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O Coração do Leão, de Mia Sheridan e Editora Arqueiro

O Coração do Leão (Leo)
Coleção Signos do Amor - livro 2
Mia Sheridan - Arqueiro
208 páginas - 2015 - R$29,90 (impresso) e R$19,99 (e-Book)
Tradução: Ana Rodrigues
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Resenhas Coleção Signos do Amor: A Voz do Arqueiro | O Leão Ferido.

Sinopse:
"Cada livro da coleção Signos do Amor é inspirado nas características de um signo do Zodíaco. Esta história se baseia na mitologia de Leão e fala sobre as surpresas que a vida nos reserva.
Evie e Leo se conheceram ainda crianças, em um lar adotivo, e logo se tornaram grandes amigos. Com o tempo, a amizade se transformou em uma paixão avassaladora, e eles juraram ficar juntos para sempre.
Quando Leo foi inesperadamente adotado na adolescência e teve que se mudar para outra cidade, prometeu a Evie que entraria em contato com ela assim que chegasse lá e que voltaria para buscá-la quando ela fizesse 18 anos. Mas ele nunca mais deu notícias.
Oito anos depois, apesar das circunstâncias, Evie conseguiu dar a volta por cima. Tem um emprego, amigos e está feliz. Então, de repente, um homem chamado Jake Madsen surge em sua vida, alegando ter sido enviado por Leo para saber como ela está.
Evie não consegue evitar a atração que sente por esse homem sensual e misterioso. Mas será que ela pode confiar em um estranho? Ou será que ele está guardando um segredo sobre sua real ligação com Leo e os motivos que o levaram a sumir de sua vida anos atrás?"

Resenha:
Eu buscava por romances do gênero New Adult que me agradassem e um amigo que indicou A Voz do Arqueiro (Archer's Voice, 2014), o primeiro livro da autora Mia Sheridan publicado no Brasil pela Editora Arqueiro em 2015. É da Coleção Signos do Amor, onde cada história é inspirada em um signo do zodíaco e seu jeito de se apaixonar e amar.
Por ter amado tanto A Voz do Arqueiro, logo me apressei para ter em mãos os volumes seguintes da coleção: O Coração do Leão e O Leão Ferido. O Coração do Leão é mediano em comparação ao A Voz do Arqueiro.
Elogio novamente a Editora Arqueiro por manter os livros da coleção padronizados, com imagens em preto-e-branco nas capas, mesmas fontes e cores fortes destacando títulos e lombadas. Os exemplares formam uma coleção bonita, possuem orelhas, páginas amareladas, boa fonte e bons trabalhos de revisão e de diagramação.
No original, O Coração do Leão é apenas Leo (publicado em inglês em 2013 e no Brasil em final de 2015), nome do rapaz que marcou a vida da protagonista Evelyn para sempre.


