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As Espiãs do Dia D, de Ken Follett e Editora Arqueiro

As Espiãs do Dia D (Jackdaws)
Ken Follett - Arqueiro
448 páginas - 2015 (nova edição) - R$44,90 (impresso) e R$29,99 (e-Book)
Tradução: Marcelo Mendes
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Sinopse:
"Para a oficial inglesa Felicity Clairet, nunca houve tanto em jogo. Ela sabe que a capacidade de Hitler repelir um ataque depende de suas linhas de comunicação. Assim, a dias da invasão pelos Aliados, não há meta mais importante que inutilizar a maior central telefônica da Europa, alojada num palácio na cidade de Sainte-Cécile.
Porém, além de altamente vigiado, esse ponto estratégico é à prova de bombardeios. Quando Felicity e o marido, um dos líderes da Resistência francesa, tentam um ataque direto, Michel é baleado e seu grupo, dizimado.
Abalada pelas baixas sofridas e com sua credibilidade posta em questão por seus superiores, a oficial recebe uma última chance. Ela tem nove dias para formar uma equipe de mulheres e entrar no palácio sob o disfarce de faxineiras.
Arriscando a vida para salvar milhões de pessoas, a equipe Jackdaws tentará explodir a fortaleza e aniquilar qualquer chance de comunicação alemã – mesmo sabendo que o inimigo pode estar à sua espera.
As Espiãs do Dia D é um thriller de ritmo cinematográfico inspirado na vida real. Lançado originalmente como Jackdaws, traz os personagens marcantes e a narrativa detalhada de Ken Follett."

Resenha:

Há muito queria conhecer o trabalho de Ken Follett, famoso no Brasil pelas obras O Buraco da Agulha, Os Pilares da Terra, a trilogia O Século, As Espiãs do Dia D, Um Lugar Chamado Liberdade e o mais recente, Mundo sem Fim. Ele já vendeu mais de 150 milhões de exemplares no mundo e ao me decidir por qual livro começar, me deparei com obras longas. Não fujo de livro grosso, porém receava não gostar do estilo do autor e me perder em leitura enfadonha. Escolhi então As Espiãs do Dia D, por possuir apenas 448 páginas e por apresentar uma sinopse particularmente tão atraente para mim; foi impossível resistir. E adorei!
Originalmente publicado em inglês em janeiro de 2001, Jackdaws recebeu diversas edições em muitos idiomas e críticas positivas importantes. O livro estreou em 2002 no Brasil pela Editora Rocco com o título original (Jackdaws), até que em 2015 a Editora Arqueiro adquiriu os direitos e publicou novíssima edição, com nova tradução, capa mais bonita e vendável e o mais importante: Trocou o título para melhor compreensão do conteúdo. Afinal, para a pessoa na livraria, ao olhar o livro pela primeira vez, o que faz mais sentido e atrai mais? Jackdaws ou As Espiãs do Dia D? Ambos os títulos combinam, mas prefiro o atual. Remete logo à Segunda  Guerra Mundial, espionagem, suspense. A Arqueiro caprichou na edição com exemplar com orelhas, páginas amareladas e boas revisão e diagramação.
O livro é um romance histórico baseado em fatos reais, recheado de detalhes culturais, sociais, históricos e militares. É também um suspense, podendo até mesmo ser catalogado como thriller histórico.
Se aprofunda na parte técnica e didática de modo atraente e superinteressante, sem se tornar cansativo ou complicado. Simplesmente me apaixonei pela escrita de Ken Follett e este livro me marcou de modo especial, porque além de me interessar por romances históricos envolvendo as Primeira e Segunda Guerras, é um livro que destaca as mulheres.


