Oi, Leitoras e Leitores Viciados, preciso falar sobre o seriado Marvel / Netflix Jessica Jones, que estreou dia 20 de novembro de 2015. Não é uma resenha ou crítica (não sei avaliar nada técnico), mas preciso deixar minhas observações sobre a importância da Jessica Jones, super-heroína da Marvel Comics, ganhar seriado.
10 motivos para assistir Jessica Jones
(Sem spoilers!)
1) Primeira heroína Marvel protagonista
Jessica Jones é a primeira heroína Marvel Comics a protagonizar uma aventura fora das histórias em quadrinhos; a primeira com superpoderes - Agente Carter não conta.
O lançamento de sua primeira temporada [assim como Supergirl (DC Comics / CBS) e Agent Carter (Marvel / ABC) e os futuros filmes da Mulher-Maravilha (DC / Warner) e Capitã Marvel (Marvel / Disney)] está mudando a representação feminina no mundo nerd e pop e valorizando as super-heroínas, quase sempre mostradas fora dos quadrinhos (e até nos próprios) como irmãs, mães, tias, namoradas, amigas, ajudantes... dos homens. Ou estereotipadas. Queremos as super-heroínas mais reais. Queremos ver suas personalidades.
Características da Jessica Jones e motivos para assistirem a série:
2) Fiel aos quadrinhos / boa adaptação:
De um modo geral, mesmo tratando-se de uma adaptação, Jessica Jones é fiel às HQs. Em novembro de 2001, a Marvel Comics introduziu a linha MAX, com quadrinhos adultos. Alias foi escrita por Brian Michael Bendis e com arte de Michael Gaydos e David Mack. A primeira temporada se inspirou nesta HQ (que tem mais conteúdo que o seriado). A publicação teve vinte e oito edições e foi indicada a dois prêmios Eisner, o mais importante dos quadrinhos. A Jessica Jones de Alias é praticamente a mesma da Netflix, com poucas mudanças, e é interpretada pela atriz Krysten Ritter.
Como Carol Danvers somente aparecerá nos cinemas (Marvel/Disney) como a Capitã Marvel em 2018, encontraram uma amizade substituta para Jessica: Trish Walker (interpretada por Rachael Taylor). Será que Jessica Jones ganhará segunda temporada? Será que Trish ganhará poderes e se tornará a Gata do Inferno (Hellcat)?
Outras curiosidades sobre Jessica Jones nas HQs: Ela estudou com Peter Parker, o Homem-Aranha e teve uma queda por ele (e pelo Tocha Humana também!); a telepata Jean Grey dos X-Men ajudou Jessica e criou barreiras psíquicas para esta se tornar imune aos ataque do Homem Púrpura, o Kilgrave (e a resistir a ataques telepáticos em geral); já namorou o Homem-Formiga (Scott Lang).
Quem lê as HQs vai notar várias referências e até mesmo cenas muito parecidas.
3) Pertence a um universo:
É uma série que funciona diretamente junto às outras séries Marvel/Netflix, a responsável pelo lado obscuro da Marvel. A primeira foi Demolidor (Matt Murdock, interpretado por Charlie Cox). Jessica Jones é a segunda série e apresentou Luke Cage (Carl Lucas, interpretado por Mike Colter), que ganhará a sua própria. Justiceiro (Frank Castle, interpretado por Jon Bernthal) estará na segunda temporada de Demolidor e Punho de Ferro (Danny Rand, ator ainda não revelado) também aparecerá nas séries (já sabemos que Punho de Ferro terá sua própria série). Juntos, eles formarão a equipe Os Defensores, provavelmente uma minissérie.
Durante a primeira temporada ficou claro que todos os heróis Marvel/Netflix estão no mesmo universo dos da Marvel/Disney, como os Vingadores. Isso cria possibilidades de crossovers. Será que os Defensores aparecerão em Vingadores, por exemplo?
Nos quadrinhos, Jessica Jones mantém bom relacionamento com os demais super-heróis Marvel.
4) Para adultos:
Os super-heróis Marvel/Netflix são sombrios e não funcionariam(ram) tão bem nas produções cinematográficas Marvel/Disney devido à censura "livre" ou"10/12 anos". (É o que penso sobre produção solo da Viúva-Negra.)
