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[Resenha] Detetive Erika Foster, livro 3: Sob Águas Escuras, de Robert Bryndza e Gutenberg (Grupo Autêntica)

Sob Águas Escuras (Dark Water)
Detetive Erika Foster - livro 3
Robert Bryndza - Gutenberg / Grupo Autêntica
Tradução: Marcelo Hauck
336 páginas - R$ 39,90 (impresso) e R$ 19,80 (ebook) - trecho
Comprar: Amazon | Livraria CulturaLivraria da Folha | Google Play | Kobo | Saraiva | Submarino

Sinopse:
"O autor de A Garota no Gelo e Uma Sombra na Escuridão nos presenteia com outra eletrizante aventura da Detetive Erika Foster.
Quando a Detetive Erika Foster vasculha, com sua equipe, um lago artificial nos arredores de Londres em busca de uma valiosa pista de um caso de narcóticos, ela encontra muito mais do que eles estavam procurando.
Do fundo do lago são recuperados dois pacotes: um deles contém 4 milhões de libras em heroína. O outro… o esqueleto de uma criança.
Os restos mortais são de Jessica Collins, uma garota desaparecida há 26 anos e que foi a principal manchete de todos os noticiários da época.
Erika, então, precisa revirar o passado e desenterrar os traumas da família Collins para descobrir mais sobre o trabalho de Amanda Baker, a detetive original do caso – uma mulher torturada pelo seu fracasso na busca por Jessica.
Muitos mistérios envolvem esse crime, e alguém que não quer que o caso seja resolvido fará de tudo para impedir que Erika Foster descubra a verdade."

Resenha:
O escritor Robert Bryndza vendeu mais de dois milhões e meio de exemplares, traduzidos para mais de vinte e sete idiomas. É britânico, já morou no Canadá e nos Estados Unidos e atualmente vive na Eslováquia. Provavelmente é de onde veio a inspiração para sua protagonista da série de thrillers policiais, a detetive Erika Foster: uma policial eslovaca que reside e trabalha no Reino Unido. Os três primeiros livros já foram publicados no Brasil, todos pela Editora Gutenberg, do Grupo Autêntica: A Garota no Gelo (The Girl in the Ice), Uma Sombra na Escuridão (The Night Stalker) e, o mais recente por aqui, lançado em março de 2018, Sob Águas Escuras (Dark Water). A série Detetive Erika Foster conta com mais três volumes já publicados em inglês: Last Breath, Cold Blood e Deadly Secrets, inéditos no Brasil.
Apesar de ser uma série e possuir cronologia, os livros podem ser lidos de forma independente e em ordem aleatória, pois os crimes não possuem ligações. Não li os dois primeiros livros, por isso garanto que realmente é possível ler fora de ordem. Percebe-se que algumas personagens já se conhecem e que possuem vínculos, surge curiosidade sobre o passado, mas nada que incomode ou atrapalhe a leitura. Acredito que quem acompanha a série nota o desenvolvimento de relacionamentos, por exemplo. Como adorei Sob Águas Escuras, já coloquei A Garota no Gelo e Uma Sombra na Escuridão na minha wishlist.


Em sua terceira aventura, a Detetive Inspetora Chefe Erika Foster foi transferida da Equipe de Investigação de Assassinatos na Lewisham Row  para a Equipe de Projeto de Bromley que combate o crime organizado. Em sua atual missão, lidera uma equipe que vasculha e mergulha na pedreira desativada no centro do Parque Hayes, nos arredores de South London, em busca de uma carga submersa de traficantes, com quatro milhões de libras em heroína. Ao encontrarem o pacote, algo mais é visto nas profundezas das águas escuras: um pequeno esqueleto. A perícia checa e atesta que estes são os restos mortais de uma criança de 7 anos de idade desaparecida no outono de 1990. A detetive Foster encontrou o que restou do corpo de Jessica Collins, um caso de desaparecimento muito noticiado na época em que ocorreu.
Foster está insatisfeita com o sucesso de sua operação em busca das drogas, pois só consegue pensar no esqueleto infantil. Está frustrada com seu trabalho contra o crime organizado, porque num dia você prende o traficante e, no seguinte, outro criminoso já assume o cargo. Com assassinos é diferente. Você o captura e ele não poderá mais matar. Foster quer assumir o caso sobre Jessica Collins e, custe o que custar, resolver o enigma: o que aconteceu com a menina, para ser morta, jogada no fundo da pedreira e encontrada somente vinte e seis anos depois?


