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[Resenha] Mulher-Gato: Ladra de Almas, de Sarah J. Maas e Arqueiro

Mulher-Gato: Ladra de Almas (Catwoman: Soulstealer)
Coleção Lendas da DC - livro 3
Sarah J. Maas - Arqueiro
Tradução: Mariana Serpa
352 páginas - 2019 - R$ 49,90 (impresso) e R$ 29,99 (ebook) - comprar

Sinopse:
"Quando o Morcego está fora, a Mulher-Gato faz a festa. Está na hora de saber quantas vidas tem essa gata.
No passado, Selina Kyle vivia no submundo de Gotham, cometendo pequenos delitos para sustentar a família. Quando a mãe a abandona, a jovem precisa tomar uma difícil decisão e entrega a irmã nas mãos de um casal que poderia cuidar bem melhor dela, longe da pobreza.
Dois anos depois, Selina retorna como a rica e misteriosa Holly Vanderhees. O que a trouxe de volta à cidade? E o que vai aprontar agora que tem como parceiras Arlequina e Hera Venenosa?
Com Batman fora em uma missão vital, Luke Fox quer provar que pode ajudar os habitantes de Gotham usando o disfarce de Batwing. Seu alvo é uma nova gatuna que se uniu às duas rainhas do crime. Juntas, as três instauram o caos.
Em meio a um jogo de segredos, mentiras e furtos, Selina se engalfinha à noite com Batwing, e se enrosca de dia com Luke Fox. Em uma trama que vai roubar o fôlego dos leitores, Sarah J. Maas mostra os primeiros momentos da ardilosa Mulher-Gato como uma das anti-heroínas mais ambíguas e amadas do mundo."

Resenha:

Depois de Mulher-Maravilha: Sementes da Guerra (resenha), de Leigh Bardugo (autora de Grisha e Six of Crows) e Batman: Criaturas da Noite (resenha), de Marie Lu (Legend, Warcross e Jovens de Elite), a Editora Arqueiro continua publicando a série Lendas da DC (DC Icons) com Mulher-Gato: Ladra de Almas (Catwoman: Soulstealer), de Sarah J. Maas, autora de Trono de Vidro e Corte de Espinhos e Rosas. Embora seja o terceiro de uma série, os livros são totalmente independentes e funcionam mais como uma coleção que uma série, ou seja, podem ser lidos na ordem de sua preferência, sem obrigação de ser a mesma de publicação. Mas todos pertencem ao mesmo universo, um universo exclusivo, não pertencente aos das histórias em quadrinhos, animações ou outra plataforma da DC.
Lendas da DC é uma parceria da Warner Bros. e da DC Comics com a Random House Books, que transporta algumas das personagens mais icônicas DC para livros Young Adult pela visão de três autoras e um autor. A Arqueiro tem feito um ótimo trabalho, mantendo as capas originais e a mesma tradutora para todos os livros, a Mariana Serpa. O exemplar possui orelhas, páginas amareladas e ótimas revisão e diagramação, com o emblema da personagem enfeitando o início de cada capítulo.
O último volume divulgado da coleção é de responsabilidade de Matt de la Peña, autor da série Infinity Ring, e é Superman: Dawnbreaker, ainda inédito no Brasil.
Não há necessidade de se conhecer previamente o universo DC, nem mesmo o as HQs. Qualquer pessoa pode ler sem receio e, na verdade, é um material recomendado para atrair novo público que deseja conhecer as personagens e a ambientação da DC, sem complicação ou múltiplas histórias. Embora não sejam canônicos, os livros mantêm a essência das personagens emblemáticas e das famosas localidades fictícias, como Gotham City, Themyscira ou Smallville. Cada autora ou autor reimagina a origem do super-herói / heroína em questão, dentro do gênero Jovem Adulto.


