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[Resenha] Apenas um Olhar de Harlan Coben e Editora Arqueiro

Apenas um Olhar (Just One Look)
Harlan Coben - Arqueiro
Tradução: Ricardo Quintana
352 páginas - R$ 44,90 (impresso) ou R$ 27,99 (ebook)
Comprar na Amazon - ler trecho do livro

Sinopse:
"Uma foto pode contar muitas mentiras...
Ao buscar um filme que mandou revelar, Grace encontra, no meio das fotos, uma que não pertence ao rolo. É uma imagem de cinco pessoas, tirada no mínimo vinte anos atrás. Quatro delas não lhe são familiares, mas a quinta é muito parecida com seu marido, Jack.
Ao ver a foto, Jack nega ser ele. Só que, mais tarde, ele foge sem nenhuma explicação, levando a fotografia.
Sem saber por que ele se foi, Grace luta para proteger os filhos da ausência do pai. Cada dia que passa traz mais dúvidas sobre si mesma, sobre seu casamento e sobre Jack, assim como a compreensão de que há outras pessoas procurando por ele e pela fotografia – inclusive um violento e silencioso assassino.
Quando entende que não pode contar com a polícia, e que seus vizinhos e amigos têm os próprios objetivos secretos, Grace precisa enfrentar as partes sombrias de seu passado para descobrir a verdade que pode trazer seu marido de volta."

Resenha:

Apenas um Olhar foi originalmente publicado em 2005 e chegou ao Brasil pela Editora Arqueiro em 2019 com tradução de Ricardo Quintana. A edição já acompanha a nova identidade visual da coleção Harlan Coben, um novo e moderno projeto gráfico em comemoração ao dez anos do autor pela Arqueiro, com novas capas. O exemplar físico possui orelhas, páginas amareladas e excelentes diagramação e revisão. Um exemplar foi cedido pela Editora Arqueiro para esta resenha sem spoilers.
Apenas um Olhar é uma ótima recomendação aos fãs de literatura policial, de tramas envolvendo crime e suspense, e que apreciam diálogos ágeis, personagens marcantes e também um pouco de sensibilidade. Porque Coben te arrebata não somente com enigmas e suspense, mas também te envolve com os sentimentos e motivações das personagens. Outro bom motivo para ler, é que é um volume independente, perfeito para quem não planeja iniciar uma nova série.
Acima de tudo, Apenas um Olhar entretém e mantém a atenção aos detalhes, porque são tramas que parecem nada ter em comum, mas que se unem de forma magistral. Não conseguia definir que ligação determinado acontecimento tinha com outra questão, o que tornou minha leitura empolgante. Eu pensava: "como que Coben vai relacionar estes fatos? Impossível!". Ou seja: fui mais que surpreendida.


A protagonista é uma mulher e, uma observação interessante, Grace Lawson não tem perfil para heroína de romance policial. Ela não é detetive, investigadora, policial, nada disso; é mãe de duas crianças e trabalha em casa como pintora. Além disso, não é nada atlética, pois manca, principalmente sob tensão física ou psicológica, porque há quinze anos sobreviveu a uma situação assustadora, que a deixou com sequelas. É casada com Jack, um pai e marido atencioso e amoroso que ela conheceu durante um intercâmbio na França.
Acostumada à rotina voltada aos filhos, a vida de Grace muda drasticamente após um ato corriqueiro. Relembrando que o livro foi publicado em 2005, ela vai até uma loja de revelação de fotografias buscar o mais recente rolo de fotos (apesar da existência de câmeras digitais em 2005, muita gente ainda preferia as analógicas), com imagens do último passeio da família e, ao observá-las, ela encontra uma que originalmente não pertence ao conjunto e não foi fotografada por ela ou pelo marido. Mais que isso: a fotografia parece mais antiga, de uns vinte anos atrás. É o retrato de um grupo de cinco jovens, mas uma das mulheres tem o rosto riscado com um X.
Deve ser um erro do funcionário da revelação, apesar da loja insistir que não. O problema realmente começa quando o marido de Grace simplesmente sai de casa no meio da noite sem nem ao menos avisá-la, logo após observar a imagem, levando a fotografia com ele.


