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Mapmakers, volume 1: O Mapa de Vidro, de S. E. Grove e Verus Editora (Grupo Editorial Record)

O Mapa de Vidro (The Glass Sentence)
Mapmakers - livro 1
S. E. Grove - Verus / Grupo Editorial Record
Tradução: Paulo Ferro Junior
396 páginas - 2015 - R$45,00
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Sinopse:
"Ela conhecia o mundo somente por meio de mapas. E não tinha ideia de que eles poderiam ser tão perigosos.
Boston, 1891. Sophia Tims vem de uma família de grandes cartógrafos. Desde a Grande Ruptura em 1779, quando todos os continentes foram lançados a uma era diferente – da pré-história a um futuro distante – esses exploradores viajam e mapeiam o que é conhecido como Novo Mundo.
Há oito anos, desde que seus pais não retornaram de uma missão urgente, ela vive com seu tio Shadrack, o melhor cartógrafo em Boston. A vida com seu brilhante, adorado e distraído tio, ensinou Sophia a cuidar de si mesma. Quando Shadrack é sequestrado por pessoas que estão atrás de um poderoso artefato, ela é a única que pode salvá-lo. Ao lado de Theo, um refugiado do oeste, ela embarca em uma aventura por cidades secretas e mares desconhecidos baseando-se apenas nos mapas deixados por seu tio e sua intuição. O que Sophia e Theo não sabem é que suas próprias vidas estão em perigo quando se descobrem segredos há muito enterrados.
O Mapa de Vidro vai fazer você mergulhar em um mundo de fantasia autêntico e intrigante, com uma heroína que vai ganhar o seu coração."

Resenha:
Melhor livro de fantasia e aventura dos últimos tempos, brilhante! Começo assim, porque O Mapa de Vidro foi uma leitura particularmente excepcional. Há muito não lia um young adult (jovem adulto) ou infantojuvenil fantasioso tão original, criativo e deslumbrante. É uma obra para todas as faixas etárias e, na verdade, é complexa em um sentido positivo. Não desmerece o intelecto dos leitores mais jovens ou novatos e nem entedia os mais experientes ou mais velhos. Livros assim, que agradam de pré-adolescentes a adultos, merecem destaque, especialmente de gênero fantástico.
Em 2014, The Glass Sentence foi publicado em inglês e no ano seguinte, foi a vez de sua continuação, The Golden Specific. Ambos pertencem a The Mapmakers Trilogy. A Verus Editora, do Grupo Editorial Record, trouxe ao público brasileiro, em agosto de 2015, o primeiro volume da trilogia: O Mapa de Vidro.
A edição está tão boa quanto o conteúdo. A capa original foi mantida, o fundo é fosco com os detalhes em brilho, a diagramação é simples mas bonita, as páginas são amareladas, a revisão é ótima e as orelhas são mais largas que o padrão. Antes de cada capítulo, um trecho extraído da cultura de Mapmakers. Principalmente de livros ficcionais de história e geografia, documentos do governo, cantigas populares ou placas informativas nos locais - muitos de autoria de personagens. É interessante, simples, e deixa o leitor cada vez mais a vontade sobre o mundo. O livro possui quatro partes, englobando prólogo, trinta e nove capítulos e epílogo. As margens são levemente mais estreitas que o padrão, ostentando um pouco mais de texto.
A narrativa é em terceira pessoa e a prosa é esplêndida, dinâmica e agradável.
Na abertura do exemplar o leitor tem três mapas disponíveis: o Mapa do Mundo Novo e Desconhecido (o mapa-múndi); o do Novo Ocidente e Eras Vizinhas (o que seria a América do Norte); e o das Terras Baldias e Eras Vizinhas (o equivalente a América Central). Todos de autoria do Mestre Cartógrafo Shadrack Elli, do núcleo de personagens principais (na vida real são ilustrações de Dave A. Stevenson). É importante observar os mapas, pois a aventura é alucinante. Personagens se deslocam para várias áreas diferentes ou acontecimentos paralelos ocorrem em locais distantes. Não demorei a assimilar os pontos mais importantes e, conforme a leitura flui, a autora vai apresentando como cada um é. Não é didático, é intuitivo e, aos poucos o leitor se sente confortável, até porque descobre e explora junto a protagonista. Pois assim como o leitor, esta conhece o mundo apenas por mapas. Desejo muito que durante os próximos dois volumes a autora mostre detalhes do restante do mundo de Mapmakers.