São produções exclusivas para adultos. Os temas são mais sérios e profundos, a violência é maior, assim como as cenas de sexo são naturais e o uso de drogas ou álcool, estupro e agressão estão em cena. O sarcasmo e o humor negro substituem "as piadas à la Disney".
Os super-heróis na linha Max não pensam tanto em ética ou moral enquanto enfrentam criminosos, embora sejam boas pessoas - mas não exatamente bons exemplos para um pré-adolescente, por exemplo. São mercenários, vigilantes e justiceiros agindo por conta própria, fazendo justiça com as próprias mãos, especialmente quando percebem que a polícia e justiça nada poderão fazer contra esses criminosos.
Em Jessica Jones as cenas de sexo servem para mostrar mulheres em busca do próprio prazer. Não são cenas explícitas, funcionam como suporte ao relacionamento/construção de personagem. Elas transam como desejam e sem julgamentos: é liberdade sexual feminina.
O estupro existe, mas não é diretamente mostrado. O importante não é o que o telespectador vê, mas sim imaginar como a vítima se sente abalada e traumatizada; o que importa são as consequências psicológicas do estupro.
5) Personagens interessantes:
Trish Walker: A melhor amiga. Teve uma infância conturbada, pois foi celebridade mirim explorada pela mãe. Atualmente é apresentadora de um do programa de sucesso da rádio. A amizade entre Trish e Jessica é um dos pontos fortes da série;
Jeri Hogarth (por Carrie-Anne Moss): Advogada poderosa que contrata Jessica, especialmente quando o serviço é ilegal ou difícil. Tem um caso com sua secretária e é casada com uma médica;
Hope Shlottman (por Erin Moriarty): Uma jovem que vê o futuro promissor ser destruído após cometer um ato terrível. Jessica está certa da inocência da moça e a ajuda;
Malcolm Ducasse (por Eka Derville): Vizinho viciado em drogas que acaba criando vínculo com Jessica;
Will Simpson (por Will Traval): O policial correto em relação ao trabalho, que classifica as pessoas como "boas" ou "más", até perder o controle sobre isso;
Luke Cage: Dono de um bar que Jessica conhece durante uma investigação. Os dois se envolvem sexualmente. Ele é misterioso, possui superpoderes e ganhará sua própria série;
Kilgrave/Kevin Thompson (por David Tennant): É um antigo conhecido de Jessica. Enigmático, é capaz de controlar as pessoas com poderes mentais desconhecidos e seu retorno abala Jessica profundamente.
6) Ex / Anti-heroína:
Jessica Jones dos quadrinhos já foi super-heroína, lutou ao lado da Capitã Marvel (na época Miss Marvel), integrou grupos de super-heróis e teve um uniforme-fantasia colorido, que é mostrado por Trish no seriado. Safira, Paladina, Poderosa... Não, apenas Jessica Jones, por favor.
Ela abandona a vida heroica, as roupas coloridas e decide se tornar investigadora particular profissional, optando por um visual neutro, básico e sombrio. Não se importa com moda e maquiagem, porque para ela são futilidades. Ela tem outras preocupações, como seu estado psicológico ou pagar suas contas.
Essa é a Jessica da série: Nada de roupas decotadas e coladas. Foge do cliché de super-heroína gostosa "peituda, bunduda, de pernas longas". É uma mulher real.
Fala palavrão, não é receptiva, afasta as pessoas ao seu redor e é sincera ao ponto de ser grosseira. Além disso, é alcoólatra e traumatizada. Faz sexo casual e não se importa com a opinião dos outros. É ex-heroína e não tem planos de salvar ninguém, focando em seu próprio negócio.
7) Investigadora privada:
Jessica montou sua própria empresa de investigação privada, a Codinome Investigações. Longe do heroísmo, aceita casos rentáveis, quase sempre sobre maridos ou esposas infiéis. Mas ela é experiente, instintiva, capaz de seguir pistas, interrogar suspeitos e finalizar casos que um investigador comum não conseguiria. Porque sim, Jessica usa da superforça e voo para interrogar / amedrontar ou alcançar lugares estratégicos para fotografar o que precisa, invadir locais impossíveis para uma pessoa comum, além de escapar com facilidade. Nas HQs Jessica chegou a ser jornalista investigativa.
Até a abertura da série, além de ser em tons de roxo - uma referência às pinceladas das HQs Alias e ao Homem Púrpura (Killgrave) - destaca janelas e a invasão privacidade alheia sob o grande olhar de Jessica, a detetive. É uma série de investigação.
