Coleção Romances de Hoje
Jenny Colgan - Arqueiro
Tradução: Thaís Paiva
304 páginas - R$ 34,90 (impresso) e R$ 19,99 (ebook)
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Sinopse:
"Nina Redmond é uma bibliotecária que passa os dias unindo alegremente livros e pessoas – ela sempre sabe as histórias ideais para cada leitor. Mas, quando a biblioteca pública em que trabalha fecha as portas, Nina não tem ideia do que fazer.
Então, um anúncio de classificados chama sua atenção: uma van que ela pode transformar em uma livraria volante, para dirigir pela Escócia e, com o poder da literatura, transformar vidas em cada lugar por que passar.
Usando toda a sua coragem e suas economias, Nina larga tudo e vai começar do zero em um vilarejo nas Terras Altas. Ali ela descobre um mundo de aventura, magia e romance, e o lugar aos poucos vai se tornando o seu lar.
Um local onde, talvez, ela possa escrever seu próprio final feliz."
Resenha:
Após o sucesso das publicações da Linha Romances de Época, a Editora Arqueiro inaugurou em maio de 2019 uma nova coleção. É a vez dos romances contemporâneos ganharem destaque através de mulheres atuais que lidam com problemas cotidianos e buscam conquistar seu espaço. As protagonistas precisam conciliar múltiplas funções e responsabilidades para alcançarem a felicidade e o sucesso.
A Coleção Romances de Hoje já chegou com três títulos: Desencontros à Beira-Mar de Jill Mansell, A Casa dos Novos Começos de Lucy Diamond e A Pequena Livraria dos Sonhos de Jenny Colgan, com capas alegres e convidativas, e tramas repletas de humor, leveza, empoderamento e inspiração, sob medida para fãs de romances contemporâneos, chick-lits e comédias românticas.
Não sou muito fã deste tipo de livro, preferindo geralmente assistir filmes ou séries do estilo, mas decidi ler os trechos disponibilizados no site da Arqueiro para divulgar o material, mas fui completamente arrebatada pelas amostras e decidi ler logo os três lançamentos!
As mulheres podem até se identificar mais com as protagonistas, mas sinceramente não gosto de indicar leitura para determinado gênero, visto que são histórias que envolvem situações cotidianas facilmente apreciadas por qualquer pessoa que busque comédia, por exemplo, ou sob temas tratados de modo leve, mas de teor universal, como ter que mudar a vida por causas inevitáveis. Portanto, recomendo a coleção para quem busca por leitura leve e divertida com protagonistas modernas.
"Sempre chegamos a algum lugar, por resultado do nosso esforço ou pela falta dele. Contudo, fazer algo novo é muito difícil. E algumas coisas podem ajudar nesse processo."
No caso específico de A Pequena Livraria dos Sonhos, originalmente publicado em 2016, indico para quem gosta de histórias envolvendo livrarias, bibliotecas, paixão pela leitura e pela mudança que os livros podem provocar. Mais que isso, recomendo para quem adora história sobre se criar coragem e ter ousadia para mudar não apenas a sua vida, mas também influenciar a de outras pessoas, pois é o que Nina Redmond, a protagonista de A Pequena Livraria dos Sonhos faz.
Aos 29 anos de idade, Nina é bibliotecária e verdadeiramente adora o que faz. Antes de tudo, ela ama livros e não vive sem eles. Em segundo lugar, ela tem talento para descobrir rapidamente o livro ideal para determinada pessoa, mesmo uma completa desconhecida, e assim sanar o desejo ou necessidade urgente que o caso traz. Além disso, ela leva o trabalho a sério, mesmo as partes mais cansativas e enfadonhas, sendo uma boa profissional que jamais se atrasa ou falta sem fortes justificativas.
O problema é que a vida fora dos livros não é tão interessante. Pessoas são mais complicadas que personagens. Os imprevistos da vida são mais difíceis e sem atrativos que os plot-twists literários. Os relacionamentos amorosos estão muito distantes dos mostrados nos livros românticos. E finais felizes parecem existir apenas na ficção.
"... a mente viajando para a Londres vitoriana ou para uma distopia cheia de zumbis, ou para onde quer que desejasse. Na maior parte da vida, o mundo lá fora era apenas algo do que se proteger enquanto ficava em casa com um livro."
Nina aluga há 4 anos parte da casa de Surinder, e elas se tornaram ótimas amigas. Mas a coleção exageradamente grande de livros de Nina começa a complicar o convívio entre elas, especialmente agora que a biblioteca pequena onde ela trabalha, em Birmingham, vai fechar. Ela não consegue deixar aquelas caixas de livros sem dono, então ela leva para casa todos os exemplares que a direção permite. O que Nina vai fazer agora? Bibliotecas e livrarias estão fechando e Nina não consegue se adequar às exigências profissionais para ser remanejada para a nova e moderna central multimídia, pois são poucas vagas. Como continuar lidando com os leitores e garantindo que cheguem a eles os livros certos? O que fazer com aqueles volumes acumulados em casa? Como continuar pagando o aluguel, as contas e as compras de novos livros? Unindo o útil ao agradável, Nina tem uma ideia. Na verdade, um sonho que ela sempre quis realizar, mas nunca teve coragem: abrir sua própria livraria.