A experiência foi além de apreciar e favoritar. É admiração total pela obra. Além de original e criativa, não é fácil compará-la a outras. No início parecia Steampunk. Mistura também clima de Velho Oeste e até mesmo itens de Mitologia Celta, mas é tudo muito discreto. Só posso apontar um estilo totalmente novo onde ciência e magia são unidas.
É a leitura perfeita para leitores que adoram viajar na imaginação e fantasia e conhecer novos mundos. Embora seja muito exótico, este consegue manter um elo com a realidade, talvez por apresentá-lo naturalmente ou por mostrar que este poderia ser nosso mundo, mas modificado durante um evento avassalador. É isso que faz Mapmakers ter personalidade. É o principal diferencial dos demais livros de fantasia: em tempos de clichês, inovação. E acima de tudo, vicia e diverte.
Geralmente, ficção foca em viajantes do tempo. Mas e se o contrário ocorresse? E se o tempo viajasse e vários pontos do planeta mudassem e apresentassem eras diferentes simultaneamente? É isso que o leitor encontra em Mapmakers! O mapa-múndi é um retalho de várias eras temporais, do passado pré-histórico ao futuro inimaginável. A cada região, uma nova era temporal, e junta a ela, diferentes culturas, diferentes fusos horários. Grandes questões são levantadas: O que aconteceu com as eras que foram sobrepostas? Se uma área teve sua era temporal substituída por outra (seja do passado ou do futuro), aonde ela foi? Como são as fronteiras? Até mesmo a geografia e clima mudam. E como funciona a geopolítica desse novo mundo?
Em 1779, ocorreu a Grande Ruptura. Não se sabe como nem porquê ou como funciona. Porque o maior acontecimento registrado na história mundial ainda parece estar em andamento. Por isso, profissionais como exploradores, cartógrafos, botânicos e geógrafos ganham importância na sociedade, pois a maioria da área mundial é desconhecida.


O ponto de partida é Boston, no Novo Ocidente, em 1891. O dia tem vinte horas e conhecemos a protagonista Sophia Tims, uma jovem de treze anos de idade. Ela vive com o tio, Shadrack Elli, um dos mais importantes cartógrafos do Novo Ocidente. Ele foi explorador ativo, mas desde o desaparecimento dos pais de Sophia, cuida da sobrinha. Bronson e Wilhelmina Elli viajaram em missão especial para resgatar um explorador perdido, mas não retornaram mais.
Sophia, consequentemente, foi obrigada a amadurecer de modo precoce, pois o tio, embora muito protetor e amoroso, é bastante distraído. Criada em meio a acadêmicos, mapas e livros, é inteligente e estudiosa, mas só conhece além dos mapas, a região de Boston e arredores.
Todos os cidadãos de Novo Ocidente precisam ter um relógio da vida e documentos comprovando que pertencem a era local. É um mundo em que o tempo é valioso, mutável e rege a vida de todos. Pertencer a uma determinada era é essencial para definir quem você é. Todos possuem relógios internos, um instinto biológico natural que o indivíduo logo desenvolve nos primeiros anos de vida. Sophia é um caso muito raro: não possui um. Depende totalmente dos ponteiros dos relógios e vive perdendo a noção de tempo, o que parece ser perigoso!
A trama começa com o planejamento do governo de fechar as fronteiras do Novo Ocidente, bloqueando a entrada de pessoas de outras eras. O mundo está mudando e Sophia se preocupa: Como seus pais retornarão se estão sem documentos? Ela nem sabe se eles estão vivos.
Shadrack inicia os estudos avançados de Sophia na cartografia. Ela está aprendendo que mapas podem ser feitos praticamente em qualquer material. Os clássicos são feitos de tecido, água, bronze, argila e vidro. Cada um com uma finalidade e, quando todos unidos, sobre um mesmo local, mostra visões completas. O mapa de vidro é o mais interessante, pois preserva memórias.
Sophia descobre que o tio foi sequestrado, deixando uma pista e um artefato misterioso para ela. A aventura começa: Sophia precisa colocar em prática seu aprendizado dos livros; explorar o mundo de verdade baseando-se nos estudos dos mapas e enciclopédias!

