Inveja, Leviathan
Série VII Demônios - volume 1
Autores: Alliah, Eriwelton Alves, Davi M. Gonzales, Evandro Guerra, Fabiane Guimarães, Ghad Arddhu, George Amaral, Lemos Milani, Leona Volpe, Maurício Pessoa Pecin, Raphael Montes, Richard Diegues (convidado), Sheilla Liz e Valentina Silva Ferreira.
Organização: M. D. Amado e Celly Borges.
176 páginas - Ano: 2012 - Editora Estronho - deR$35,00 por R$28,00
Sinopse:
"Leviatã (ou Leviathan) é um monstro marinho do caos primitivo mencionado na Bíblia – é a encarnação da ordem oposta a Deus –, cujas origens remontariam à mitologia fenícia, e foi derrotado na criação.
Feiticeiros podem despertar o Leviatã, e só no fim dos tempos Deus o destruirá definitivamente. O monstro do caos também é chamado de Raab – encarnação das águas primordiais, vencido pelo Criador. Também era o nome simbólico do Egito – ou “Dragão” – em muitas culturas o dragão encarna poderes primordiais hostis a Deus e no Antigo Testamento encarna a continuação da ação do caos que existia antes do mundo.
É um poderoso animal aquático e criatura.
No Apocalipse, a ideia desse ser mítico serve para representar Satanás. O Dragão personifica o mal, inimigo de Deus, trata-se do egoísmo, orgulho, autossuficiência que deformam os indivíduos e os grupos sociais. Ele é sanguinário (vermelho), tem pleno poder sobre os impérios do mundo (sete cabeças e sete diademas), mas sua força é relativa e imperfeita (dez chifres). Às vezes também é retratado como crocodilo."
Links: Estronho | Livraria Estronho | degustação | Skoob | Facebook
Conto a conto:
A série VII Demônios:
Em 1589, o demonologista e teólogo Peter Binsfeld, fez a ligação de cada um dos pecados capitais a um demônio, que supostamente seria o responsável por invocar tais pecados. O padre, que esteve envolvido nas caças às bruxas, autor de A Confissão de Warlocks e Bruxas, afirmou ainda que outros demônios poderiam invocar o pecado, como Lilith por exemplo.
Na Série VII Demônios, o desafio dos autores foi o de criar contos envolvendo cada um dos sete pecados, com um toque especial, preferencialmente voltado à literatura fantástica.
A série foi divida em sete volumes, sendo um para cada demônio/pecado.
As cores das capas representam cada pecado. Existem algumas divergências quanto ao uso de cada cor, por parte dos pesquisadores e místicos. No entanto, escolhemos para a série, a combinação de cores que tem maior número de "defensores".
Resenha:
Li primeiramente o livro Gula, Belzebu, desta mesma série e somente depois percebi que o volume um é o Inveja, Leviathan. Acho que fui gulosa e não percebi este detalhe. De qualquer forma, a série, que será constituída por sete volumes no total, cada um voltado à um pecado capital e seu respectivo demônio, não necessita ser lida em ordem alguma; cada livro de contos é independente e o leitor pode escolher qual lerá, na ordem que preferir. Então não pequei.
Aconselho: se gostar de Gula ou Inveja, leia o outro, pois ambos possuem o mesmo estilo e qualidade, tanto na parte gráfica quanto literária e formarão uma bela coleção juntamente com os cinco próximos se a Estronho mantiver o mesmo trabalho.
Como expliquei na resenha de Gula, Belzebu, não tinha gostado muito das capas pelas imagens vistas pela internet, porém com os livros em mãos, as adorei. Muitos detalhes que tudo tem a ver com o tema, imagens medievais.
A única diferença entre Gula e Inveja é que Inveja possui algumas páginas a mais. A própria introdução sobre Leviathan ocupa duas páginas, enquanto a de Belzebu apenas uma. Inveja possui um conto a mais. Alguns autores possuem contos em ambos os livros: Valentina Silva Ferreira, Lemos Milani, Raphael Montes, Fabiane Guimarães e Ghad Arddhu. As diferenças são bem leves, os dois volumes seguem um padrão.
Antes de cada conto, as informações sobre o autor(a) estão presentes, exceto no terceiro conto, onde consta apenas o nome da autora, porque ela não enviou sua biografia, a editora me informou sobre isso.