A coisa toda se desenrola para uma situação inusitada: uma van vintage enorme adaptada para comportar uma livraria itinerante! Nina planeja vender livros novos e usados, incluindo raros, fazendo com que cheguem aonde bibliotecas e livrarias não alcançam ou não existem mais. Depois de uma boa dificuldade inicial e o encontro com muita burocracia, Nina sai da Inglaterra e vai parar em uma pequena cidade nas Terras Altas, na Escócia: Kirrinfief! Ela troca de trabalho, se arrisca financeiramente, mergulha em uma rotina nova, precisa lidar com pessoas totalmente desconhecidas e diferentes das quais estava acostumada e muda de cenário, clima e estilo de vida, aprendendo a morar no interior. Será que ela conseguirá também viver um romance como os dos livros?
"Condenar qualquer um deles à reciclagem era devastador: eram livros, oras. Para Nina, era como se estivessem fechando um abrigo de animais."
O livro possui narrativa em terceira pessoa sob a ótica da protagonista, mas com algumas boas explicações sobre coisas que ela não está ciente. A trama é dinâmica, divertida e escrita de forma muito agradável e leve, fazendo a leitura fluir muito bem. Eu que nem gosto tanto assim deste tipo de livro não conseguia pausar a leitura. Nina conhece muitas pessoas com seu trabalho e eu adorei estas pequenas histórias como brinde. Ao indicar e vender livros para tantas pessoas, com faixas etárias, estilos de vida e problemas diferentes, Nina nos apresenta vários coadjuvantes, a maioria formada por moradores dos vilarejos e pequenas cidades que sua van visita. Os destaques são um cão pastor, um menino travesso e uma adolescente esperta, mas também adorei as observações de Nina sobre o que tal pessoa gosta de ler, principalmente quando seus clientes procuravam por coisas bem específicas. Nina é balançada por um poeta charmoso e um fazendeiro sensual, e parece que tem também um bibliotecário nerd.
Achei genial a forma crescente como a autora destaca a importância da leitura nas vidas de muitas pessoas; em como todo mundo gosta de histórias, então se não gosta de livros é porque ainda não achou os ideais; em como uma vez leitor, sempre leitor. As referências e citações de livros, autores e personagens engrandecem a narrativa.
O cenário é deslumbrante, com campos verdejantes, ruas charmosas e animaizinhos fofos. Através de Nina conhecemos os costumes das Terras Altas, com comida típica e festas tradicionais, com direito a figurino e mais. Em uma cidadezinha onde todos se conhecem, os relacionamentos se estreitam e a união é fortalecida através dos hábitos, eventos e, agora, da leitura.
O desenvolvimento da protagonista é incrível, assim como seu amor pelos livros, que ela aprende a equilibrar com outras coisas. A vida real é tão importante como a dos livros.
Mas será que Nina vai encontrar seu "e viveram felizes para sempre"? Porque alguns obstáculos aparecem para impedi-la e até mesmo destruir tudo o que ela se esforçou bastante para conseguir.
"... pequenas cidades onde estacionava a van e vendia os romances mais picantes, os policiais mais soturnos e as séries de serial killer japonesas mais recentes e mais horripilantes."
A edição da Arqueiro está linda, da capa à diagramação, em papel amarelado, com orelhas e excelente revisão. Acredito que a tradução, de Thaís Paiva, também esteja nota dez, pois contém algumas expressões atuais e modernas, muitas referências literárias e belas descrições.
Desejo muito que a Arqueiro publique mais livros de Jenny Colgan, pois o estilo dela é muito agradável, envolvente e divertido e vi no site oficial da autora vários livros interessantes (e por curiosidade, ela escreve livros e contos de Doctor Who e livros infantis). O próximo livro de Jenny Colgan será A Padaria dos Finais Felizes e está previsto para agosto!
"Quando meus pais eram pequenos, os livros na minha língua natal eram proibidos. ... É por isso que tudo que espalha livros, que ajuda a disseminar os livros, é algo que eu considero bom. Um bom remédio, não ruim."
Jenny Colgan nasceu em 1972, na Escócia, e é autora de comédias românticas, ficção científica e histórias infantis. Seus mais de 25 livros foram publicados em dezenas de países e já venderam mais de 3 milhões de exemplares. Jenny adora bolo, Doctor Who e livros muito, muito longos, quanto mais longos melhor. Mora em Edimburgo com o marido, os três filhos e seu cachorro Nevil.
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Conheça também Desencontros à Beira-Mar de Jill Mansell e A Casa dos Novos Começos de Lucy Diamond (vai ter resenhas deles aqui no blog):
oi esse livro e para qual idade
ResponderExcluirOlá, eu recomendaria a partir de 13 anos de idade.
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