Essa é apenas a premissa, o enredo contém muito, muito mais, então se prepare para uma grandiosa exploração. Conheça a Marca da Vinha, a Marca do Ferro, as Lachrimas, os Homens da Areia, piratas diversificados, a carta mayor, o Rastreador de Mapas, a Era Glacine, a cidade de Nochtland e a região das Triplas Eras e das Terras Baldias. Transite por locais estranhos e descubra meios de transportes inéditos. Viaje no navio Cisne e por trens Trilhos Brancos Companhia Ferroviária. Se acostume a mudança constante de clima e duração de um dia. Um mundo inconstante.
Passado, presente e futuro se mesclam a uma mitologia rica, recheada de lendas, artefatos e personagens curiosas, interessantes, divertidas e de fácil compreensão. A autora compôs não apenas história e geografia, mas também política, religião, culinária e folclore.
São muitos obstáculos e ameaças que Sophia encontrará pelo trajeto, incluindo uma vilã que assusta, mas gera empatia. Destaque para os piratas que Sophia encontra, diferentes dos estereótipos. A origem das trágicas Lachrimas é um dos pontos mais fascinantes, assim como o mistério do mapa de vidro e o fato de Sophia não estar ligada ao tempo!



Um livro leve, mas ricamente desenvolvido e empolgante. Seres feitos de plantas, metal, carne e osso... e sobrenaturais. Tempo e espaço se chocando e se fundindo. Ciência e magia transformando um mundo curioso e complexo.
O livro aborda mais que questões sobre história, geografia, biologia, cultura, tempo e espaço. Discretamente mostra o lado positivo e o negativo do poder da informação e do conhecimento. Mostra também a grande importância das memórias e da cultura, seja de um povo ou de um indivíduo. Alerta (sem exagero) sobre a xenofobia, dando a importância que o tema merece (e pode ter em um livro juvenil).
Leitura recomendada a quem adora fantasia, aventura e objetos mágicos. Trama intensamente inventiva, para leitores que não se importam em soltar a imaginação e adoram a criatividade em mundos extravagantes. Se você gosta de séries como Fronteiras do Universo (Philip Pullman), Crônicas de Salicanda (Pauline Alphen) ou Infinity Ring (vários autores), pode vir a gostar de Mapmakers.
Uma obra que não parece ser de estreia. S. E. Grove com certeza é uma autora excelente e com potencial fora do comum.
Embora pertença a uma trilogia, o leitor pode ler este primeiro volume sem a apreensão de ficar sem um final. A saga continuará em The Golden Specific para os que adoraram O Mapa de Vidro, mas sem aquele receio de ficar sem saber o que acontece. Meu sentimento ao terminar o livro é de colocá-lo na lista de preferidos e de sofrer pelo lançamento da sequência no Brasil!

Os mapas:





A autora:
S. E. Grove é historiadora e viajante dedicada e passou anos estudando o mundo dos mapas. Seus pais são oriundos dos Estados Unidos e da América Central, e ela foi criada em ambos os lugares.
Grove já explorou muitos cantos do planeta, pois nos últimos vinte e cinco anos mudou-se de dois em dois anos. No momento, ela mora na área de Boston com a família
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