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[Resenha] Desencontros à Beira-Mar de Jill Mansell e Editora Arqueiro

Desencontros à Beira-Mar (Meet Me At Beachcomber Bay)
Coleção Romances de Hoje
Jill Mansell - Arqueiro
Tradução: Regiane Winarski
336 páginas - R$ 34,90 (impresso) e R$ 19,99 (ebook)
Comprar na Amazon - baixar trecho do livro

Sinopse:
"Às vezes o maior segredo é o amor.
Clemency se apaixona por um belo estranho que senta ao seu lado durante um voo e logo começa a fazer planos para um futuro a dois, mas acaba se decepcionando ao saber que ele é casado.
Sam, o homem encantador do avião, aparece três anos depois na cidade litorânea onde Clemency mora, só que não veio à sua procura: desta vez ele está envolvido com a irmã postiça dela.
Belle parece ter um namoro perfeito com Sam, mas na verdade algo não vai bem na relação deles.
Ronan, melhor amigo de Clemency, aceita embarcar em um plano maluco e fingir um relacionamento amoroso com ela para provocar ciúmes. Pela primeira vez, o jovem sedutor não sabe o que fazer para conquistar a mulher que realmente ama.
E assim os desentendimentos e a confusão começam.
Enquanto o sol esquenta a areia e o mar turquesa cintila, uma verdade fica clara: segredos enterrados sempre acabam vindo à tona."

Resenha:
Editora Arqueiro inaugurou mês passado a Coleção Romances de Hoje. A promessa é publicar romances contemporâneos com protagonistas mulheres que lidam com problemas cotidianos e buscam conquistar seu espaço, conciliando múltiplas funções e responsabilidades para alcançarem a felicidade e o sucesso. Os três primeiros títulos: Desencontros à Beira-Mar de Jill Mansell, A Casa dos Novos Começos de Lucy Diamond e A Pequena Livraria dos Sonhos de Jenny Colgan apresentam tramas leves cheias de humor, empoderamento e inspiração, voltadas aos fãs de romances contemporâneos, chick-lits e comédias românticas.
Costumo preferir filmes a livros neste estilo, mas fui conquistada pelas amostras disponibilizadas no site da Arqueiro e fiquei curiosa. O primeiro lido foi A Pequena Livraria dos Sonhos e entrou para minha lista de livros fofos favoritos. Ele foi resenhado aqui e eu realmente o adorei em todos os sentidos.
Há anos atrás eu li duas obras da autora (Dizem Por Aí... e Uma Proposta Irrecusável) e gostei de ambas. Então iniciei a leitura de Desencontros à Beira-Mar, originalmente publicado em 2017, certa de que amaria o livro. Foi uma leitura mediana e despretensiosa, mas bem agradável e relaxante, do tipo "sessão da tarde", mas não foi uma experiência especial, porque, embora tenha curtido muitas coisas, outras não funcionaram para mim.


O relacionamento entre a protagonista Clemency e a co-protagonista Belle me incomodou muito. O pai de Belle e a mãe de Clemency se casaram quando elas eram adolescentes e as "irmãs postiças" (termo incessantemente repetido por elas, como se fizesse diferença serem irmãs consanguíneas ou não) nunca se deram bem, sempre implicando uma com a outra, atrapalhando relacionamentos amorosos e sabotando a vida uma da outra, em uma disputa muito infantil e sem sentido. Porque isso é tolerável na adolescência, mas quando se é um adulto de 30 anos de idade não tem nexo. Os pais delas não participam da trama, então achei desnecessário esse comportamento entre mulheres adultas. Se se odeiam tanto assim, por que continuam convivendo? Parecia, neste sentido, um livro juvenil.
A trama começa interessante, pois Clemency se apaixona por um homem encantador sentado ao lado dela no avião e sente reciprocidade dele, uma forte conexão. Porém ele é casado e a descarta. Três anos após, Belle pede para Clemency encontrar um apartamento para o namorado. Pois Clemency atua como corretora imobiliária na bela cidade litorânea onde reside, em St. Carys, Inglaterra. A questão principal é que o namorado de Belle é Sam, o homem por quem Clemency se apaixonou no avião. Em um acordo silencioso e mútuo, Sam e Clemency guardam segredo de Belle, sobre já se conhecerem.