A narrativa é em terceira pessoa e no presente, quase sempre acompanhando os acontecimentos ao redor de Foster, com poucas exceções, que são cenas ligadas ao caso, incluindo alguns flashbacks, e sempre mantendo o clima de mistério.
É meio difícil encontrar um suspense policial tão fascinante e misterioso como este. Quase sempre as personagens soam como estereotipadas ou, simplesmente unidimensionais. Porque geralmente o autor destaca a situação central e o enigma e raramente sobra espaço para o bom desenvolvimento de relacionamentos e de um lado mais íntimo das personagens e justificativas de suas ações. Então, o enredo costuma ser interessante, mas nem sempre as motivações e personalidades das personagens ganham a atenção. Ou o inverso, personagens profundos e mistério não muito complicado.
Além da investigação, o que mais gostei foi encontrar personagens autênticas na trama. O entrosamento entre as personagens também é excelente, especialmente de Foster com os colegas, o Detetive Inspetor Peterson e a Detetive Inspetora Moss, com os superiores o Superintendente Yale e o Comandante Marsh e, em menor escala a Comissária Assistente Camilla, e sua família da Eslováquia. A ex-detetive Amanda Baker, que havia trabalhado no caso em 1990, foi o destaque para mim. O elenco é eclético e possui um pouco de representatividade, especialmente com mulheres complexas e realistas. Conta ainda com outros policiais e civis que vão aparecendo conforme o andamento da investigação.
Foster já perdeu muito em sua vida pessoal. Até gostei de ainda não ter lido os volumes anteriores, pois foi ótimo observar o quanto ela parece crível e cativante. Fiquei muito interessada no passado dela. Além disso, é uma profissional implacável, que persiste além do normal. Enfrenta até mesmo seus superiores e colegas, priorizando a solução do caso.


Além de famoso, parece impossível de ser solucionado, não apenas pelo tempo decorrido, mas também pela escassez de informações. Parece também que em 1990, além de não existir a tecnologia forense como em 2016, o arquivamento foi ineficaz e a polícia já gastou uma fortuna, especialmente em indenização pela pessoa erroneamente apontada como assassina. Tudo parece frágil e insuficiente, prestes a se despedaçar e Foster adentra em um caso antigo onde desconfia de tudo.
A família Collins parece tão caótica quanto o caso. Foster se encontra com os pais e irmãos de Jessica e percebe que o desaparecimento da menina e a falta de respostas simplesmente modificaram a família e o descobrimento dos restos mortais ainda causa mais abalos. Foster deve confiar na veracidade dos depoimentos? Para piorar a situação, ao entrar em contato com quem trabalhou na época, ela percebe que está em um beco sem saída. A detetive principal praticamente enlouqueceu e desistiu da carreira. Foster, portanto, insiste de que há algo errado, falso, escondido, perdido, falho, qualquer coisa, mas vai encontrar o(s) responsável(is). Até que mortes repentinas ocorrem e o caso se torna cada vez mais sinistro e urgente.
Essa foi uma das investigações mais realistas, sombrias e intrigantes que já encontrei na ficção. Além de me interessar por casos de desaparecimento de pessoas, especialmente de crianças (como o da inglesa Madeleine McCam, desaparecida em 2007 em Portugal, nunca encontrada), notei que o autor equilibrou a seriedade que o assunto merece e o entretenimento que um livro de suspense precisa manter. A protagonista é inesquecível e carismática, enquanto os obstáculos parecem intransponíveis. Possui reviravoltas que realmente surpreendem e, ainda assim, mantém ótimo nível de verossimilhança. Espero acompanhar toda a série Erika Foster!
Leitura essencial para os fãs de literatura policial em geral, thrillers e suspenses sombrios e protagonistas femininas marcantes, com uma pitada de ambientação gélida que os autores europeus costumam acrescentar. Confira o trecho disponibilizado pela Editora Gutenberg em seu site. O exemplar possui orelhas, miolo em papel amarelado, ótima revisão e tradução de Marcelo Hauck.


O autor:
Robert Bryndza nasceu no Reino Unido e já morou nos Estados Unidos e no Canadá. Seu romance de estreia, The Not So Secret Emails of Coco Pinchard (2012), deu origem à famosa série de comédia romântica de Coco Pinchard. Em 2016, escreveu A Garota no Gelo, primeiro volume da série de ficção policial da Detetive Erika Foster, best-seller nº 1 do Wall Street Journal e do US Today. O segundo livro da série, Uma Sombra na Escuridão, é também best-seller nº 1 no Wall Street Journal. Juntos, os dois livros já venderam mais de um milhão de cópias e foram traduzidos para 19 idiomas.
Atualmente mora na Eslováquia com seu marido Ján Bryndza, com quem escreveu o romance satírico Lost in Crazytown (2013).
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Outros livros da série Detetive Erika Foster já publicados no Brasil: A Garota no Gelo e Uma Sombra na Escuridão.


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