O livro está excelente na revisão e diagramação. Adoro os detalhes enfeitando as páginas e as figuras de ares medievais.
O primeiro conto é um dos melhores. Na verdade gostei mais do início do livro que do final. O título é As Irmãs Valia, Velma e Vanda e foi escrito por Raphael Montes. Uma leitura inesperada que prende a atenção a cada linha e transforma o amor em inveja. A admiração pelas irmãs perde para o ego. Qual delas será a pecadora? Surpreendente.
Uma villa fria, que me parece ser a mesma presente no conto Banquete em Gula, Belzebu, escrito pelo mesmo autor.
Além de excelentemente bem escrito, narrado em primeira pessoa e mergulhando o leitor em odores, texturas e sensações, o conto O Ferro é a Palha, o Bronze Pau Podre é uma surpresa. Não esperava encontrar uma história tão criativa e diferente dentro da temática inveja/Leviathan.
Richard Diegues me fez lembrar de algumas histórias em quadrinhos adultas, principalmente Hellblazer (com John Constantine).
Mesmo desconfiando do segredo e do desfecho da história, o texto não deixa de ser sensacional.
Embora não tenha gostado muito do conto de Fabiane Guimarães em Gula, Belzebu, eu adorei este em Inveja, Leviathan por completo! Duas Vezes Ana é excelente, inquietante, maduro e de texto fluido.
Mais um conto da Valentina Silva Ferreira que combina o charmoso português de Portugal, à genialidade de seu uso e almas e mentes sofridas de personagens que são levados à hediondos crimes. Em Chora, Mia, Chora, assim como em seu livro Distúrbio ou outros contos que li da autora, senti diversas reações físicas e emocionais durante a leitura.
Desta vez, por mais que a protagonista seja uma serial-killer motivada pela inveja, existe outro sentimento sinistro por detrás de seus atos. Embora isto nunca sirva como justificativa, por um momento me provocou pena dela. Senti pena e ódio ao mesmo tempo. Realista e provocante. Uma crítica aos padrões de beleza impostos pela sociedade, mídia, cultura.
Em Pablo, meu Querido Irmão, a narrativa é ágil misturando o misticismo oculto africano à história de uma família próspera de cinco irmãos. Uma família estrangeira trabalha na propriedade dessa família protagonista e fatos negativos começam a ocorrer com um dos irmãos.
Interessante a história ser contada de forma perfeita e pelo irmão corretamente escolhido por Davi M. Gonzales. Maldição e muito mistério que realmente só é desvendado na última linha.
Certamente um dos contos mais originais e criativos que já li. Lemos Milani desconcerta e surpreende o leitor completamente na escolha do narrador em Inumana. E com maestria os fatos nos são contados com riqueza, de forma dinâmica e em formato de depoimento.
A inveja presente neste conto é formidável e o destino de todos que sofrem por ela ou com ela é interessante. Início e final ótimos, que se encaixam harmoniosamente com a história em si.
O Círculo do Demônio é um conto feito para quem curte histórias de cavaleiros, com batalhas, intrigas e dragões. Evandro Guerra apresenta o Reino de Inarc protegido por sua elite de guerreiros: Os Chacais com suas vestes negras. Mais alguns ingredientes da trama: Os misteriosos "folhas" atacam o Reino, uma princesa decidida e de personalidade definida e dois primos que são mais que irmãos sofrem fatalidades, a intervenção do demônio e da inveja em suas vidas.
Excelente conto; somente achei desnecessária a breve introdução.
Apesar de a inveja ser o pecado principal de Desejo de Pecar é interessante perceber como outros pecados aparecem discretamente interligados a ela, como a ira, a avareza e até mesmo levemente a gula; mas sempre regidos pela inveja.
Uma história de honra, com morte, sofrimento, lutas, sangue, zumbis e demônios. Ótimo conto de Eriwelton Alves.
Embora O Lago seja um conto com boas descrições e narrativa bem elaborada em terceira pessoa, a história não me prendeu a atenção como as anteriores, salvo pelo detalhe de As Viúvas, o ponto mais interessante. Mesmo com elementos fantásticos, com muita ação e o uso do pecado da inveja e do Leviathan não me empolguei muito com a história de Leona Volpe, apesar de seu bom trabalho.
O Veneno da Alma é uma história com muitas reviravoltas e surpresas. Além da inveja da protagonista que a leva a cometer atos horrendos, um pacto dela com Leviathan está selado e seu prêmio, montado aos poucos. E isso assusta!