A escrita da autora também é agradável, porém mais fraca. Acho que isso ocorre porque ela escreveu O Coração do Leão antes de A Voz do Arqueiro. A melhora é notável, mas sua característica principal já se faz presente: carga dramática intensa, mas sem exageros desnecessários nesse campo. O erotismo em O Coração do Leão é mais forte que em A Voz do Arqueiro, trazendo cenas sexuais em excesso. É um livro recomendado para maiores de 18 anos.
Já sobre classificação de gênero literário: A Voz do Arqueiro é New Adult; enquanto que O Coração do Leão está mais para erótico que NA. A "história do Arqueiro" possui numerosas e intensas cenas de sexo, porém são mais delicadas e dentro do contexto. Não gostei muito do lado sexual de O Coração do Leão, é exagerado.
Quanto ao casal, Evie e Jake, há muita química e pouco envolvimento emocional. Eles seguem seus instintos e iniciam um relacionamento. Acredito que ao construir as personagens, a autora deveria mantê-las fiéis às suas essências e, portanto, não combinou Evie se entregar a um relacionamento sexual com Jake sem conhecê-lo melhor. Não critico o comportamento e sim o fato de não combinar com ela.
Evie tanto se abre com ele e se envolve sentimentalmente, enquanto ele praticamente não conta nada a ela, fica na defensiva e deixando-a duvidar de sua fidelidade constantemente. Sei que a autora tentou criar suspense, mas não funcionou para mim. Achei o livro previsível e isso me decepcionou um pouco. Desde os primeiros capítulos eu já sabia como a trama terminaria.
Evie e Jake têm tanto a conversar, é uma necessidade palpável, mas preferem transar; e Evie, apesar de curtir cada segundo, por vezes me pareceu incomodada pela falta de diálogo.
Uma observação sobre ambos os livros é que não há estímulo do uso de preservativo nas relações sexuais e achei desprezível Jake simplesmente notificar a Evie para usar contraceptivo oral porque "não usará preservativo com ela". Se não é para estimular (até porque o livro não é de educação sexual) ao menos deixe o detalhe de lado. Foi egoísta da parte dele decidir a vida sexual do casal (e a saúde de Evie) sem deixar a moça pensar à respeito e opinar. Se ela vive desconfiando de infidelidade dele, por que não exigiu preservativo?
O lado positivo está fora da cama, onde Evie nega várias "ordens" e corta vários comportamentos controladores de Jake. Isso eu adorei, ela vai domando a fera! Ela quer continuar independente, pagando suas contas e preservando sua liberdade e privacidade. Acerto da autora!


As personagens são estereotipadas e não me afeiçoei a elas, apenas esperei pelos segredos de Jake, torcendo por revelações que mudassem o rumo da trama. Foi o que me manteve presa ao livro. Sabia que Jake tinha muita história para contar e me mantive curiosa.
Evie é a boa moça, a heroína "perfeita", virgem e linda. Mesmo com tanto sofrimento, falta de oportunidades sociais, ela se ergueu, mantém dois empregos, apartamento alugado e paga todas as suas contas. Apesar de trabalhar muito ainda guarda tempo para se dedicar e agradar a vizinhos e ex-vizinhos. Mesmo tendo vivido em orfanatos e lares adotivos com adultos desprezíveis, cercada por drogas, álcool, abuso sexual e amigos se despedaçando, ela se mantém doce, educada e prestativa. É a verdadeira "Gata Borralheira", trabalhadora, boa e sonhadora. Jake é o "Príncipe Encantado", lindo, rico, másculo e protetor, prometendo um mundo de "Cinderela" a Evie. Entretando, prepare-se: Jake será descortinado na reta final.
As personagens secundárias são clichés: o "Amigo Gay" que parece ter apenas a função de levantar a autoestima de Evie (sem nenhuma característica além de ser o amigo gay). Por coincidência e praticidade, quando uma dúvida surge, Evie não precisa buscar por um especialista; o amigo gay tem a solução. Há ainda a "Amiga Perfeita". A que é casada, tem uma filha pequena e, entre os empecilhos cotidianos, é muito feliz e sempre tem tempo para (também) cultivar a autoestima de Evie e socorrê-la (parece uma amizade por caridade, pois elas nada têm em comum). Marido e filha não acrescentam à trama, a família serve apenas para Evie ter uma fuga da realidade solitária de não ter a sua própria. Por último, uma ex-namorada (ex?) de Jake, a "Bruxa", uma rival que logo adverte Evie sobre os "riscos" de se apaixonar por Jake e ser abandonada. Uma personagem que poderia ter sido explorada no livro e acrescentado muito à trama seria a amiga de infância de Evie, Willow. Essa sim poderia ser a verdadeira (imperfeita) melhor amiga de Evie.


