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Bem Mais Perto, Susane Colasanti, Novo Conceito

Bem Mais Perto (So much Closer)
Acordando para uma vida nova.
Susane Colasanti - Novo Conceito
240 páginas - Ano: 2012 - R$29,90

Sinopse:
"Quando Brooke descobre que o amor de sua vida, Scott Abrams, está se mudando do subúrbio de New Jersey para Nova York, ela decide segui-lo até lá. Viver com o pai ausente e se adaptar a uma escola totalmente nova são desafiantes para ela — e as coisas ficam ainda piores quando ela descobre que Scott já tem uma namorada. Mas como ela aprende a sobreviver na cidade grande, começa a descobrir todo um novo lado de si mesma e percebe que, às vezes, o amor pode te encontrar mesmo quando você não está olhando para ele."

Links: Novo Conceito | degustação | Skoob

Resenha:
Este livro possui uma dinâmica muito agradável e simples, eu o li apenas em uma tarde e foram horas relaxantes e de bom entretenimento. Possui como atrativos principais relacionamentos, mudanças, amadurecimento e uma busca incessante por respostas, sobre si próprio(a), o que se deve fazer da vida, em quem se pode confiar, como será a vida adulta e outras questões de crescimento.
A protagonista encontra-se na transição de adolescente para jovem mulher. Precisa resolver pendências com seu passado, conflitos do presente e planejar seu futuro. Aquele momento onde cada decisão poderá influenciar sua vida para sempre - Esse é o ponto de partida.

Adoraria que a capa possuísse vários origamis, já que a protagonista é perita nessa área e faz diversos deles ao longo do livro. Eu colocaria na capa origamis, cupcakes (o que as personagens mais lancham) e warm fuzzies (tem que ler para compreender!), acho que ficaria mais personalizada que um casal (que já está ficando repetitivo).
Porém a escolha dos jovens neste local é boa e mais cheia de marketing (embora seja repetitivo é o que vende atualmente, casais), pois parece um retrato de uma cena existente e importante. Nela vemos o Rio Hudson, que divide os estados de New York e New Jersey. E porque claro, existe romance na história. Assim como o título do livro é sob medida.

Desgostei durante a leitura a forma como foi intitulada a cidade. É que odeio o uso de "Nova York". Não gosto quando se mistura num nome composto uma palavra em português e outra em outro idioma. Prefiro que mantenha o nome no original, como foi feito nesse mesmo livro com a cidade de New Jersey - a mantiveram em inglês. Já Nova York ficou deselegante para mim. Eu acho que o ideal, já que New Jersey foi mantido, que fosse New York. Ou se quisessem traduzir o nome, o correto seria Nova Iorque e Nova Jérsia ou Jérsei!
A maioria dos gramáticos considera Nova York um erro, uma mistura de idiomas e que a forma em português deveria ser sempre Nova Iorque ou em inglês New York. Já gramáticos mais liberais defendem o uso de Nova York porque "Nova" seria um adjetivo e "York" o nome mantido no original já que New York é um nome que homenageia a cidade de York na Inglaterra.
Então ler Nova York me incomodou, como um transtorno obsessivo compulsivo e não levem em consideração minha implicância. Ainda acho que se mantiveram New Jersey, deveria ser New York.
Outra coisa: New Jersey é o nome do estado. Jersey City é que é a cidade.

Adorei, no entanto o trabalho de explicações e complementos no rodapé, deixando o leitor sempre a par dos significados de diversas expressões e locais, como por exemplo programas de televisão ou lanchonetes.
Deve ter sido muito trabalhoso para a equipe e uma gentileza ao leitor, afinal não estamos em New York.

Desconsiderando como deveria ser grafado o nome, o que importa é que a cidade é um fator essencial. Ela é quase tão importante quanto uma personagem. Ela praticamente cria vida! New York é o ponto principal para as mudanças mais drásticas na protagonista. Sem essa cidade, nada ocorreria e talvez ela nunca mudasse sua vida como ocorre no livro.
Conforme o humor da moça muda, a cidade muda juntamente com ele. Ou seja: enquanto tudo parece estar dando certo, repleto de novidades, a cidade é linda, exuberante, formidável. A protagonista vê a mudança de New Jersey (onde morava com a mãe) para New York (onde passa a viver com o pai) como positiva, um sonho realizado e apenas percebe as coisas boas da cidade. Todos os locais são lindos, caminhar despretensiosamente pelas ruas é divertido, estar em qualquer lugar a qualquer hora é o máximo! Todos são amáveis, tudo é charmoso, até mesmo a correria frenética do cotidiano da cidade. Nem o pai omisso a incomoda.
Após sofrer desilusões, dúvidas e dores a moça perde o foco do momento pelo qual está passando, não sabe o que fazer da vida e reflete se deve desistir da mudança. Nesse ponto, ela nota todos os detalhes negativos da cidade, a violência, os mendigos, a sujeira. O pai nunca está em casa, ela mal conhece as pessoas ao redor e ela continua desestimulada mesmo numa escola melhor.
A glória de New York surge e desaparece conforme os sentimentos dela.