Porém além das vítimas existe mais uma personagem enigmática. Um conto macabro com término inesperado escrito por Maurício Pessoa Pecin.
Em seguida, um conto curto e ousado escrito por Alliah: Fogo Negro. A inveja é elevada a um nível extremo e sem retorno. Existe um sutil e sagaz simbolismo com o lagarto e o conto leva o leitor a refletir sobre como às vezes inveja-se algo que na realidade é bem diferente do que vemos.
Momentos Engarrafados é o conto mais criativo no título que se inicia com um ar de crônica, mostrando o cotidiano de um condomínio onde cada apartamento inveja o outro.
A calmaria interrompida por um desastre e seres e fatos misteriosos é percebida somente pelo protagonista, alvo e gerador de inveja.
Um conto bem escrito por George Amaral, que junta o fantástico à normalidade de vidas habituais e não deixa o leitor se esquecer que essa inveja pequena e tão comum entre vizinhos pode ser a mais incômoda.
Sheilla Liz traz um conto com ambientação indígena brasileira de 1865. Em O Fruto de Abarondê ela mostra o encontro entre homens brancos estrangeiros e índios locais que nunca haviam tido contato com estrangeiros.
História narrada por uma índia, e ela mostra como a inveja veio trazida pelos homens de fora, uma palavra e sentimento antes inexistente na tribo. Dominada ela própria pela inveja, conta detalhes macabros.
Ótimo conto com final que choca. Possui um sumário do final para compreendermos os termos indígenas, gostei.
O último conto é O Obsessor no Caminho Ígneo do Bodisatva. Uma mistura de Ficção Científica com magia num conto excelente e bastante atraente. Ghad Arddhu criou toda a ambientação e fantasia de forma concreta e original, trazendo à tona a batalha do bem contra o mal, este é a mais pura inveja personificada através de Leviathan. O protagonista mostra ao leitor, além de poderes fenomenais, o oposto da inveja, a única forma de vencer esse vil sentimento.
O autor utiliza da ficção para deixar uma bonita mensagem contra a inveja, de forma discreta e finalizando muito bem o livro.
Inveja, Leviathan é tão bom quanto Gula, Belzebu, embora eu tenha pessoalmente preferido Gula. A Estronho está de parabéns com o trabalho realizado nos dois primeiros volumes, me deixando com maiores expectativas para os próximos!
Contos que mais gostei: As Irmãs Valior, Velma e Vanda; O Ferro é a Palha, o Feltro a Madeira; Duas Vezes Ana; Chora, Mia, Chora; Inumana; e Momentos Engarrafados.
Sorteio:
O livro está sendo sorteado dentro de um kit incrível cedido pela Editora Estronho no 1º aniversário do blogue. Não deixe de participar! Quem deixar um comentário aqui na resenha com conteúdo ganha mais pontos lá no formulário da promoção!
Série VII Demônios - volume 1
Autores: Alliah, Eriwelton Alves, Davi M. Gonzales, Evandro Guerra, Fabiane Guimarães, Ghad Arddhu, George Amaral, Lemos Milani, Leona Volpe, Maurício Pessoa Pecin, Raphael Montes, Richard Diegues (convidado), Sheilla Liz e Valentina Silva Ferreira.
Organização: M. D. Amado e Celly Borges.
176 páginas - Ano: 2012 - Editora Estronho - de
Sinopse:
"Leviatã (ou Leviathan) é um monstro marinho do caos primitivo mencionado na Bíblia – é a encarnação da ordem oposta a Deus –, cujas origens remontariam à mitologia fenícia, e foi derrotado na criação.
Feiticeiros podem despertar o Leviatã, e só no fim dos tempos Deus o destruirá definitivamente. O monstro do caos também é chamado de Raab – encarnação das águas primordiais, vencido pelo Criador. Também era o nome simbólico do Egito – ou “Dragão” – em muitas culturas o dragão encarna poderes primordiais hostis a Deus e no Antigo Testamento encarna a continuação da ação do caos que existia antes do mundo.
É um poderoso animal aquático e criatura.
No Apocalipse, a ideia desse ser mítico serve para representar Satanás. O Dragão personifica o mal, inimigo de Deus, trata-se do egoísmo, orgulho, autossuficiência que deformam os indivíduos e os grupos sociais. Ele é sanguinário (vermelho), tem pleno poder sobre os impérios do mundo (sete cabeças e sete diademas), mas sua força é relativa e imperfeita (dez chifres). Às vezes também é retratado como crocodilo."
