comanda o reino vizinho, Mortmesne. Mas Kelsea é determinada e se torna cada dia mais experiente em navegar as políticas perigosas da corte. Sua jornada para salvar o reino e se tornar a rainha que deseja ser está apenas começando. Muitos mistérios, intrigas e batalhas virão antes que seu governo se torne uma lenda... ou uma tragédia."

Resenha:
Erika Johansen teve a ideia de escrever a história da nação fictícia Tearling após sonhar com pessoas abandonando uma terra em ruínas em um barco. Assim surgiram os livros The Queen of the Tearling (2014), The Invasion of the Tearling (2015) e The Fate of the Tearling (2016). A Editora Suma, do Grupo Companhia das Letras, publicou em fevereiro de 2017 o primeiro volume da saga de fantasia A Rainha de Tearling, traduzido por Cássio Arantes Leite. Eu não conhecia a autora antes da Suma divulgar o lançamento, mas a premissa me atraiu bastante e a informação de que a atriz Emma Watson (que recomendou o livro em entrevistas) vai produzir (pela Warner Bros., e provavelmente protagonizar) a adaptação cinematográfica contribuiu ainda mais para eu ler A Rainha de Tearling.
Primeiramente, é uma história de fantasia medieval com espadas e magia. Mas também é uma distopia, porque mostra que a humanidade já possuiu tecnologias e conhecimento que foram perdidos. É um futuro onde regredimos após uma catástrofe, não apenas tecnologicamente, mas também socialmente. O mundo é bastante sombrio.
O foco é a nação Tearling e sua nova governante, a protagonista Kelsea, herdeira legítima da rainha Elyssa. Kelsea não conheceu a mãe e não sabe quem é seu pai. A única coisa deles que ela carrega é a safira Tear, uma pedra presa ao colar que jamais retira do pescoço. Para proteger o futuro da nação, Kelsea foi retirada da Fortaleza Real ainda bebê, escondida em uma floresta por dezenove anos e criada secretamente por pais adotivos que a prepararam para ser não apenas rainha, mas uma boa pessoa. Após o falecimento da mãe ela precisa retornar ao lar, assumir o trono e reordenar toda uma nação. Seu reino não vive um momento próspero e está cercado por ameaças, especialmente vindas do vizinho Mortmesne, governado pela poderosa feiticeira Rainha Vermelha. O perigo está ainda mais próximo, pois Kelsea enfrenta a nobreza de Tearling, incluindo o próprio tio, o Regente, que viveu como um parasita, e a igreja. Ela corre risco iminente de morte enquanto tenta se impor e ganhar a confiança do povo.


A história começa com Kelsea na cabana simples onde viveu, a espera da Guarda da Rainha, a elite mais fiel à coroa, que a escoltará até a Fortaleza Real para sua coroação. Ela enfrenta o desconhecido, porque por mais que tenha estudado para ser rainha, não sabe em que condições seu povo se encontra nem nunca havia saído da floresta antes. A morte à espreita logo no início da jornada, e a assombra a cada momento. E a Guarda Real, mesmo cumprindo o seu dever, é outro enigma. Ela não sabe o quanto pode confiar, mas precisa ganhar o respeito deles. Achei essa situação incrível: uma rainha que precisa se impor e criar elos com seus guardas; que respeitam sua posição, não sua pessoa.
O livro me prendeu logo no princípio. A protagonista é carismática e passa longe dos clichês femininos e a premissa é curiosa e interessante. No entanto, em seguida, a leitura foi um pouco lenta. Então após ultrapassar um terço do livro o oposto ocorreu: tornou-se fluída e dinâmica. Acredito que isso tenha ocorrido porque este é um livro introdutório, o primeiro de uma trilogia de fantasia rica e várias informações precisam ser absorvidas. A viagem até a fortaleza é um momento de apresentação e desenvolvimento inicial. Várias coisas acontecem, Kelsea conhece personagens importantes, chega ao seu destino já encontrando problemas graves: seu povo está sendo escravizado e enviado para Mortmesne. Além disso, a nação está falida, o povo é pobre, as crianças não estudam, praticamente não existem mais livros e a tecnologia e o conhecimento preservado desde a Travessia são escassos.