8) Suspense psicológico e superpoderes:
O foco principal da série não é a ação física; nem os superpoderes, e sim os relacionamentos e conflitos. É um suspense psicológico caprichado e inteligente. É claro que é bacana ver Jessica ou Luke socando os outros ou Killgrave dando ordens chocantes, muitas sanguinolentas. Explosões e pancadaria são itens legais nas histórias de super-heróis, mas aqui não temos desfiles de fantasias, máscaras, super-vilões a cada episódio nem montes de raios e poderes "a lá X-Men". Tanto que até o Killgrave, o vilão que controla as pessoas, é um psicopata carismático e sedutor por natureza. Mesmo se não tivesse os poderes, teria as mesmas características.
O estilo de combate da Jessica está mais para briga de rua ou bar do que de uma combatente profissional. Ela prefere simplesmente usar a superforça para jogar os malfeitores longe do que prolongar a situação. Particularmente achei isso divertido, faz mais o estilo dela, então não confundam com "falta de ação acrobática".
O tema central é o abuso psicológico, sexual e mental e a culpa.
Jessica sofre de estresse pós-traumático por dois motivos: é a única sobrevivente de uma acidente que matou seus pais e seu irmão. Ela ganhou poderes: superforça, voo e resistência sobre-humana. Após o coma, Jessica sofre de depressão com a culpa do sobrevivente. No seriado a origem de seus poderes não é explícita, mas nas HQs o carro da família colide com um caminhão com produtos químicos. (nos quadrinhos ela possui resistência telepática com a ajuda da X-Man Jean Grey).
Depois ela foi totalmente controlada por Killgrave, que utilizou Jessica e seus poderes como arma. Jessica se sentia vilã, por ter praticado crimes e até mesmo assassinato através do controle abusivo de Killgrave, além de ter sido usada como fantoche por ele, até mesmo sexualmente.
Jessica se culpa pelos atos cometidos sob controle do vilão, pela morte da família e, portanto, acha que não pode ser super-heroína.
9) Feminista:
Não basta ser independente, poderosa e dar nome à série. Precisa representar as mulheres para ser feminista. Jessica Jones, como obra de ficção, passa no Teste de Bechdel, no Teste Mako Mori e no Teste Ellen Willis:
Teste de Bechdel: 1) devemos ter pelo menos duas mulheres; ✓ 2) elas conversam entre si; ✓ 3) o assunto não pode ser um homem. ✓
Teste Mako Mori: 1) a história deve ter pelo menos uma personagem feminina; ✓ 2) esta precisa ter seu exclusivo arco narrativo; ✓ 3) o arco não pode funcionar como suporte para a história de um homem. ✓
Teste Ellen Willis: Caso invertamos os gêneros da história, ainda assim ela terá sentido? A personagem feminina não pode ser baseada em estereótipos de gênero. ✓
Bônus: Jessica Jones também passa no Teste Russo! É sobre a representação de personagens LGBT:
1) devemos ter pelo menos uma personagem lésbica, gay, bissexual e/ou transgênera; ✓ 2) a personagem não deve ser exclusiva ou definida apenas pela orientação sexual ou identidade de gênero; ✓ 3) a personagem deve ser tão importante na trama ao ponto que sua remoção teria um efeito significativo. ✓
Jessica Jones é marcante no mundo das adaptações de HQs com protagonistas femininas!
Sabem o que mais gosto em Jessica? Ela é exatamente como eu gostaria de ser: não dá explicações. Ela diz e faz o que quer; sem ter que ficar agradando às pessoas gratuitamente. Ela é de poucos amores, mas ama verdadeiramente.
10 motivos para assistir Jessica Jones
(Sem spoilers!)
1) Primeira heroína Marvel protagonista
Jessica Jones é a primeira heroína Marvel Comics a protagonizar uma aventura fora das histórias em quadrinhos; a primeira com superpoderes - Agente Carter não conta.
O lançamento de sua primeira temporada [assim como Supergirl (DC Comics / CBS) e Agent Carter (Marvel / ABC) e os futuros filmes da Mulher-Maravilha (DC / Warner) e Capitã Marvel (Marvel / Disney)] está mudando a representação feminina no mundo nerd e pop e valorizando as super-heroínas, quase sempre mostradas fora dos quadrinhos (e até nos próprios) como irmãs, mães, tias, namoradas, amigas, ajudantes... dos homens. Ou estereotipadas. Queremos as super-heroínas mais reais. Queremos ver suas personalidades.