A equipe Jackdaws (tradução literal: gralhas) é formada exclusivamente por mulheres, agentes secretas que combatem o Nazismo ao lado dos Aliados e no centro da Resistência Francesa. Por isso são as espiãs do Dia D: Suas ações, dentre derrotas e vitórias, facilitaram a invasão dos Aliados à França (invadida pela Alemanha), o chamado Dia D (06 de junho de 1944). Este evento foi o começo da libertação da Europa da ocupação Nazista durante a Segunda Guerra Mundial.
O livro é dividido em dez partes conforme o dia. Cada uma corresponde a um dia, iniciando em 28 de maio de 1944 e terminando em 05 de junho de 1944 (véspera do Dia D). Há ainda um epílogo que se passa em 1945.
O autor se inspirou na história de Pearl Witherington, uma mensageira treinada pelo serviço secreto inglês e comandante de missões de sabotagem ao Governo Nazista. Ela liderou cerca de 1.500 guerrilheiros clandestinos da Resistência.
Embora Follett tenha criado uma trama diferente, acho digno informar de onde veio sua ideia. Até para servir como uma das provas de que as muitas mulheres, mesmo não indo para o front, lutavam nas Guerras. Raramente os registros históricos incluem seus feitos e nomes. Quase nunca elas recebiam condecorações de acordo com seus feitos.
Outro livro que a Editora Arqueiro publicou recentemente acerca do assunto é O Rouxinol (Kristin Hannah, 2015, resenha aqui), embora As Espiãs do Dia D seja mais amplo e convincente conteúdo histórico. O Rouxinol também leva como inspiração uma mulher real (Andrée de Jongh). Temos ainda exemplos como Irena Sendler e Edith Cavell. Portanto, mulheres agindo secretamente (ou discretamente) em guerras é um assunto interessante e que vem ganhando destaque. Se você também acha isso bacana precisa desse livro: Tem uma equipe inteira de mulheres fortes, corajosas e superando obstáculos, medo e limitações em prol da liberdade e paz.


A narrativa é em terceira pessoa e quase sempre estando sob o ponto de vista da protagonista Felicity "Flick" Clairet (codinome Leoparda). Outra personagem que recebe quase o mesmo destaque em mostrar sua perspectiva e visão é seu maior rival: o alemão Major Dieter Franck, do estado-maior do marechal de campo Rommel. O autor mostra outras visões de variadas personagens, mas com destaque inferior, pois o foco é Flick versus Dieter. Ou seja: Dieter procura caçar a Leoparda e esta precisa completar uma missão quase impossível. A ironia é que embora Dieter sinta repulsa e ódio por Flick, ele, de certa forma, a admira pelos feitos incríveis "típicos de homens, não de mulheres" (pensamentos dele).
A heroína é inglesa, major e para todos os efeitos "pertence ao Regimento de Enfermagem e Primeiros Socorros do Exército Britânico". É casada com o francês Michel, um dos líderes da Resistência francesa, chefe da célula Bollinger. Na realidade ela começou como mensageira e se tornou líder tática e em campo, lembrando que na Resistência as patentes não existiam, embora houvesse hierarquia. Ela é a Leoparda, o que mais importa!
Após o fracasso na tentativa da célula Bollinger em explodir a principal central telefônica dos nazistas na França, em Sainte-Cécile, Flick recebe uma última chance dos Aliados: Espionar, formar sua equipe, discretamente invadir o local e explodir o que for necessário para cortar as comunicações dos alemães, forçando-os a utilizar outros métodos, estes interceptáveis. Mas como?
Flick cria seu próprio plano, porém tem apenas nove dias para convencer seus superiores a autorizá-la e apoiá-la; a recrutar e treinar a equipe; e executar o planejamento - tudo isso sem ser capturada, pois se torna a mulher mais procurada pelos nazistas locais.
Esse é o ponto de partida da trama: Após uma enorme falha, uma missão essencial para auxiliar o sucesso do Dia D é planejada e liderada por uma mulher e sua equipe Jackdaws, formada por mulheres diferentes, exóticas e que conquistam o(a) leitor(a).