Leigh Bardugo fez um trabalho incrível com a Mulher-Maravilha, explorando seus profundos sensos de bondade, justiça e igualdade, apresentando uma jovem e determinada Diana Price. Marie Lu criou um inexperiente e inteligente Bruce Wayne, ávido por resolver mistérios profundos e ser útil em uma sociedade cinzenta, corrupta e desigual. Seguindo o mesmo clima sombrio encontrado no livro do Batman, incluindo os mesmos cenários, Gotham City e o Asilo Arkham, Sarah J. Maas teve a difícil tarefa de dar vida a uma anti-heroína, a complexa Mulher-Gato, que aqui começa apenas como a adolescente genial Selina Kyle. Ela cria a irmã mais jovem sozinha, Maggie, visto que a mãe dependente química foi presa e o pai nunca participou de suas vidas.
O livro se inicia assim, com Selina ingressando na vida de crimes como batedora de carteiras e lutadora clandestina, treinando ginástica olímpica e boxe, para conseguir o dinheiro para sustentar e cuidar da irmã, visto que Maggie sofre de uma doença grave. Selina participa de um grupo seleto de meninas e mulheres, as Leopardas, e é aí então que ela ganha o apelido Mulher-Gato.
A trama logo dá um salto de alguns anos, quando Selina ressurge em Gotham sob a identidade falsa da herdeira de uma fortuna, Holly Vanderhees. O que aconteceu à Selina neste meio tempo é mostrado aos poucos, através de flashbacks engrandecedores, contribuindo para o desenvolvimento excelente da protagonista, indo de Selina, integrante das Leopardas, membro da Liga dos Assassinos, até o momento atual, a Mulher-Gato. E com o desfecho, Selina ainda assume outro papel e recebe um novo e informal título.


Ladra de Almas se passa alguns anos após Criaturas da Noite. Por se desenvolver no mesmo local e englobar o mesmo núcleo de personagens, acho válido observar este ponto. Pois no livro da Batman, Bruce ainda não havia se consolidado como super-herói, mas aqui ele é o principal defensor de Gotham, temido pelos criminosos e trabalhando em parceria com a polícia.
Enquanto Batman está fora em uma missão vital, é o colega Batwing quem protege a cidade. Até a chegada da misteriosa, ousada e imparável Mulher-Gato balançar Gotham.
A identidade secreta de Batwing é Luke Fox, filho do CEO das Indústrias Wayne, Lucius. Ele é o principal antagonista da Mulher-Gato neste livro. Enquanto o Batman viaja, Batwing precisa lidar com esta inesperada e inusitada ameaça: os exorbitantes e muito, muito ousados roubos da Mulher-Gato.
Sob o disfarce da ricaça e fútil Holly, Selina se mistura à elite financeira e social de Gotham, acessando informações privilegiadas sobre seus alvos: obras de arte, peças de museus, jóias valiosíssimas, itens raros. Este é seu plano, aparentar pertencer ao grupo atacado, para assim jamais sofrer desconfiança. Os furtos da Mulher-Gato assustam e impressionam, pois Batwing, o vigilante defensor, não consegue pegá-la.
Sem os uniformes de combate, como Holly e Luke, eles se conhecem e passam a conviver, rolando até mesmo clima romântico/tensão sexual. Assumindo seus respectivos alter-ego, Mulher-Gato e Batwing, eles se tornam antagonistas, sem ter ciência de quem está por debaixo da outra máscara. Nunca soube de um romance entre eles nas HQs, então fãs que gostam da Selina com o Bruce podem sentir certo ciúme, mas achei interessante.
A narrativa é em terceira pessoa, e embora a Mulher-Gato seja a protagonista, os pontos de vista se revezam entre ela e Batwing. É um ponto positivo, porque conhecemos Selina por ela mesma, aos poucos, mas também sob os olhos de uma outra pessoa, com um mistério e suspense excitantes. E temos dois lados, o protetor da cidade versus a causadora do caos. Incrível!