Kelsea então mostra sua personalidade corajosa e determinada e começa a tentar amenizar a situação. Ela é o melhor ponto do livro! É tudo o que eu desejei de uma heroína em uma história épica de fantasia! Uma das melhores protagonistas do gênero, onde elas costumam ser passivas e secundárias; quase sempre uma vilã sobrenatural ou um objeto belo de desejo romântico do herói. Kelsea não é dotada de beleza, tem um rosto comum, possui pele morena e está acima do peso, porém é muito ativa, destemida, inteligente, justa, prática e corajosa. Não possui habilidades com espada, mas encomenda uma armadura para si mesma e começa a treinar. É uma governante que coloca a mão na massa, escuta as pessoas ao redor, reconhece quando precisa de orientação e não desperdiça tempo nem tem medo de dizer a verdade ou tomar decisões. E assume suas falhas.
A protagonista já faz valer a leitura, mas todas as personagens são interessantes, como Clava, seu guarda mais leal, Fletch, um dos ladrões mais famosos de Tear, e a Rainha Vermelha, sua antagonista misteriosa e muito temida por todos. E tem magia na trama. Uma magia instigante!
A escrita da autora é excelente, com boas descrições. Soube encaixar vários assuntos polêmicos no contexto, desenvolveu bem a mitologia e o passado de Tearling. Ela não explica em detalhes o que aconteceu exatamente antes e logo após a Travessia, mas tudo vai se tornando mais claro no desenrolar da trama. A narrativa é em terceira pessoa sem se limitar apenas a protagonista, pois temos acesso a outros pontos de vista.
Algumas pessoas podem considerar a leitura Young Adult, pois a protagonista tem dezenove anos, mas A Rainha de Tearling é definitivamente um livro adulto. Não foca nas questões tradicionais que a literatura Jovem Adulto costuma fazer. Embora Kelsea tenha alguns questionamentos como qualquer jovem mulher, suas preocupações são mais profundas e complexas, ela tem milhares de vidas dependentes de suas ações, e seus inimigos são assustadores e reais, como a corrupção, a ganância e a morte. O tom da história é maduro e envolve um pouco de várias coisas horríveis como estupro, assassinato, escravidão e tortura.


 Kelsea assume o trono e luta contra várias injustiças sociais feitas em nome da coroa, como a escravidão de pessoas, principalmente das mais pobres, incluindo crianças. Tenta amenizar a desigualdade social enorme que prevalece em seu reino, empregando miseráveis da área urbana e desmantelando o luxo supérfluo da nobreza. Ela dá atenção especial às mulheres e crianças, retirando muitas da prostituição e exploração sexual. A obra toca fundo em várias questões, especialmente sobre a necessidade de preservarmos os direitos humanos. Porque além da perda da tecnologia, regredimos em humanidade, fazendo a tirania, o poder e a corrupção prevalecerem acima da empatia, do respeito e da liberdade. O cenário em A Rainha de Tearling é o resultado de séculos de fracasso da humanidade, mas ainda há esperança: uma rainha que pretende salvar a todos e ter um reinado justo. É também uma história feminista, com uma protagonista fora do comum encontrado nas histórias de fantasia. Uma jovem mulher que luta contra o machismo sendo uma líder ativa, admirável e forte.
O final é empolgante e me deixou cheia de perguntas e ansiosa pela continuação. Leitura recomendada para quem gosta de histórias épicas e fantasia com intrigas e guerras; para quem busca por uma protagonista feminina real e forte.
A Suma divulgou a previsão de lançamento da sequência de A Rainha de Tearling: outubro de 2017. A Invasão de Tearling já está em pré-venda, tem 400 páginas e custa R$ 49,90 (físico) e R$ 34,90 (digital).



A autora:
Erika Johansen cresceu e mora na San Francisco Bay Area. Estudou na Swarthmore College, completou seu mestrado na Iowa Writer’s Workshop e mais tarde se tornou advogada, mas nunca parou de escrever.

Sorteio:
De 12 de setembro a 03 de outubro de 2017.



Como participar:
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2) Opcionais:
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  • O resultado será divulgado nesta mesma postagem em até 7 dias após o encerramento da promoção.
  • Caso o exemplar retorne ao remetente por falha ou erro do destinatário ou Correios (como objeto recusado, endereço insuficiente ou inexistente ou as 3 tentativas de entrega realizadas, dentre outras situações), o remetente não se responsabiliza.
  • Se descumprir qualquer uma das regras, o participante será desclassificado sem aviso prévio. Fakes serão desclassificados.
  • Qualquer dúvida, entre em contato: leitoraviciada@yahoo.com.br
[Atualização: 05/10/2017 11:07 - Resultado]

Sorteada: Fabiana Scola


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