A obra prova como a ficção pode ser feminista e agradar a todo o público que aprecia o gênero (no caso, romance/thriller histórico). Mostra excelente representatividade sem forçar a situação. Escrito por um homem visivelmente preocupado com estes detalhes. Provavelmente ele realizou uma pesquisa histórica incrível, cansativa e riquíssima. Ele mostra a espionagem e tortura durante a Segunda Guerra, a força e a organização da Resistência ao Nazismo e, ainda assim faz o livro passar nos testes que poucas obras de ficção passam: Teste de Bechdel, Teste Mako Mori, Teste Ellen Willis e Teste Russo! (Caso não conheça os testes clique aqui e se informe).
Temos mulheres de vários tipos físicos, psicológicos e de variadas personalidades; temos lésbicas, uma transformista, uma cigana e uma mais velha. As Jackdaws arrasam! Follett quase conseguiu um time perfeito em representatividade. Conheça um pouco das Jackdaws além da Flick, a Leoparda:
Diana Coldfield é uma aristocrata inglesa estranha, filha do patrão da mãe de Flick; elas cresceram juntas; excelente caçadora, ótima em atirar. Maude Valentine é anglo-francesa, muito fantasiosa, namoradeira, manipuladora e sonhadora. Rubi Romain (minha preferida após Flick) é uma cigana ex-presidiária homicida muito astuta, resistente, boa em improvisos, mas de pavio curto. Lady Denise Bowyer é outra aristocrata filha de marquês, mais exótica que Diana. Seu recrutamento é o mais estranho e polêmico. Geraldine "Jelly" Knight é canadense e a mais velha de todas; supera suas limitações da idade, além de ser a especialista em explosivos, uma arrombadora de cofres. Greta Gabo ou Gerhard O'Reilly é anglo-alemã e cantora transformista que odeia os nazistas. E, juntamente a Jelly possui uma aptidão essencial: é engenheira especializada em telefonia.
Temos mais mulheres na trama, como Mademoiselle Lemas, Geneviève e Gilberte, mulheres da Resistência Francesa. Mas quem se destacou foi outra francesa: a chapeleira enigmática e aparentemente supérflua e frágil Stephánie, uma personagem que surpreende.
Além de Michel e Dieter há personagens masculinas importantes. Do lado nazista: Hans Hesse, o braço direito de Dieter, e Willi Weber, oficial da Gestapo ex-colega policial de Dieter. E do lado dos Aliados, os dirigentes da Executiva de Operações Especiais: o inglês Percy Thwaite, figura paternal para Flick, embora seu superior. Paul Chancellor (destaque dentre os homens), oficial do Exército dos Estados Unidos e assessor de Sir Bernard Montgomery, o general comandante britânico.


Jackdaws é um grupo que convence o(a) leitor(a) a acompanhá-las em sua missão quase suicida, ultrassecreta e essencial para o sucesso do Dia D. O clímax é eletrizante e o desfecho, glorioso e emocionante. A base da história é o recrutamento e treinamento das espiãs e todo o planejamento da operação. Nos últimos capítulos é que encontramos a prova real, a missão em si.
Livro recheado de informações e curiosidades! Seu coração vai acelerar e você encontrará um texto descritivo incrivelmente convincente. Vai se sentir lá. Follett transportará você a uma aventura arrebatadora e causará uma série de reflexões sobre como as guerras são duras, devastadoras e horríveis, mas que nem todas as pessoas a aceitam e se escondem. Muitos lutam não pela derrota do inimigo, mas pela vitória da paz.

"Cinquenta mulheres inglesas foram enviadas à França como agentes secretas durante a Segunda Guerra Mundial. Trinta e seis sobreviveram. As outras quatorze deram suas vidas. Este livro é dedicado a todas elas." - Ken Follett.



O autor:
Ken Follett irrompeu no cenário da literatura aos 27 anos, com O Buraco da Agulha, thriller premiado que chegou ao topo das listas de mais vendidos em vários países. Depois de outros sucessos do gênero, surpreendeu a todos com Os Pilares da Terra, um romance sobre a construção de uma catedral na Idade Média que até hoje, mais de 20 anos após seu lançamento, continua encantando o público mundo afora.
Pela Arqueiro, publicou também a trilogia O Século, além de Um Lugar Chamado Liberdade e As Espiãs do Dia D.
Suas obras já venderam mais de 150 milhões de exemplares no mundo. O autor vive na Inglaterra com a mulher, Barbara Follett.
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3 comentários

  1. Nossa, finalmente uma resenha com foto da diagramação, tive que entrar em umas 30 resenhas pra achar essa foto.
    A propósito, a resenha ficou ótima.

    Beijos.

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    1. Oi, alexia, que bom que minha resenha foi útil para você! Procuro sempre colocar uma foto do interior do livro para quem não o viu em mãos poder ter uma ideia da página, diagramação, fonte, margem... Beijos.

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    2. Oi, alexia, que bom que minha resenha foi útil para você! Procuro sempre colocar uma foto do interior do livro para quem não o viu em mãos poder ter uma ideia da página, diagramação, fonte, margem... Beijos.

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