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Conto a conto:
- As irmãs Valia, Velma e Vanda - Raphael Montes;
- O Ferro é a Palha, o Bronze Pau Podre - Richard Diegues;
- Duas Vezes Ana - Fabiane Guimarães;
- Chora, Mia, Chora - Valentina Silva Ferreira;
- Pablo, meu Querido Irmão - Davi M. Gonzales;
- Inumana - Lemos Milani;
- O Círculo do Demônio - Evandro Guerra;
- Desejo de Pecar - Eriwelton Alves ;
- O Lago - Leona Volpe;
- O Veneno da Alma - Maurício Pessoa Pecin;
- Fogo Negro - Alliah;
- Momentos Engarrafados - George Amaral;
- O Fruto de Abarondê - Sheila Liz;
- O Obsessor no Caminho Ígneo do Bodisatva - Ghad Arddhu.
A série VII Demônios:
Em 1589, o demonologista e teólogo Peter Binsfeld, fez a ligação de cada um dos pecados capitais a um demônio, que supostamente seria o responsável por invocar tais pecados. O padre, que esteve envolvido nas caças às bruxas, autor de A Confissão de Warlocks e Bruxas, afirmou ainda que outros demônios poderiam invocar o pecado, como Lilith por exemplo.
Na Série VII Demônios, o desafio dos autores foi o de criar contos envolvendo cada um dos sete pecados, com um toque especial, preferencialmente voltado à literatura fantástica.
A série foi divida em sete volumes, sendo um para cada demônio/pecado.
As cores das capas representam cada pecado. Existem algumas divergências quanto ao uso de cada cor, por parte dos pesquisadores e místicos. No entanto, escolhemos para a série, a combinação de cores que tem maior número de "defensores".
Resenha:
Li primeiramente o livro Gula, Belzebu, desta mesma série e somente depois percebi que o volume um é o Inveja, Leviathan. Acho que fui gulosa e não percebi este detalhe. De qualquer forma, a série, que será constituída por sete volumes no total, cada um voltado à um pecado capital e seu respectivo demônio, não necessita ser lida em ordem alguma; cada livro de contos é independente e o leitor pode escolher qual lerá, na ordem que preferir. Então não pequei.
Aconselho: se gostar de Gula ou Inveja, leia o outro, pois ambos possuem o mesmo estilo e qualidade, tanto na parte gráfica quanto literária e formarão uma bela coleção juntamente com os cinco próximos se a Estronho mantiver o mesmo trabalho.
Como expliquei na resenha de Gula, Belzebu, não tinha gostado muito das capas pelas imagens vistas pela internet, porém com os livros em mãos, as adorei. Muitos detalhes que tudo tem a ver com o tema, imagens medievais.
A única diferença entre Gula e Inveja é que Inveja possui algumas páginas a mais. A própria introdução sobre Leviathan ocupa duas páginas, enquanto a de Belzebu apenas uma. Inveja possui um conto a mais. Alguns autores possuem contos em ambos os livros: Valentina Silva Ferreira, Lemos Milani, Raphael Montes, Fabiane Guimarães e Ghad Arddhu. As diferenças são bem leves, os dois volumes seguem um padrão.
Antes de cada conto, as informações sobre o autor(a) estão presentes, exceto no terceiro conto, onde consta apenas o nome da autora, porque ela não enviou sua biografia, a editora me informou sobre isso.
O livro está excelente na revisão e diagramação. Adoro os detalhes enfeitando as páginas e as figuras de ares medievais.
O primeiro conto é um dos melhores. Na verdade gostei mais do início do livro que do final. O título é As Irmãs Valia, Velma e Vanda e foi escrito por Raphael Montes. Uma leitura inesperada que prende a atenção a cada linha e transforma o amor em inveja. A admiração pelas irmãs perde para o ego. Qual delas será a pecadora? Surpreendente.
Uma villa fria, que me parece ser a mesma presente no conto Banquete em Gula, Belzebu, escrito pelo mesmo autor.
Além de excelentemente bem escrito, narrado em primeira pessoa e mergulhando o leitor em odores, texturas e sensações, o conto O Ferro é a Palha, o Bronze Pau Podre é uma surpresa. Não esperava encontrar uma história tão criativa e diferente dentro da temática inveja/Leviathan.