Grace fica desesperada porque uma série bizarra de acontecimentos surge, colocando sua vida e as de seus filhos em risco. Passa a desconfiar de todos e a questionar o marido e o casamento. Por que ele sumiu assim? E qual a ligação de Jack com a foto?
Parece que mais pessoas estão atrás da fotografia e de Jack, mas sem o marido, Grace, mesmo se sentindo muito perdida entre tantas mentiras e indagações, precisa tomar atitudes, embora algumas pareçam arriscadas demais. Ela não pode contar com a polícia, desconfiando até mesmo da melhor amiga. Sozinha, acaba tendo que ousar e arriscar, aceitando a ajuda de desconhecidos e descobrindo muitos fatos inimagináveis. Segredos de Jack, segredos de si mesma. Ela precisa desenterrar o passado em busca de respostas, sem imaginar que vai precisar cavar muito, muito fundo.
Paralelamente, um assassino misterioso age na vizinhança, originando uma outra trama arrepiante. E foi então me questionei: como que todos estes acontecimentos vão se interligar? O passado de Grace, o passado de Jack, a fotografia, o assassino na vizinhança? Quebrei a cabeça e não consegui, portanto foi uma leitura incrível e muito proveitosa.
Outro destaque bem legal é que eu desconfiava de todos, realmente não sabia em quem a protagonista podia confiar. Cada vez mais a situação se tornava mais sinistra, mais estranha. Não tinha certeza quem poderia ser vilão. Todos ao redor, especialmente os que diziam querer ajudar, pareciam ter segredos ou segundas intenções.
E uma determinada personagem já havia participado de outro livro do autor, deixando claro que ambas as histórias, mesmo que não tenham outras ligações nem componham uma série, se passam no mesmo universo. Portanto, já conhecia aquela pessoa e já sabia o quanto ela era terrível, mas qualquer leitor percebe isso imediatamente, porque os métodos sanguinários e forma fria de agir são de dar medo.


Pausar a leitura para se voltar às demais atividades foi difícil, porque eu carregava os mistérios da trama comigo, que possui narrativa em terceira pessoa, pensando sobre os fatos e personagens e tentando ligar as coisas. Realmente Coben merece o apelido dado pelos fãs e crítica de Mestre das Noites em Claro. Ele realmente me fez pensar no enredo antes de deitar para dormir.
Resenhei outros livros dele aqui no blog (Confie em MimNão Conte a Ninguém e A Grande Ilusão) e acho que Apenas um Olhar é até agora o meu preferido. E se isso não é suficiente para que eu recomende o livro, acrescento mais esta informação: Coben é o único escritor que recebeu os três prêmios mais importantes da literatura policial americana: o Anthony, o Shamus e o Edgar Allan Poe, por livros da série de Myron Bolitar.
Algumas de suas obras ganharam adaptações, como Não Há Segunda Chance e Apenas um Olhar, adaptadas em minisséries, e Não Conte a Ninguém, transformada em filme homônimo. Coben também assinou um roteiro original para uma minissérie Netflix, Safe, estrelada por Michael C. Hall (de Dexter). A parceria será longa, pois a Netflix está adaptando catorze livros do autor! Não Fale com Estranhos (The Stranger) é o primeiro e já está disponível na plataforma de streaming.

O autor:
Vencedor de diversos prêmios, Harlan Coben é o único escritor a ter recebido a trinca de ases da literatura policial americana: o Anthony, o Shamus e o Edgar Allan Poe, todos por livros da série de Myron Bolitar.
Suas obras já foram traduzidas para 43 idiomas. Aclamado na França, Coben é conhecido como “o mestre das noites em claro”. Não Conte a Ninguém foi transformado no premiado filme homônimo estrelado por Kristin Scott Thomas e François Cluzet. Não Há Segunda Chance e Apenas um Olhar também foram adaptados para minisséries.
O autor nasceu em Newark, Nova Jersey. Depois de se formar em ciência política, trabalhou no setor de turismo. Mora com a esposa e os quatro filhos.
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