Bem Mais Perto é um romance jovem que começa morno e pouco interessante até tornar-se divertido, gracioso e bonito. De uma forma geral a história e seu desenvolvimento são medianos, porém o que se destaca certamente são as personagens.
Inicialmente todas parecem sem vida e comuns. Com o desenrolar dos acontecimentos as personagens principais surpreendem o leitor, especialmente a protagonista.
Ela se transforma de uma garota chata e sem encantos em uma moça completamente diferente. Ela evolui e se fortalece, não apenas em sua vida pessoal e personalidade, mas também como personagem aos olhos do leitor.

Mas desde o princípio todos que a conhecem, mesmo que por um breve instante, percebem o enorme potencial que emana de Brookie. O leitor também.
Desde o começo vemos uma moça com um Q.I. (Quociente de Inteligência) genial, muito inteligente e com habilidade de raciocínio lógico e manual fora do comum. Faltam estímulos em sua escola em New Jersey, e mesmo sendo boa em todas as disciplinas, formidável em cálculos e perita em quebra-cabeças e origamis muito complexos, ela é uma aluna mediana, porque se conforma em aparentar ser assim: invisível.
Não tem ideia sobre qual carreira seguirá, nem o que fará da vida e não se preocupa, portanto com suas notas, desde que passe de ano.
Mesmo Brookie sendo um gênio e tendo a mãe e amigas a todo instante tentando fazê-la aceitar e assumir isso para o seu próprio bem, ela tem apenas olhos para Scott, estudante lindo da mesma escola que mal sabe de sua existência.
Um exemplo de que às vezes por mais inteligente que seja a pessoa, ela corre o risco de agir de forma estúpida e cega quando está apaixonada. Principalmente quando se é jovem, imatura e indecisa.

Desde o início Scott foi antipático para mim. E Brookie uma menina muito burra, apesar da genialidade de seu cérebro. Scott se muda para New York para o último ano escolar e Brookie muda completamente sua vida para ir atrás de um rapaz que quase não a nota. Nem amigos eles são. Achei uma atitude infantil e idiota. Passei a ver Brookie como uma protagonista volátil e fraca.
Abandonar a casa, a mãe que cuida dela desde que o pai foi embora há anos, as amigas, tudo. Claro, em parte, Brookie sempre se sentiu insatisfeita com sua vida, e ela acha que mudar para New York pode ser um sonho realizado, uma cidade melhor, com maiores possibilidades, chances maiores dela encontrar seu destino - o problema é a fixação de que seu destino é ao lado de Scott.
Como o pai vive lá, ela dispensa o conselho de todos, ignora a mãe e segue seu coração. Corre atrás de Scott literalmente.

Então começa a parte interessante do livro, que é conhecer New York. Nunca viajei para lá e por mais que eu veja a cidade em filmes, seriados e notícias, nada melhor que "conhecê-la" novamente através de uma leitura agradável e juvenil.
Através das novas amizades de Brookie (Sadie e John) e todos os passeios por New York, vi mudanças na protagonista. Ir para essa nova cidade, ter uma nova vida, novos relacionamentos faz a moça modificar e repensar as prioridades na vida.
Seus amigos são o destaque da história. Sadie e John são infinitamente mais interessantes que Scott!

De moça recém-chegada de New Jersey que desperdiça seus talentos e tempo atrás de um rapaz à jovem mulher decidida, extraordinária e com autoestima renascida, assim como prioridades redefinidas.
Resumindo: eu odiava a Brookie, porém na última metade do livro passei a adorá-la.
Ela enxerga a dura realidade da vida, descobre que não importa onde você mora, as mudanças devem partir de você. Por isso gostei da narrativa ser da própria Brookie, assim observamos os erros dela e depois a reviravolta e suas tentativas de tentar corrigir tudo e alcançar a felicidade.

Não é uma escola nova, um lar diferente, uma mudança para uma cidade especial que fará seus problemas terminarem. Isso pode ser uma camuflagem temporária, mas a verdade de nosso interior sempre prevalece e reaparece por cima das mudanças. O problema está em você.
Muito menos as respostas são encontradas em um início de um namoro, mesmo que seja com quem você sempre desejou. Sonho é sempre diferente da realidade. A ousadia, as decisões e a coragem devem nascer em você.
O mais importante de tudo é você, não um namoro ou amigos antigos ou novos.
Gostei dessa mensagem exposta num livro jovem. Não importa onde você more ou que relacionamentos você possua; Você precisa estar em paz com si próprio(a) antes de tudo!

