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Clube do Livro da Liga: Red Hill, de Jamie McGuire e Verus Editora (Grupo Editorial Record)

Red Hill
Jamie McGuire - Verus Editora / Grupo Editorial Record
Tradução: Ana Death Duarte
350 páginas - 2015 - R$39,00 - comprar

Sinopse:
"Uma história de zumbis e relações humanas da autora best-seller de Belo Desastre.
Para Scarlet, cuidar de suas duas filhas sozinha significa que lutar pelo amanhã é uma batalha diária. Nathan tem uma mulher, mas não se lembra o que é estar apaixonado; a única coisa que faz a volta para casa valer a pena é sua filha Zoe. A maior preocupação de Miranda é saber se seu carro tem espaço suficiente para sua irmã e seus amigos irem viajar no fim de semana, escapando das provas finais da faculdade.
Quando a notícia de uma epidemia mortal se espalha, essas pessoas comuns se deparam com situações extraordinárias e, de repente, seus destinos se misturam. Percebendo que não conseguiriam fugir do perigo, Scarlet, Nathan, e Miranda procuram desesperadamente por abrigo no mesmo rancho isolado, o Red Hill. Emoções estão a flor da pele quando novos e velhos relacionamentos são testados diante do terrível inimigo – um inimigo que já não se lembra mais o que é ser humano.
O que acontece quando aquele por quem você morreria, se transforma naquele que pode lhe destruir? Red Hill prende desde a primeira página e é impossível deixa-lo até o final surpreendente. Este é o melhor da autora Jamie McGuire!"

Clube do Livro da Liga: Minha experiência de leitura em grupo
Esta foi a escolha de leitura, debate e resenha do Clube da Liga para o mês de maio. Esperava uma leitura tensa, porque geralmente ficção apocalíptica (ou pós-apocalíptica / distópica) me deixa inquieta, reflexiva e mergulhada na trama. O livro é bom, porém não me impressionou. No entanto, o problema não é de Jamie McGuire, porque ela escreve bem e Red Hill é bom. O problema é que sou fã de zumbis, especialmente da franquia The Walking Dead, além de gostar de Resident Evil e outras obras como Guerra Mundial Z e Eu Sou a Lenda. Então possuo alguns itens de trama e estilo já entranhados em mim e em Red Hill encontramos uma história com zumbis mais branda.
A experiência da leitura em grupo foi essencial para mim, porque em meu grupo de amigos blogueiros temos gostos variados. Dentre os membros basicamente temos fãs de ficção zumbi, leitores pouco experientes nesse universo e leitores que desgostam do gênero. Precisei das opiniões deles, especialmente do último tipo, pois sabia que poderiam ampliar meus horizontes e auxiliar minha visão sobre a obra. Justamente por não serem fãs de zumbis estava ansiosa por suas opiniões.
Alguns se confundiram no começo com a quantidade de personagens, mas logo se ambientaram. Justamente esse ponto do enredo, embora particularmente ache que existam coincidências demais no desenvolvimento, é positivo. A forma como todas as histórias se interligam ao rancho Red Hill foi interessante para meus amigos leitores.
Outro ponto em que todos parecem concordar é que as questões familiares são boas, especialmente a preocupação emocionante de Scarlet com suas filhas. Os relacionamentos são mais importantes que o apocalipse zumbi em si.

Resenha:
Red Hill é o novo livro de Jamie Mcguire, conhecida no Brasil pela série Belo Desastre (Beautiful Desaster). Originalmente publicado em inglês em 2013, a Verus Editora (do Grupo Editorial Record) traz a obra ao Brasil em maio de 2015. Não sei se a autora pretende transformar o livro em série, pois pesquisei e vi que outra obra foi publicada no ano passado em inglês: Among Monsters (Entre Monstros, em tradução literal) é um spin-off que mostra eventos simultâneos aos de Red Hill.
Este foi meu primeiro contato com o trabalho de Jamie McGuire, autora best-seller de New Adult. Geralmente este gênero não me agrada (salvo quando apresenta mais um fator literário além do próprio New Adult), então ainda não li Belo Desastre. Quando vi que a obra de horror da autora estava chegando ao Brasil me empolguei para conhecer a escrita dela por Red Hill, que é mais do meu agrado. Portanto, não posso comparar este livro às publicações anteriores, mas observo que é interessante uma autora expandir seu trabalho para outros gêneros ou estilos. Ela possui um público sólido e amplo. Então sair da trama romântica e sexy e publicar um livro de zumbis é fazer a maioria de seus leitores sair da zona de conforto e, talvez, conquistar novos leitores.
A capa é a original, linda e harmônica com o título. Red Hill ao pé da letra seria algo como Morro Vermelho ou Colina Vermelha. Embora o cenário exista fisicamente na história, Red Hill é o nome do rancho procurado por pessoas diferentes em meio a um apocalipse zumbi.