A narrativa no presente é de Evie, em primeira pessoa e compõe quase toda a obra. No entanto, há alguns capítulos em terceira pessoa no passado, flasbacks de Evie e Leo, mostrando como eles se conheceram, se tornaram amigos e se apaixonaram. Mas, quando Evie tinha 14 anos de idade e Leo 15, este foi adotado definitivamente. Ele prometeu a ela que manteria contato constante e que quando Evie completasse 18 anos a buscaria para continuarem juntos. Antes de ir embora, Leo prometeu amor eterno e disse que "Evie seria eternamente dele". Com exceção do acordo de "Evie pertencer à Leo", as cenas no passado são lindas, harmoniosas e, para mim, formam a melhor parte do livro. Eu leria uma obra recheada apenas dos anos em que Evie e Leo (e Willow) passaram juntos antes da separação do casal. São cenas naturalmente escritas, belas, inocentes e doces. Embora vivessem com precariedade, a união deles vencia a dureza. O nascimento do amor foi genuíno, porém muito pouco explorado, visto que o foco é o presente.
O rapaz não cumpriu com a palavra; não retornou nem mesmo escreveu uma única carta. Assim sendo, aos 22 anos, embora Evie ainda sonhe com seu primeiro amor (e não tenha tido ninguém!), desistira de procurar por Leo, porque suas informações são demasiadamente escassas.
Então surge Jake, amigo de Leo, com uma notícia péssima. Evie se entristece, mas não me pareceu sofrimento verdadeiro já que ela ainda sonhava com o reencontro com Leo, como em um conto de fadas. Porque há Jake, que a deixa incontrolavelmente atraída por ele. Logo Jake fica obcecado por Evie e passa a investir nela, esbarrando na moça pela rua, decorando seu itinerário, tentando marcar um encontro romântico. Assim sendo, rapidamente Evie supera Leo e mergulha em um relacionamento com Jake, sem perguntar mais detalhes sobre Leo. Nada mais importa, basta para Evie sentir (ela não sabe; apenas sente!) que Jake é protetor e agradável. Ela sente que deve confiar nele e ponto final.
Evie entrega seu corpo, coração e alma a Jake. Mas as coisas parecem inacreditavelmente perfeitas demais para ser verdade e é neste momento que a autora sacode um pouco o enredo e o livro melhora muito. Evie descobre que Jake vem mentindo e a enganando por todo o tempo. Destruída e desamparada, ela não sabe o que fazer.



O melhor do livro está na importância que a autora dá a temas fortes: Orfandade, exploração infantil, pedofilia, a falta da família, dependência química, descaso do Estado e da sociedade em geral para com os desamparados, sejam viciados em drogas ou álcool, órfãos, miseráveis, moradores de rua... Outro item que atraiu minha atenção foi que a autora expõe, além do trauma do abuso sexual, a culpabilização da vítima, até por si mesma. O peso na consciência de ter sofrido o abuso permanece muitas vezes por anos, não apenas a dor, mas a dúvida de que ou "fez por merecer" ou "não fez o suficiente para escapar". A autora está de parabéns pela ousadia de tocar com delicadeza em um assunto doloroso e que, muitas vezes, é considerado tabu.
Estou prestes a iniciar O Leão Ferido, portanto não estou apta a dizer qual a ligação exata dele com O Coração do Leão; se é uma continuação ou outro ponto de vista. Porém posso garantir que A Voz do Arqueiro é independente em relação aos dois livros "Leão".
Não sei exatamente o que esperar, porque a autora parece ter entregado todos os mistérios e segredos ao término de O Coração do Leão. Torço por revelações e novidades.

PS.: Recomendo não ler a sinopse de O Leão Ferido se ainda não leu O Coração do Leão!


A autora:
Mia Sheridan começou a escrever na tentativa de superar a dor da perda da filha. Publicou seu primeiro livro online e, em cerca de uma semana, ele chegou à lista de mais vendidos. Desde então, ela não parou de escrever e se tornou uma autora apaixonada por tecer histórias de amor sobre pessoas destinadas a ficarem juntas.
Suas narrativas verdadeiras conquistaram o público e a levaram ao topo das listas dos prestigiosos USA Today, The Wall Street Journal e The New York Times.
Mia mora em Cincinnati, Ohio, com o marido e os quatro filhos.
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