Características da Jessica Jones e motivos para assistirem a série:
De um modo geral, mesmo tratando-se de uma adaptação, Jessica Jones é fiel às HQs. Em novembro de 2001, a Marvel Comics introduziu a linha MAX, com quadrinhos adultos. Alias foi escrita por Brian Michael Bendis e com arte de Michael Gaydos e David Mack. A primeira temporada se inspirou nesta HQ (que tem mais conteúdo que o seriado). A publicação teve vinte e oito edições e foi indicada a dois prêmios Eisner, o mais importante dos quadrinhos. A Jessica Jones de Alias é praticamente a mesma da Netflix, com poucas mudanças, e é interpretada pela atriz Krysten Ritter.
Como Carol Danvers somente aparecerá nos cinemas (Marvel/Disney) como a Capitã Marvel em 2018, encontraram uma amizade substituta para Jessica: Trish Walker (interpretada por Rachael Taylor). Será que Jessica Jones ganhará segunda temporada? Será que Trish ganhará poderes e se tornará a Gata do Inferno (Hellcat)?
Gata do Inferno nas HQs / Trish Walker no seriado Netflix. |
Quem lê as HQs vai notar várias referências e até mesmo cenas muito parecidas.
Uma das incontáveis referências. |
Alias Volume 01 #01 (novembro, 2001) |
É uma série que funciona diretamente junto às outras séries Marvel/Netflix, a responsável pelo lado obscuro da Marvel. A primeira foi Demolidor (Matt Murdock, interpretado por Charlie Cox). Jessica Jones é a segunda série e apresentou Luke Cage (Carl Lucas, interpretado por Mike Colter), que ganhará a sua própria. Justiceiro (Frank Castle, interpretado por Jon Bernthal) estará na segunda temporada de Demolidor e Punho de Ferro (Danny Rand, ator ainda não revelado) também aparecerá nas séries (já sabemos que Punho de Ferro terá sua própria série). Juntos, eles formarão a equipe Os Defensores, provavelmente uma minissérie.
Durante a primeira temporada ficou claro que todos os heróis Marvel/Netflix estão no mesmo universo dos da Marvel/Disney, como os Vingadores. Isso cria possibilidades de crossovers. Será que os Defensores aparecerão em Vingadores, por exemplo?
Nos quadrinhos, Jessica Jones mantém bom relacionamento com os demais super-heróis Marvel.
Demolidor, Punho de Ferro, Jessica Jones e Luke Cage. |
Os super-heróis Marvel/Netflix são sombrios e não funcionariam(ram) tão bem nas produções cinematográficas Marvel/Disney devido à censura "livre" ou"10/12 anos". (É o que penso sobre produção solo da Viúva-Negra.)
São produções exclusivas para adultos. Os temas são mais sérios e profundos, a violência é maior, assim como as cenas de sexo são naturais e o uso de drogas ou álcool, estupro e agressão estão em cena. O sarcasmo e o humor negro substituem "as piadas à la Disney".
Os super-heróis na linha Max não pensam tanto em ética ou moral enquanto enfrentam criminosos, embora sejam boas pessoas - mas não exatamente bons exemplos para um pré-adolescente, por exemplo. São mercenários, vigilantes e justiceiros agindo por conta própria, fazendo justiça com as próprias mãos, especialmente quando percebem que a polícia e justiça nada poderão fazer contra esses criminosos.
Em Jessica Jones as cenas de sexo servem para mostrar mulheres em busca do próprio prazer. Não são cenas explícitas, funcionam como suporte ao relacionamento/construção de personagem. Elas transam como desejam e sem julgamentos: é liberdade sexual feminina.
O estupro existe, mas não é diretamente mostrado. O importante não é o que o telespectador vê, mas sim imaginar como a vítima se sente abalada e traumatizada; o que importa são as consequências psicológicas do estupro.