Richard Diegues me fez lembrar de algumas histórias em quadrinhos adultas, principalmente Hellblazer (com John Constantine).
Mesmo desconfiando do segredo e do desfecho da história, o texto não deixa de ser sensacional.
Embora não tenha gostado muito do conto de Fabiane Guimarães em Gula, Belzebu, eu adorei este em Inveja, Leviathan por completo! Duas Vezes Ana é excelente, inquietante, maduro e de texto fluido.
Mais um conto da Valentina Silva Ferreira que combina o charmoso português de Portugal, à genialidade de seu uso e almas e mentes sofridas de personagens que são levados à hediondos crimes. Em Chora, Mia, Chora, assim como em seu livro Distúrbio ou outros contos que li da autora, senti diversas reações físicas e emocionais durante a leitura.
Desta vez, por mais que a protagonista seja uma serial-killer motivada pela inveja, existe outro sentimento sinistro por detrás de seus atos. Embora isto nunca sirva como justificativa, por um momento me provocou pena dela. Senti pena e ódio ao mesmo tempo. Realista e provocante. Uma crítica aos padrões de beleza impostos pela sociedade, mídia, cultura.
Em Pablo, meu Querido Irmão, a narrativa é ágil misturando o misticismo oculto africano à história de uma família próspera de cinco irmãos. Uma família estrangeira trabalha na propriedade dessa família protagonista e fatos negativos começam a ocorrer com um dos irmãos.
Interessante a história ser contada de forma perfeita e pelo irmão corretamente escolhido por Davi M. Gonzales. Maldição e muito mistério que realmente só é desvendado na última linha.
Certamente um dos contos mais originais e criativos que já li. Lemos Milani desconcerta e surpreende o leitor completamente na escolha do narrador em Inumana. E com maestria os fatos nos são contados com riqueza, de forma dinâmica e em formato de depoimento.
A inveja presente neste conto é formidável e o destino de todos que sofrem por ela ou com ela é interessante. Início e final ótimos, que se encaixam harmoniosamente com a história em si.
O Círculo do Demônio é um conto feito para quem curte histórias de cavaleiros, com batalhas, intrigas e dragões. Evandro Guerra apresenta o Reino de Inarc protegido por sua elite de guerreiros: Os Chacais com suas vestes negras. Mais alguns ingredientes da trama: Os misteriosos "folhas" atacam o Reino, uma princesa decidida e de personalidade definida e dois primos que são mais que irmãos sofrem fatalidades, a intervenção do demônio e da inveja em suas vidas.
Excelente conto; somente achei desnecessária a breve introdução.
Apesar de a inveja ser o pecado principal de Desejo de Pecar é interessante perceber como outros pecados aparecem discretamente interligados a ela, como a ira, a avareza e até mesmo levemente a gula; mas sempre regidos pela inveja.
Uma história de honra, com morte, sofrimento, lutas, sangue, zumbis e demônios. Ótimo conto de Eriwelton Alves.
Embora O Lago seja um conto com boas descrições e narrativa bem elaborada em terceira pessoa, a história não me prendeu a atenção como as anteriores, salvo pelo detalhe de As Viúvas, o ponto mais interessante. Mesmo com elementos fantásticos, com muita ação e o uso do pecado da inveja e do Leviathan não me empolguei muito com a história de Leona Volpe, apesar de seu bom trabalho.
O Veneno da Alma é uma história com muitas reviravoltas e surpresas. Além da inveja da protagonista que a leva a cometer atos horrendos, um pacto dela com Leviathan está selado e seu prêmio, montado aos poucos. E isso assusta!
Porém além das vítimas existe mais uma personagem enigmática. Um conto macabro com término inesperado escrito por Maurício Pessoa Pecin.
Em seguida, um conto curto e ousado escrito por Alliah: Fogo Negro. A inveja é elevada a um nível extremo e sem retorno. Existe um sutil e sagaz simbolismo com o lagarto e o conto leva o leitor a refletir sobre como às vezes inveja-se algo que na realidade é bem diferente do que vemos.
Momentos Engarrafados é o conto mais criativo no título que se inicia com um ar de crônica, mostrando o cotidiano de um condomínio onde cada apartamento inveja o outro.
A calmaria interrompida por um desastre e seres e fatos misteriosos é percebida somente pelo protagonista, alvo e gerador de inveja.
