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A Herdeira, volume 4 da série A Seleção, Kiera Cass, Editora Seguinte (Grupo Companhia das Letras)

A Herdeira (The Heir)
Trinta e cinco pretendentes e uma princesa. Uma nova seleção começou.
A Seleção - livro 4
Kiera Cass - Editora Seguinte / Grupo Companhia das Letras
Tradução: Cristian Clemente
392 páginas - 2015 - R$29,90

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Sinopse:
"Vinte anos atrás, America Singer participou da Seleção e conquistou o coração do príncipe Maxon. Agora chegou a vez da princesa Eadlyn, filha do casal. Prestes a conhecer os trinta e cinco pretendentes que irão disputar sua mão numa nova Seleção, ela não tem esperanças de viver um conto de fadas como o de seus pais… Mas assim que a competição começa, ela percebe que encontrar seu príncipe encantado talvez não seja tão impossível quanto parecia."

Resenha:

A Herdeira (The Heir) é o quarto livro da série A Seleção (The Selection) escrita pela americana Kiera Cass e publicada no Brasil pela Editora Seguinte (Grupo Companhia das Letras). A ideia inicial era compor uma trilogia, mas além dos contos e noveletas extras, esta foi expandida. Embora A Herdeira siga cronologicamente a trilogia best-seller e seja oficialmente o volume 4, a história de Eadlyn e seus trinta e cinco pretendentes pode ser encarada como uma nova série. Quem não leu os livros anteriores e não se importa com spoilers (a sinopse tem!) pode ler A Herdeira sem problemas.
É uma série young adult apontada por muitos como distopia. No entanto, os itens básicos para classificar um enredo como distópico são pouco explorados e permanecem em último plano. Em A Escolha a autora abordou mais esse lado. Ele existe, mas as partes românticas prevalecem. A Seleção e A Elite foram os livros que mais me agradaram. Também gostei de A Escolha, mesmo tendo a impressão de que a autora correu muito com o desfecho. Portanto minha empolgação com A Herdeira foi enorme! Tão grande que tive receio de ler...
O trabalho da Seguinte é maravilhoso; o exemplar mantem o padrão dos volumes anteriores: revisão, capa, diagramação e detalhes como as tiaras. Ah, as tiaras... a protagonista é neurótica pelas dela! Acima de tudo, A Herdeira é uma história de princesa, para quem as curte (e príncipes!). Não pertenço ao público-alvo, mas sou fanática por A Seleção.

Fiquei satisfeita com o resultado geral de A Herdeira, porém decepcionada com detalhes. São fatores pequenos que não desmerecem a trama. De um modo geral apreciei muito. Talvez o problema tenha sido justamente meu lado fã estar ainda muito apegado a America, Maxon e Aspen. E esta não é uma história deles. É totalmente nova, é a história de Eadlyn! As personagens da "primeira trilogia" aparecem e participam, porém sem roubar a cena das novatas. E no fim isso é positivo.
Confesso que esperava mais de America (e repito), mas é a vez de Eadlyn. Maxon e America apresentam cenas discretas. Esperei por algum momento que destacasse o amor deles, ou uma primeira cena triunfal, mas foi mediano. Já como Rei e Rainha estão abatidos, porque são muito dedicados ao trabalho. No entanto, mesmo que o cansaço seja compreensível 100%, me incomodou a forma como a autora os apresentou: parecem muito mais velhos que suas idades reais. A princípio fiquei frustrada. Existem alguns vislumbres da jovem America, a moça que havia lutado pelo povo do jeito dela, mas com coragem. Ela amadureceu e, infelizmente, se apagou.
O início do livro foi cansativo; ao alcançar a metade a leitura melhorou assustadoramente; no último um terço simplesmente passei a adorar a obra!