Luke e Jessica. |
Trish Walker: A melhor amiga. Teve uma infância conturbada, pois foi celebridade mirim explorada pela mãe. Atualmente é apresentadora de um do programa de sucesso da rádio. A amizade entre Trish e Jessica é um dos pontos fortes da série;
Jeri Hogarth (por Carrie-Anne Moss): Advogada poderosa que contrata Jessica, especialmente quando o serviço é ilegal ou difícil. Tem um caso com sua secretária e é casada com uma médica;
Hope Shlottman (por Erin Moriarty): Uma jovem que vê o futuro promissor ser destruído após cometer um ato terrível. Jessica está certa da inocência da moça e a ajuda;
Malcolm Ducasse (por Eka Derville): Vizinho viciado em drogas que acaba criando vínculo com Jessica;
Will Simpson (por Will Traval): O policial correto em relação ao trabalho, que classifica as pessoas como "boas" ou "más", até perder o controle sobre isso;
Luke Cage: Dono de um bar que Jessica conhece durante uma investigação. Os dois se envolvem sexualmente. Ele é misterioso, possui superpoderes e ganhará sua própria série;
Kilgrave/Kevin Thompson (por David Tennant): É um antigo conhecido de Jessica. Enigmático, é capaz de controlar as pessoas com poderes mentais desconhecidos e seu retorno abala Jessica profundamente.
6) Ex / Anti-heroína:
Jessica Jones dos quadrinhos já foi super-heroína, lutou ao lado da Capitã Marvel (na época Miss Marvel), integrou grupos de super-heróis e teve um uniforme-fantasia colorido, que é mostrado por Trish no seriado. Safira, Paladina, Poderosa... Não, apenas Jessica Jones, por favor.
Ela abandona a vida heroica, as roupas coloridas e decide se tornar investigadora particular profissional, optando por um visual neutro, básico e sombrio. Não se importa com moda e maquiagem, porque para ela são futilidades. Ela tem outras preocupações, como seu estado psicológico ou pagar suas contas.
Essa é a Jessica da série: Nada de roupas decotadas e coladas. Foge do cliché de super-heroína gostosa "peituda, bunduda, de pernas longas". É uma mulher real.
Fala palavrão, não é receptiva, afasta as pessoas ao seu redor e é sincera ao ponto de ser grosseira. Além disso, é alcoólatra e traumatizada. Faz sexo casual e não se importa com a opinião dos outros. É ex-heroína e não tem planos de salvar ninguém, focando em seu próprio negócio.
7) Investigadora privada:
Jessica montou sua própria empresa de investigação privada, a Codinome Investigações. Longe do heroísmo, aceita casos rentáveis, quase sempre sobre maridos ou esposas infiéis. Mas ela é experiente, instintiva, capaz de seguir pistas, interrogar suspeitos e finalizar casos que um investigador comum não conseguiria. Porque sim, Jessica usa da superforça e voo para interrogar / amedrontar ou alcançar lugares estratégicos para fotografar o que precisa, invadir locais impossíveis para uma pessoa comum, além de escapar com facilidade. Nas HQs Jessica chegou a ser jornalista investigativa.
Até a abertura da série, além de ser em tons de roxo - uma referência às pinceladas das HQs Alias e ao Homem Púrpura (Killgrave) - destaca janelas e a invasão privacidade alheia sob o grande olhar de Jessica, a detetive. É uma série de investigação.
8) Suspense psicológico e superpoderes:
O foco principal da série não é a ação física; nem os superpoderes, e sim os relacionamentos e conflitos. É um suspense psicológico caprichado e inteligente. É claro que é bacana ver Jessica ou Luke socando os outros ou Killgrave dando ordens chocantes, muitas sanguinolentas. Explosões e pancadaria são itens legais nas histórias de super-heróis, mas aqui não temos desfiles de fantasias, máscaras, super-vilões a cada episódio nem montes de raios e poderes "a lá X-Men". Tanto que até o Killgrave, o vilão que controla as pessoas, é um psicopata carismático e sedutor por natureza. Mesmo se não tivesse os poderes, teria as mesmas características.
O estilo de combate da Jessica está mais para briga de rua ou bar do que de uma combatente profissional. Ela prefere simplesmente usar a superforça para jogar os malfeitores longe do que prolongar a situação. Particularmente achei isso divertido, faz mais o estilo dela, então não confundam com "falta de ação acrobática".
O tema central é o abuso psicológico, sexual e mental e a culpa.