A narrativa é em terceira pessoa e se alterna entre Scarlet, Nathan e Miranda. A primeira se destaca inicialmente e sob minha interpretação é a protagonista, tornando-se a líder do grupo de sobreviventes. Gostei de ver duas mulheres entre três personagens principais em um livro sobre zumbis, visto que personagens femininas costumam ser minoria ou estar em plano inferior ao masculino. Scarlet e Miranda são duronas, não duvide da coragem ou habilidades delas.
Não tive problemas em acompanhar esta alternância, mas para vários leitores ela pode ser confusa no começo. Embora a narrativa seja linear, em certos momentos senti um pouco de incompatibilidade cronológica de algumas cenas, porém nada muito notável.
Isso ocorre porque Scarlet, Miranda e Nathan estão separados quando a epidemia fatal e inédita chega aos Estados Unidos e o caos se instala. Scarlet está trabalhando no hospital enquanto as duas filhas viajaram; Miranda também está aproveitando para viajar, no caso com o namorado, sua irmã e seu cunhado; Nathan se dirige até a escola para buscar sua filha pequena. Com a explosão de um vírus que transforma humanos em mortos-vivos, os três procuram um refúgio. O destino é Red Hill, um tranquilo rancho fora da cidade. Ele pode ser a proteção para eles, mas para isso, uma pequena batalha precisa ser superada: O caminho até lá.
Quando Red Hill entra em cena, histórias paralelas se fundem e a trama fica muito fácil de ser acompanhada. Será que os sobreviventes que alcançam o local conseguirão se manter vivos e bem?

A autora não inova nos itens que compõem o apocalipse zumbi. A forma como supostamente o vírus surgiu é interessante. A contaminação, a transformação das pessoas após a morte, as mordidas, a aparência e fisiologia dos zumbis, como se deve liquidá-los - tudo já anteriormente mostrado em outras obras - não há novidade.
Notei um pouco de sarcasmo em relação a isso, principalmente através das opiniões das próprias personagens. Elas ironizam sobre como é complicado matar um zumbi na prática. É difícil acertar de primeira um tiro na cabeça a distância; quase impossível rachar um crânio em uma luta corporal com uma faca; será que zumbis enxergam no escuro?; sentem o cheiro dos vivos?; sabem nadar ou escalar?; e encontrar e organizar suprimentos e armamento? As personagens ironizam como a ficção mostrou como se deve matar um zumbi e sobreviver a um apocalipse, porém, na realidade, todo o "conhecimento" que a indústria do entretenimento apresentou, não serve.
Se a autora não inova, o que Red Hill traz de interessante? Os relacionamentos interpessoais. Pessoas psicologicamente abaladas. Pessoas diferentes, que antes não se conheciam e que são obrigadas a viver juntas. Laços nascem, crescem ou se enfraquecem. O conceito de família muda. A autora explora especialmente os relacionamentos entre pais, mães e filhos. Relações amorosas também são apresentadas e desenvolvidas. O amor precisa resistir ao fim do mundo. E além dele, a esperança.

Gostei das personagens e me apeguei a elas (até demais), porém, Red Hill não foi uma leitura impressionante para mim. Me comovi com as histórias, especialmente o amor de Scarlet por suas filhas e de Nathan pela sua; os romances e amores... e  esperança de cada um.
Particularmente, alguns itens do enredo não funcionaram bem. Percebi algumas falhas, especialmente sobre o começo da epidemia e o clímax / final do livro. Não posso deixar spoilers, porém encontrei fatores com os quais discordei. É uma obra ficcional e a autora tem a liberdade de dar o rumo que preferir à trama, entretanto, muitas coisas foram incompatíveis ou irreais para mim. Ironicamente, como discordei de várias coisas, as mesmas me surpreenderam, mesmo que negativamente, porque não esperava pelo final.
As cenas com os zumbis são regulares, porém sempre espero por mais. Por grande ação, criatividade, um mínimo de violência e choque. Red Hill é mais leve. Brando demais para os experientes em ficção de zumbis. O livro mantém bom nível de suspense e apresenta mortes, o leitor gostando ou não.
Se você é fã de zumbis, busca por livro de horror pesado e tem estômago forte, talvez Red Hill não seja o ideal para você. Leitores peritos em zumbis a procura de novidade provavelmente irão ficar insatisfeitos.
Recomendo Red Hill para quem deseja iniciar na ficção sobre zumbis, mas desgosta do excesso de sangue e violência. É um bom livro para quem quer uma leitura de apocalipse leve, sem o peso de reflexões profundas, mas com muita emoção e relações cativantes. Será interessante para quem nunca leu um livro de zumbi ou para leitores que pretendem ingressar, aos poucos, nesse universo.

A autora:
Além de Belo desastre, que já foi traduzido em onze idiomas, Jamie McGuire escreveu a série de sucesso Providence. Seu novo livro no Brasil é Red Hill.
Ela vive em Enid, Oklahoma, nos Estados Unidos, com os três filhos e o marido, um verdadeiro caubói. Eles dividem suas terras com quatro cavalos, quatro cachorros e um gato.
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Esta é a coluna O Clube do Livro da Liga, grupo formado por amigos que resolveram arriscar uma leitura coletiva e se surpreenderam com a interação que foi proporcionada. Temos muitos gostos e ideias em comum, além de muitas discussões e risadas. Ninguém nunca irá nos entender, ainda bem.


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2 comentários

  1. Quero muito ler esse livro. Já que eu adorei Belo Desastre quero experimentar outros titulos da autora!
    Ainda mais com zumbis. Vou morrer de medo! kkkk


    http://www.luadesangue.com.br/

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  2. Oi, Tati!
    Assim como você também sou fã de The Walking Dead e afins, por isso teria a mesma opinião, com certeza, quanto a Red Hill. Não curtiria por ele ser mais leve no quesito zumbis e violência, mas é uma boa da autora inovar no gênero e chamar atenção pra outro tipo de leitores.
    Sua resenha tá excelente como sempre! Bjos <3

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