A narrativa em primeira pessoa é da Eadlyn, a filha mais velha e a futura Rainha. Ela tem um irmão gêmeo sete minutos mais jovem e outros dois irmãos mais novos. Ela será a primeira Rainha de Illéa! America e Maxon mudam a história da nação ao oficializar a primogênita como herdeira do trono. Porque mesmo sendo a mais velha, o trono deveria ser passado a um herdeiro do sexo masculino, não nos esqueçamos de que a série possui uma sociedade patriarcal, que está mudando graças ao novo casal real. (Observação: muitas coisas machistas me incomodam na série.)
Portanto, se Eadlyn se casar, seu marido não será Rei; será Príncipe-Consorte. O reinado de Maxon e America mudou mais coisas.
As castas foram dissolvidas, mas ainda assim, revoltas explodem. Uma parte da antiga geração (que vivenciou o sistema de castas) ainda pensa naquela hierarquia social. Existe o forte preconceito em ver alguém que deveria pertencer a uma casta inferior tendo liberdade de ascensão. Simultaneamente, uma parte da nova geração, a que não presenciou o antigo sistema de imobilidade, sofre com insegurança sobre o futuro profissional e financeiro. Antes você nascia sabendo em qual área atuar; agora, depende de você. A população está insatisfeita, e a realeza de Illéa precisa fazer algo instantaneamente para deixá-la entretida, até encontrar soluções viáveis e práticas.
Então o casal que aboliu as castas, acabou com a Seleção e fez questão de permitir a nomeação da primogênita como herdeira oficial decide realizar uma ousada Seleção. Também é novidade: pela primeira vez ocorrerá uma Seleção para escolher o noivo da princesa. Eadlyn terá que escolher seu marido e Príncipe-Consorte entre trinta e cinco pretendentes.
Inicialmente desgostei de ver o casal tão liberal obrigar a filha a fazer a Seleção apenas para entreter o povo, para ser criada a falsa ilusão de alegria, de um momento curioso e romântico na vida da próxima Rainha. Não foi convincente, porém a autora precisa de um motivo para escrever sobre a nova Seleção, não é? Tive receio da série seguir um rumo forçado, algo como "aproveitar ao máximo o sucesso". Pois a série está, até mesmo, sendo adaptada para o cinema!
Ignorando a motivação, curtii a ideia de acompanhar dessa vez uma mulher possuindo dentro do castelo Selecionados disputando sua atenção. Ver os papéis invertidos foi empolgante! Pensei no poder em suas mãos e Eadlyn, por não desejar a Seleção (na verdade ela nem sabe se deseja se casar), se aproveitar disso para emanar todo o seu desafeto!

Eadlyn é mimada e egocêntrica, mas a admiro por não ser submissa e manipulável. Ela não tem o carisma de America. A mãe foi taxada por muitos leitores como "irritante", porém nunca concordei com isso. Ela sempre teve bom coração, simpatia e instintos justos. Era impulsiva, mas pensava no bem.
Naturalmente Eadlyn fica muito irada e de mal com todos por causa da Seleção. No entanto, desconfio que com ou sem Seleção Eadlyn é egoísta e egocêntrica. Em certos momentos, fria, pois trata mal até mesmo sua funcionária mais íntima. Ela só pensa em "sou a mulher mais poderosa do mundo" (como se Illéa fosse o centro do planeta) e em como todos devem temê-la, gerando antipatia e temor. Acho que foi a proteção criada por ela para ser respeitada; afinal, ser a primeira futura Rainha de uma nação não é cargo leve. Entretanto, acredito que honestidade e sinceridade não obrigam a pessoa a ser rude. Kiera justifica as características de Eadlyn.
Demora a Princesa perceber que não é amada como sua mãe e sua avó; nem educada com os Selecionados como seu pai fora durante a Seleção dele. Maxon fora muito carismático.
O ponto positivo do livro é justamente a aversão que a protagonista causa; é exatamente a forma horrível com que ela trata os Selecionados que gera curiosidade.
Existe um conflito: Eadlyn é a herdeira poderosa e autoconfiante, que acha todos inferiores ou desinteressantes, mas devido aos pedidos dos pais, tenta esquecer de que eles é que devem agradá-la, e não o contrário.
É uma história sobre amadurecimento lento. Aos poucos, Eadlyn começa a observar pontos positivos em alguns Selecionados e na Seleção. Percebe que precisa ser mais humana! Por ela, pelos pais, pelo trono, pelo povo.
O relacionamento dela com a família se destaca, especialmente com o irmão gêmeo. Já sobre os Selecionados, prefiro não comentar (sem spoilers!). A surpresa é cada um, ainda mais que poucos ficam em evidência. Não temos A Elite ainda, mas a autora já mostra que meia dúzia deles têm (mínima) chance de conquistar a complicada e quase intangível Eadlyn!
E diferentemente da trilogia anterior, nem temos a certeza se ela levará a Seleção até o final. Pessoalmente, logo no começo, já arrisquei o palpite do que vai acontecer, será que Kiera Cass será imprevisível?
E o óbvio é: o povo não aceita mais a monarquia absolutista! É a sensação que tenho e não sei se outros leitores a têm.