A Mulher-Gato conquista duas aliadas impressionantes: Hera Venenosa, ansiosa em salvar o meio ambiente, e Arlequina, literalmente louca para retirar o Coringa do Asilo Arkham. Juntas, as três se tornam imbatíveis, deixando um rastro de destruição e um prejuízo financeiro incalculável aos mais ricos de Gotham.
O livro até poderia ser: Mulher-Gato e as Sereias de Gotham, pois Hera Venenosa e Arlequina têm muito destaque (e um caso amoroso e confuso entre si), portanto, se você gosta das personagens, é uma leitura imperdível. A amizade que vai surgindo entre elas é muito boa, mesmo que sob motivações duvidosas. Em certos momentos, Selina anseia por experiências de uma jovem comum, e isso se reflete bastante no desejo de ter tido amigas na adolescência, de ter amigas agora. Mas sempre fica no ar uma desconfiança nos relacionamentos.
É um trabalho feminista, com boa representatividade, pois além do protagonismo feminino, quase todas as personagens secundárias são mulheres. Elas fazem o que precisam e o que desejam e a própria Selina tem uma verdadeira e valiosa motivação. Tudo o que ela faz, como uma Robin Hood noturna e sombria, é mais complexo do que aparenta. O enredo dá pistas, mas seus motivos e razões são mostrados mesmo apenas na reta final.
Este livro explora bem as personagens, mesmo sem ter o espaço necessário. Até Batwing é um super-herói interessante. O aprovo como o antagonista da Mulher-Gato aqui, pois o Batman já teve o livro dele e, portanto, é justo dar a oportunidade de outro ter este destaque, especialmente por ser um super-herói negro. Apenas me pergunto onde Robin ou Asa Noturna ou outros heróis estão neste universo. Comissário Gordon, Falcone, Coringa e outras personagens masculinas participam, mas bem pouco (amei a aparição assustadora do Coringa).


Sarah J. Maas faz uma sensacional e essencial renovação na origem da Mulher-Gato. Sinceramente, acredito que a Warner e a DC deveriam se agarrar a isso ao trabalhar futuramente a personagem em outras mídias. É uma origem firme, organizada, empoderadora e melhor que as versões já exploradas anteriormente, como "Selina prostituta" ou "Selina vítima de abuso". Sarah J. Maas prova que uma mulher não precisa sofrer sexualmente para se tornar uma pessoa forte, destemida e determinada. Outras motivações podem existir, e a que encontrei aqui, é excelente e empolgante. Simplesmente amei tanto a versão de Mulher-Gato feita por Sarah J. Maas, e os vislumbres de Arlequina, Hera, Nyssa e Talia, que adoraria ver se tornar cânone. Ou, ao menos, seria simplesmente incrível uma série toda escrita pela autora, com as Sereias de Gotham e as Aves de Rapina. Queria muito um livro escrito por ela com a Batwoman, até porque há um aceno de Barbara Gordon em Ladra de Almas.
Leitura altamente recomendada a quem adora histórias com super-heróis, especialmente se busca por aventuras protagonizadas por mulheres. Perfeito se você prefere anti-heróis, ou melhor, anti-heroínas!


A Arqueiro disponibiliza trechos dos três livros no site da editora. Clique aqui e leia uma degustação do livro do Batmanaqui para experimentar o livro da Mulher-Maravilha e neste link para ler o início da história da Mulher-Gato. Agora é torcer para que o livro do Superman seja publicado pela Arqueiro em 2020. Estou ansiosíssima, pois amava Smallville, a série televisiva da Warner, e espero por uma aventura do jovem Clark Kent um pouquinho naquele clima.
O exemplar da Arqueiro é maravilhoso, com a capa original, orelhas e páginas amareladas.

Os demais livros da coleção: Clique nas capas para ler as resenhas e ver as informações dos exemplares.


A autora:
Sarah J. Maas é autora das séries Trono de Vidro – traduzida para 35 idiomas e destaque na lista de mais vendidos do mundo todo – e Corte de Espinhos e Rosas. Ela elaborou o primeiro volume de sua série mais famosa quando tinha apenas 16 anos. Nascida em Nova York, Sarah mora na Pensilvânia, com o marido e a cachorrinha.
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2 comentários

  1. Eu tinha visto só esse livro na saraiva e não tinha me chamado nenhuma atenção, porque sinceramente eu não curti a capa e achei até que apesar do nome, não tivesse nada a ver com o universo DC, agora que estou vendo que é e que até mesmo o Batman tem seu livro. Adorei toda essa pegada grl power do livro, é algo não muito comum no universo dos quadrinhos onde as mulheres são bem sexualizadas. Também amei os personagens conhecidos presentes: amo o relacionamento e amizade da Arlequina com a Hera. Então sim, conseguiu me deixar bem interessada por uma leitura que eu não estava dando nada rs

    Abraço,
    Parágrafo Cult

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    Respostas
    1. Oi, Larissa, estou curtindo bastante este universo Lendas da DC, são tramas bem dinâmicas. Todos os três são bem interessante, especialmente o da Mulher-Gato e o da Mulher-Maravilha, ambos são muito girl power! É uma coleção Young Adult, não adulta, mas mesmo assim recomendo muito! Abraço.

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