Um conto bem escrito por George Amaral, que junta o fantástico à normalidade de vidas habituais e não deixa o leitor se esquecer que essa inveja pequena e tão comum entre vizinhos pode ser a mais incômoda.
Sheilla Liz traz um conto com ambientação indígena brasileira de 1865. Em O Fruto de Abarondê ela mostra o encontro entre homens brancos estrangeiros e índios locais que nunca haviam tido contato com estrangeiros.
História narrada por uma índia, e ela mostra como a inveja veio trazida pelos homens de fora, uma palavra e sentimento antes inexistente na tribo. Dominada ela própria pela inveja, conta detalhes macabros.
Ótimo conto com final que choca. Possui um sumário do final para compreendermos os termos indígenas, gostei.
O último conto é O Obsessor no Caminho Ígneo do Bodisatva. Uma mistura de Ficção Científica com magia num conto excelente e bastante atraente. Ghad Arddhu criou toda a ambientação e fantasia de forma concreta e original, trazendo à tona a batalha do bem contra o mal, este é a mais pura inveja personificada através de Leviathan. O protagonista mostra ao leitor, além de poderes fenomenais, o oposto da inveja, a única forma de vencer esse vil sentimento.
O autor utiliza da ficção para deixar uma bonita mensagem contra a inveja, de forma discreta e finalizando muito bem o livro.
Inveja, Leviathan é tão bom quanto Gula, Belzebu, embora eu tenha pessoalmente preferido Gula. A Estronho está de parabéns com o trabalho realizado nos dois primeiros volumes, me deixando com maiores expectativas para os próximos!
Contos que mais gostei: As Irmãs Valior, Velma e Vanda; O Ferro é a Palha, o Feltro a Madeira; Duas Vezes Ana; Chora, Mia, Chora; Inumana; e Momentos Engarrafados.
Sorteio:
O livro está sendo sorteado dentro de um kit incrível cedido pela Editora Estronho no 1º aniversário do blogue. Não deixe de participar! Quem deixar um comentário aqui na resenha com conteúdo ganha mais pontos lá no formulário da promoção!
Parece que a Estronho faz livros maravilhosos, adoro contos e adoro fantasia, terror e este livro parece excelente, tem cavaleiros, assassinos, índios, gente comum. Legal. Estou com inveja de quem já o leu kkkk brincadeirinha!
ResponderExcluirJuliana, inveja é pecado, cuidado hein ahaha é um livro bem variado mesmo, sem fugir do tema principal. Beijos.
ExcluirTodos os contos me interessam, mas me deixaste muito curioso com INUMANA!
ResponderExcluirManoel, este conto eu jamais poderia contar mais. Acho que contei até demais... excelente! Beijos e mate sua curiosidade lendo o livro!
ExcluirOi Tatinda,
ResponderExcluirÓtima resenha como sempre. Um registro apenas. No terceiro conto há somente o nome da autora, pois ela não enviou a biografia a tempo.
Bjos,
Que pena, ela perdeu uma otima oportunidade de ser conhecida pelos leitores. Beijos.
ExcluirOi Tatinda,
ResponderExcluirEstou com inveja de você. rsrsrs
As duas resenhas me deixaram com fome (será gula? rs) de ler esses livros e outros da série.
Beijocas.
Estes livros são um pecado. Um pecado não lê-los ahahaha beijos.
ExcluirComo mencionei na resenha de "Belzebu", essa falta de necessidade em seguir uma ordem é uma coisa bem sugestiva...no seu caso, você preferiu a Gula primeiro kkkkkkkkkkk Que, por sinal, é um ótimo livro. Vamos ver o que você achou deste. Com certeza ao vivo dá para perceber algumas sutilezas na capa, assim é o caso dos livros do "Tigre" né? (Maldição do Tigre, O Resgate do Tigre...). As informações sobre os autores é uma das coisas que mais gosto nas antologias da Estronho, pois assim quando gosto muito do texto de um autor sei como posso falar com ele e se possui outros textos publicados. A tematização das páginas também é uma peculiaridade maravilhosa. Todos os contos mantiveram um excelente nível mesmo, pelos seus comentários. Mal posso esperar também para ter todos esses "pecados" em minhas mãos kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Parabéns pela resenha!
ResponderExcluirBeijos!