É um livro juvenil com uma protagonista que mais parece vilã e com seu jeito antipático acaba segurando o leitor. Diferente, não? Ousado! As personagens antigas estão apagadas para fazer as novas brilharem e os Selecionados são superinteressantes. Trinta e cinco rapazes nas mãos de uma Princesa. Quantas garotas não gostariam disso? Ao menos por curiosidade? Gostei dos rapazes principais (prefiro não citar nomes); enquanto Eadlyn é chata, eles são diversificados e deixam a trama divertida, atraente e dinâmica.
É o primeiro volume de uma segunda parte ou o quarto de uma série só, você decide.
Talvez o início não seja muito empolgante, porém é essencial não se deixar levar pelas primeiras impressões! É uma trama que vai mudando bastante. O clímax e o final são chocantes, fiquei assustada! Por que Kiera demorou tanto para causar tamanha emoção em A Herdeira?
A autora vai envolvendo o leitor com o amadurecimento da protagonista. Ela ataca por antecipação, até perceber que não precisa ser agressiva para ser respeitada. De que pode ser doce e, ainda assim, líder poderosa.
Sobre o romance, enquanto em A Seleção America se sentia dividida entre o Príncipe e o Guarda, em A Herdeira ainda não temos nada açucarado ou empolgante amorosamente. Adorei isso, para mudar um pouco! Se a autora jogasse logo de cara outro triângulo amoroso, seria repetição. Mas imagine que quando Eadlyn começa a ser só um pouquinho assertiva, quase duas dezenas de rapazes estão atrás dela... Quais deles terão chances? Com quais Eadlyn se envolverá?
Para abrandar uma frase machista aqui ou li, Kiera tem em mãos a chance de virar o jogo e transformar a série em feminista! Que Kiera permita Eadlyn experimentar relacionamentos e se envolver com vários dos rapazes sem ser julgada! E se ela vai ou não escolher um, espero criatividade. Como já citei, tenho meu palpite.
A Herdeira é uma obra que começa fraca e cresce absurdamente. É sobre o que acontece após o "felizes para sempre", mostrando que "contos de fadas" nem sempre são perfeitos. Nem para o casal modelo ou sua filha Princesa que tem todos aos seus pés.

A série:
É formada pelos volumes principais: A Seleção, A Elite, A Escolha e A Herdeira. Você pode comprar tanto a versão física quanto a digital.
O Príncipe e O Guarda são dois contos em e-Books gratuitos que complementam a série e devem ser lidos entre A Elite e A Escolha. O sucesso foi tão grande que você pode comprar a versão impressa com ambos: Contos da Seleção.
Kiera Cass escreveu mais dois contos da série. Você encontra A Rainha em e-Book, este se passa antes da série. O e-Book The Favorite ainda é inédito em português. Mas não se preocupe, a Seguinte planeja uma versão impressa com os contos.
A série possui um livro interativo extra: Diário da Seleção.

A autora:
Nasceu em 1981, na Carolina do Sul, Estados Unidos. Formou-se em história na Universidade de Radford, na Virginia, e publicou seu primeiro livro, The Siren, em 2009, em uma edição independente.
Beijou aproximadamente catorze garotos em sua vida, mas nenhum deles era um príncipe.
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