Junky, de William S. Burroughs (Trad. Reinaldo Moraes)
Se “clássico da contracultura” não fosse uma contradição em termos, seria o epíteto ideal para definir Junky. Publicado originalmente em 1953, após um demorado e agressivo processo de edição — que excluiu trechos e acrescentou ressalvas do editor a boa parte do texto original —, o romance nasceu da experiência de William S. Burroughs, escritor beat de primeira hora, com drogas pesadas. Sexo casual, violência e aliciamento também estão presentes na narrativa dos anos em que o autor passou de usuário esporádico a dependente e traficante bissexto de morfina. Aqui estão narradas de maneira clara e direta as artimanhas dos junkies para conseguir uma receita controlada, a fragilidade de seu código de conduta quando os estoques da droga chegam ao fim, as viagens em busca de ambientes mais propícios ao vício, como o México, onde o preço do grama era menor. Tudo em Junky gira em torno de mostrar por que a “droga pesada não é um meio de aumentar o prazer de viver, [...] não é um barato. É um meio de vida”. Esta edição definitiva traz a versão original do texto, sem as interferências que por décadas nublaram o vigor deste pequeno clássico do nosso tempo.
Os anjos bons da nossa natureza, de Steven Pinker (Trad. Bernardo Joffily e Laura Teixeira Motta)
Ao longo de sua existência, a humanidade exibiu uma notável tendência de redução do comportamento agressivo, com as taxas de mortes por violência caindo exponencialmente no decorrer dos séculos. Quais sãos as razões dessa mudança? Por que é tão difícil acreditar que vivemos num mundo menos violento hoje? Steven Pinker, um dos cientistas mais importantes da atualidade, delineia neste livro a mais abrangente e coerente teoria sobre por que as estatísticas de violência são hoje tão menores que no passado, jogando luz sobre como as agressões que o futuro reserva podem ser evitadas.
Fervor das vanguardas, de Jorge Schwartz
Entre as décadas de 1920 e 1930, a América Latina foi varrida por uma onda de irresistível renovação cultural. No rastro da urbanização, suas pequenas mas combativas vanguardas de escritores, arquitetos, músicos e artistas visuais já não se contentavam com os modelos estéticos servilmente copiados da Europa. Esses pioneiros se voltaram para o substrato “primitivo” das tradições criollas, indígenas e afro-americanas com o ambicioso projeto de fundar uma arte original, ao mesmo tempo enraizada em valores nacionais e conectada com as recentes tendências estrangeiras. Nesta seleção de textos sobre o período mais irrequieto das vanguardas latino-americanas, Jorge Schwartz aborda com uma penetrante visada interdisciplinar o melhor da produção de artistas-chave como Oswald de Andrade, Xul Solar, Joaquín Torres García, Lasar Segall e Oliverio Girondo. O autor analisa a mútua fertilização entre palavra e imagem, assim como os pontos de contato e afastamento entre os modernistas brasileiros e seus confrades hispano-americanos.
Os amores difíceis, de Italo Calvino (Trad. Raquel Ramalhete)
Um soldado tímido tenta seduzir uma viúva durante uma viagem de trem; uma respeitável senhora vive o drama de perder a parte de baixo de seu biquíni no mar quando a praia está cheia; um leitor oscila entre a realidade da ficção e a fantasia da realidade; um míope enfrenta as agruras do uso de óculos; uma esposa descobre o adultério e o mundo no botequim da esquina; um bandido e o sargento que o procura resolvem passar a noite na cama da mesma prostituta. Apesar dos temas diversos, nesses contos encontramos sempre um desenho geométrico, um jogo combinatório, uma estrutura de simetrias e oposições em que as peças dialogam em cadência de balé. Não à toa, após a leitura desse livro a escritora canadense Margaret Atwood passou a considerar Calvino o maior escritor italiano do século XX.
Editora Paralela
A arte de ouvir o coração, de Jan-Philipp Sendker (Trad. Carolina Caires Coelho)
Uma história de amor comovente e inspiradora, A arte de ouvir o coração vai ensiná-lo a ver o mundo de outra forma. Um bem-sucedido advogado de Nova York desaparece de repente sem deixar vestígios, e sem que sua família tenha qualquer ideia de onde ele possa estar. Isso até o dia em que Julia, sua filha, encontra uma carta de amor que ele escreveu há muitos anos para uma mulher birmanesa da qual nunca tinha ouvido falar. Com a intenção de resolver o mistério e descobrir enfim o passado de seu pai, Julia decide viajar para a aldeia onde a mulher morava. Lá, ela descobre histórias de um sofrimento inimaginável, a resistência e a paixão que irão reafirmar a crença mo poder que o amor tem de mover montanhas.
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