Os detalhes da capa estão na imagem utilizada de fundo. Mas é bem diferente dos detalhes do Tigre, que são brilhosos e em alto relevo. Os de VII são detalhados em desenhos simples e foscos, mas muito lindo ao vivo.
ExcluirAconselho aos leitores que pequem lendo esses livo hehehe beijos
Acho que a série ser toda boa, como li nas suas resenhas dos dois livros já publicados. Só achei que Gula deveria ser laranja forte e Luxúria vermelho forte.
ResponderExcluirAgora sobre sua resenha, dá para perceber que gostou mesmo do ínicio mais que do final. e que os contos de Raphael Montes e Valentina Silva Ferreira nos dois livros a~o seu destaque, não é, Tatinda?
Laranja seria mesmo legal, mas eu gostei das cores. Obrigada por ler as resenhas. Realmente esses dois autores se destacaram para mimnos dois volumes. Beijos.
Excluiresperava por essa sua resenha e estou encantada em ver que essa coleção parece todo boa e de alto nível. Nunca li um livro da estronho, nõ conhecia a editora, conheci no seu blog e agora desejo varios livros deles, e Inveja foi para a lista de desejos.Abrço.
ResponderExcluirQue demais saber que conheceu a Estronho pelo meu blogue, me sinto feliz em realizar este trabalho de divulgação, pois gosto muito da editora. Beijos.
ExcluirAcho que a inveja é o pecado mais comum. Todo mundo já sentiu inveja, por menor que seja, ao menos uma vez na vida, nem que seja uma besteira quando criança. Aposto que nos contos do livro a inveja é algo muito pior!!! kkkk
ResponderExcluirConcordo, nem que seja uma invejinha de nada... Mas a inveja pesada, constante, é horrível! Beijos.
ExcluirOi, Taty!
ResponderExcluirPois é. Você conseguiu despertar meu interesse por essa série. O que era uma coleção de livros que nem pensava em ler se tornou algo que anseio ter um dia - não muito longe - em minha estante. Só de pensar nos sete volumes juntinhos... *o*
Minha mãe não aprovará, mas tenho curiosidade por coisas esotéricas. Quando alguém pega uma temática esotérica - ou seria religiosa mesmo?! - legal e escreve uma obra de ficção consistente... ah, tenho de ler!
Oi, Fátima, eu não vejo a coleção como esotérica, muito menos religiosa. É classificada como Fantasia/Terror/Ficção Científica. É ficção. Esotérico ou religioso é aquele livro que tem a intenção de propagar uma ideia mística ou religiosa, nem que seja de forma discreta. Esses livros de VII Demônios são pura Ficção, são contos fantasiosos, nada tem a ver com esoterismo ou religião na hora de catalogá-los. São feitos para divertir, entreter e não pregar nada contra ou a favor de religião alguma. alguns contos nem possuem nada tão "fantástico" apenas mostram o pecado praticado pela personagem. Tudo para entreter. Sua mãe pode até bater o pé ao ver a capa e o título, mas diga a ela que é tudo Fantasia e Ficção, só para divertir o leitor que gosta de fugir do mundo comum. É para leitores que gostam de variar, porque ler apenas histórias cotidianas e normais, bem, é entediante. O bom é lermos de tudo, ainda mais se vocês se interessou pela série, não se sinta receosa nem ligue para preconceitos.
ExcluirBeijos e boa leitura!
Quero acompanhar essa série o mais rápido possível. Por se tratar de uma coletânea de contos, fica ainda melhor, pois acho que esse sistema de contos não cansam muito na leitura.
ResponderExcluir@_Dom_Dom
Também gosto de livros de contos por esse motivo, não cansa em nada, ainda mais com contos bons. Beijos.
ExcluirParece ser uma série bacana, e para mentes fortes.
ResponderExcluirParabéns pela resenha.
Quem nunca cometeu esse tal pecado da inveja? eita natureza humana. kk
É mesmo bacana, não para mentes fortes, para estômagos fortes hehehe brincadeira, qualquer pode ler na boa. Obrigada e beijos.
ExcluirNão conhecia esses livros mas me deu muita vontade de lê-los. Adoro livros de contos e esse estilo é um dos meus favoritos, o fato de fazerem parte de uma série, mas de se tratar de livros independentes que podem ser lidos sem que se precise ler os outros é mais uma atrativo para mim que detesto séries que te prendem por muto tempo.
ResponderExcluiré um ótimo livro com toda a certeza um máximo!
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