Além da mensagem de autoconhecimento, o livro traz outras mensagens, como a de superação, muita bonita por sinal. Os obstáculos enfrentados por Sadie e, principalmente John são cativantes.
Mudanças são parte da vida e as pessoas precisam se preparar para enfrentá-las ou agarrá-las. As pessoas precisam buscar incessantemente a felicidade, mesmo que ela não esteja exatamente onde a procuramos. Ela pode estar bem mais perto!

Booktrailer:



A autora:
Antes de se tornar uma autora em tempo integral, foi professora de ciências no Ensino Médio por quase dez anos. Você pode se conectar com Susane pelo seu website oficial.


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6 comentários

  1. Olá, Tati...
    O ponto de partida da trama é simples, mas é verdade, pois sempre algumas coisas boas, como um amor, às vezes aparecem quando menos esperamos, acho que é porque nesses momentos somos nós mesmo de modo mais natural.
    Acho legal livros que conseguem desenvolver raciocínios importantes, mas com uma linguagem simples, que deixa a reflexão acessível a todos. A conclusão a que o livro te conduziu é comprovada na prática, mudanças exteriores de nada adiantam quando o problema está em nosso interior.

    Beijos!

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    1. Pois´é, algumas pessoas enxergam apenas a leitura direta, se gostou ou não e ponto. Eu procuro analisar o que o autor ou autora tentou realizar com o livro, foi foi sua intenção. Às vezes enredos simples possuem mensagens profundas nem sempre notadas por todos. Ainda mais em um livro jovem, as pessoas querem apenas uma boa história e diversão, enquanto outras coisas podem estar nas entrelinhas. O livro pode ser mediano, porém assuntos profundos foram bem representados. Beijos.

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  2. Nossa Tati, concordo que também acho estrano 'Nova York' mas achava que era só coisa minha rs. Depois que comecei a ler resenha desse livro, confesso que a minha curiosidade foi sumindo, eu fui meio que me desapegando dele, mas pretendo conferir logo.

    Beijos
    @LeitoraIncomum
    www.leitoraincomum.com

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    1. Que bom que você também da adepta do T.O.C. contra o uso de Nova York AHAHA
      Bem, eu confio nas resenhas de poucas pessoas, só acredito vendo, opa, lendo!
      Sem contar o fato de que muitos resenhistas adultos, com média de 30 anos estão dizendo que o livro é ruim. Errado, o resenhista tem que pensar que o livro foi escrito para uma determinada faixa etária, e se está agradando a ela. Esse livro é bem adolescente.
      E falta a muitos perceberem as entrelinhas.
      Não achei o livro maravilhoso, mas é bom.
      Beijos.

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  3. Desde a divulgação do lançamento desse livro que quero lê-lo. A princípio, fiquei um pouco na dúvida, porque havia lido algumas resenhas um pouco depreciativas; definiam Brookie como extremamente irritante e burra, apesar de seu QI elevado. Mas também li algumas resenhas bem positivas, como a sua. Gostei bastante da mensagem do livro e espero conhecer essa história muito em breve.

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    1. Ana Paula, sinceramente, depreciar e não conseguir compreender uma personagem é muito mais fácil. O livro é juvenil, sem profundidade explícita, porém com muitas mensagens ocultas, que precisam ser absorvidas pelo leitor. O Q.I da menina é de gênio, muito acima do que se considera inteligente. Mas o que é Q.I.? É a capacidade do cérebro de raciocínio lógico, de interpretação matemático. A autora, acredito, justamente quis mostrar que ter um Q.I. de gênio não significa que a pessoa tem a capacidade de pensar corretamente em relação ao coração ou com decisões importantes na vida! Ela pode ter incrível habilidade manual ou ser fera e rápida em matemática, mas pode ser cega em relação a si própria, ter baixa autoestima, errar como qualquer ser humano faz, sem importar o Q.I.
      Quem deprecia o livro e a protagonista (sem considerar a idade dela! Quem nunca fez uma maluquice e errou nessa época da vida em relação a paixões que atire a primeira pedra!) não sabe o verdadeiro significado de Q.I. e como ele beneficia a indivíduo e como em outras áreas da vida não vale muito, como no emocional e nos impulsos que essas emoções nos levam. Incluindo as dúvidas sobre si própria. Não adianta ter Q.I elevadíssimo se não perceber que sua autoestima é das mais baixas.
      A autora coloca em conflito personagens e suas decisões em relação ao futuro, mostrando que às vezes uma com deficiência de raciocínio pode se sair melhor que um gênio!
      As pessoas podem desgostar do livro por inúmeras causas, até mesmo por causa da personagem, mas dizer que ela é "burra apesar do Q.I. elevado" precisa pesquisar um pouco sobre o que é ter um Q.I. elevado. Ninguém se torna super humano por isso, nem perito em decisões da sua vida. Pelo contrário: uma pesquisa revelou que a maioria, quase todos, os gênios morrem pobre e nunca utilizam completamente de seu Q.I. na prática.
      Beijos.

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