Jessica sofre de estresse pós-traumático por dois motivos: é a única sobrevivente de uma acidente que matou seus pais e seu irmão. Ela ganhou poderes: superforça, voo e resistência sobre-humana. Após o coma, Jessica sofre de depressão com a culpa do sobrevivente. No seriado a origem de seus poderes não é explícita, mas nas HQs o carro da família colide com um caminhão com produtos químicos. (nos quadrinhos ela possui resistência telepática com a ajuda da X-Man Jean Grey).
Depois ela foi totalmente controlada por Killgrave, que utilizou Jessica e seus poderes como arma. Jessica se sentia vilã, por ter praticado crimes e até mesmo assassinato através do controle abusivo de Killgrave, além de ter sido usada como fantoche por ele, até mesmo sexualmente.
Jessica se culpa pelos atos cometidos sob controle do vilão, pela morte da família e, portanto, acha que não pode ser super-heroína.
9) Feminista:
Não basta ser independente, poderosa e dar nome à série. Precisa representar as mulheres para ser feminista. Jessica Jones, como obra de ficção, passa no Teste de Bechdel, no Teste Mako Mori e no Teste Ellen Willis:
Teste de Bechdel: 1) devemos ter pelo menos duas mulheres; ✓ 2) elas conversam entre si; ✓ 3) o assunto não pode ser um homem. ✓
Teste Mako Mori: 1) a história deve ter pelo menos uma personagem feminina; ✓ 2) esta precisa ter seu exclusivo arco narrativo; ✓ 3) o arco não pode funcionar como suporte para a história de um homem. ✓
Teste Ellen Willis: Caso invertamos os gêneros da história, ainda assim ela terá sentido? A personagem feminina não pode ser baseada em estereótipos de gênero. ✓
Bônus: Jessica Jones também passa no Teste Russo! É sobre a representação de personagens LGBT:
1) devemos ter pelo menos uma personagem lésbica, gay, bissexual e/ou transgênera; ✓ 2) a personagem não deve ser exclusiva ou definida apenas pela orientação sexual ou identidade de gênero; ✓ 3) a personagem deve ser tão importante na trama ao ponto que sua remoção teria um efeito significativo. ✓
Jessica Jones é marcante no mundo das adaptações de HQs com protagonistas femininas!
10) É Netflix, você decide quando assistir
A vantagem de você assinar Netflix é que as temporadas ficam disponíveis por completo. Estreou? Já pode fazer maratona ou se organizar e assistir aos poucos conforme preferir. Você pode assistir a todos os episódios da Jessica Jones (são treze!) de uma vez, em um final de semana, sem morrer de curiosidade pelo próximo, sem "mid season". Você acha que talvez seja difícil ver tudo e ficar esperando por mais? Nada! Tem muitas outras séries interessantes lá, como a do Demolidor. Assisto várias coisas ao mesmo tempo. Estou assistindo outras de super-heróis, Arrow e Flash da DC. Também tem filmes, desenhos, documentários, shows. E controle infantil, para você deixar um login só para as crianças, com o que elas podem ver.
Não os convenci a assistir Jessica Jones? Assistam ao trailer:
A vantagem de você assinar Netflix é que as temporadas ficam disponíveis por completo. Estreou? Já pode fazer maratona ou se organizar e assistir aos poucos conforme preferir. Você pode assistir a todos os episódios da Jessica Jones (são treze!) de uma vez, em um final de semana, sem morrer de curiosidade pelo próximo, sem "mid season". Você acha que talvez seja difícil ver tudo e ficar esperando por mais? Nada! Tem muitas outras séries interessantes lá, como a do Demolidor. Assisto várias coisas ao mesmo tempo. Estou assistindo outras de super-heróis, Arrow e Flash da DC. Também tem filmes, desenhos, documentários, shows. E controle infantil, para você deixar um login só para as crianças, com o que elas podem ver.
Sabem o que mais gosto em Jessica? Ela é exatamente como eu gostaria de ser: não dá explicações. Ela diz e faz o que quer; sem ter que ficar agradando às pessoas gratuitamente. Ela é de poucos amores, mas ama verdadeiramente.
Eu gostei dessa serie me identifiquei com a personagem, que não e aquela pessoa legalzinha com todo mundo , mas uma pessoa na dela , mas fechada que sabe as horas certas de agir, super ansiosa para a segunda temporada :)
ResponderExcluirTambém estou superansiosa por uma segunda temporada, Priscila. Abraço.
ExcluirGostei muito. Acho que poderiam botar um pouco mais dinheiro pra melhorar a produção. Jessie já mostrou que merece.
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