O cenário é um dos pontos fortes e te faz viajar e imaginar: a cidadezinha litorânea com uma baía deslumbrante, restaurantes e comércio charmosos à beira-mar, vizinhança onde todos se conhecem (e fofocam). Local perfeito para quem quer recomeçar a vida como Sam, que logo descobrimos ter passado por momentos ruins. Então Clemency deseja saber se ele sentiu mesmo algo especial por ela e se o sentimento ainda existe. Mas a situação é muito complexa. O que será que ele sente por Belle? Roubar ou não o namorado da irmã? Clemency não é este tipo de pessoa, mas fica cada vez mais difícil aturar Belle exibindo o namorado perfeito que deveria ser o de Clemency. Neste ponto, como citei, o relacionamento entre elas é chato, pois se elas se detestam tanto (aparentemente) que esperava uma disputa mais feroz por Sam. O plano de Clemency é outro: namorar seu melhor amigo Ronan, pois além de lindo, Belle já foi apaixonada por ele. Ronan ajuda Clemency na farsa. Quem sabe assim Sam sente ciúmes?


O principal destaque são as várias subtramas que surgem ao redor de Clemancy, Belle e Sam. Adoro este estilo britânico de se explorar um enredo com várias vidas entrelaçadas, misturando também tristeza e humor, comédia e desgraça. São várias personagens secundárias que achei bem mais interessantes que o triângulo (ou quadrado) amoroso principal. São vizinhos, moradores da cidade, pessoas que convivem ou se encontram com as protagonistas. O próprio Ronan se destaca. Eu o achei muito mais interessante que Sam. Na verdade, não encontrei nenhuma característica interessante em Sam, ele é lindo e rico, mas não tem outro atrativo. Já Ronan, além da beleza, possui grande senso de humor e é inteligente e simples. Ao redor de Ronan também rola uma questão familiar curiosa. Temos mais personagens secundárias adoráveis: a professora de ginástica Verity, a carteira Kate e a pintora Marina. Esta última possui um arco próprio notável e cativante, eu a adorei.


É possível conhecer bem as personagens, pois a narrativa é em terceira pessoa sob vários pontos de vista. As personagens secundárias têm um excelente desenvolvimento, mesmo não estando no centro da trama e sendo personagens de apoio. Sério, simplesmente amei as histórias paralelas de Ronan e Marina e, em segundo lugar, as de Kate e Verity. Belle surpreende bastante e merecia maior profundidade acerca de sentimentos e mudanças, enquanto Clemency e Sam não me conquistaram.
A autora tenta colocar um pouco de representatividade na história com personagens não-caucasianos e LGBT, e acrescenta pitadas de assuntos sérios relacionados à adoção, família, doença, luto, descoberta da sexualidade e divórcio, mas é superficial. Porém acho que é proposital, pois se deve ao fato de ser um livro leve e divertido, com histórias de superação e finais felizes, e não um drama reflexivo.
É uma leitura rápida, simples, engraçada e descompromissada, para se distrair, relaxar e passar momentos agradáveis. Tem romance, comédia e muitas personagens carismáticas em várias subtramas que se interligam.
A Arqueiro está de parabéns pelo design lindíssimo da coleção, com capas vivas e convidativas. Esta possui detalhes em prata. A edição física mantém o padrão da Arqueiro com orelhas, papel amarelado e ótima revisão. A diagramação é graciosa e a tradução é da Regiane Winarski, uma das melhores profissionais do ramo.

 

O próximo livro de Jill Mansell deve ser lançado em setembro sob o título Onde Mora o Amor.




A autora:
Jill Mansell mora em Bristol, no Reino Unido, com sua família. Ela trabalhou por muitos anos em um hospital neurológico, mas nas últimas duas décadas tem se dedicado à escrita de romances em tempo integral. Já publicou mais de 30 livros e as vendas ao redor do mundo já somam dez milhões de exemplares.
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Conheça também A Pequena Livraria dos Sonhos de Jenny Colgan (resenhae A Casa dos Novos Começos de Lucy Diamond (vai ter resenha também):




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