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Resenha: A Adorável Loja de Chocolates de Paris, de Jenny Colgan e Arqueiro

A Adorável Loja de Chocolates de Paris (The Loveliest Chocolate Shop in Paris)
Coleção Romances de Hoje
Jenny Colgan - Arqueiro
Tradução: Alessandra Esteche
320 páginas - comprar na Amazon



Sinopse:
"Sim, é verdade que Anna Trent é supervisora numa fábrica de chocolate. Mas isso não quer dizer que ela saiba fazer chocolate. Por isso, quando um acidente muda sua vida e Anna tem a chance de ir trabalhar numa tradicional loja em Paris, ela tem certeza de que vão descobrir que é uma fraude.
Afinal, existe uma diferença muito grande entre o chocolate industrial da sua cidade natal, no norte da Inglaterra, e as criações feitas à mão, com ingredientes da melhor procedência, pelo grande chocolatier Thierry Girard.
Mas com um pouco de sorte, muita paciência e a ajuda dos novos amigos, o exuberante Sami e o galanteador Frédéric, Anna vai descobrir mais sobre o verdadeiro chocolate – e sobre si mesma – do que jamais sonhou.
Cheio de lições de esperança, engraçado e irresistivelmente viciante, A adorável loja de chocolates de Paris é um romance delicioso que nos lembra que sempre vale a pena lutar pelas coisas mais doces da vida."

Resenha:
A Adorável Loja de Chocolates de Paris pertence à coleção Romances de Hoje, da Editora Arqueiro, e assim como os demais títulos, é um romance moderno, leve e divertido, com empoderamento, emoção e humor. Os livros são voltados aos fãs de romances contemporâneos e comédias românticas — todos únicos e independentes. O exemplar (este é uma cortesia da editora para resenha) mantém o design da coleção e diagramação charmosa e possui o formato tradicional da Arqueiro, com orelhas e papel amarelado. A tradução é de Alessandra Esteche.
Já li outros dois livros da escocesa Jenny ColganA Pequena Livraria dos Sonhos (resenha) e A Padaria dos Finais Felizes (resenha), e gostei tanto que tinha a certeza de que este seria mais uma ótima leitura. Não sei se o fato da autora sempre utilizar da mesma fórmula em todas as obras, ou se realmente não consegui me apegar ao livro do mesmo modo que aos anteriores, mas A Adorável Loja de Chocolates de Paris não me conquistou.
Vários autores têm suas "receitas de sucesso", como Harlan Coben, Dan Brown e Nicholas Sparks, e não há problema, desde que a trama tenha algo de instigante ou cativante. E gosto da fórmula de Jenny Colgan, tanto que adorei ter lido outros, mas desta vez não foi uma experiência marcante. No entanto, destaco que aqui ela tentou inovar um pouco de sua fórmula. Ela acrescentou uma trama paralela à da protagonista, uma história do passado que se interliga com o presente e os acontecimentos principais. Porém esta "pitada ao estilo Lucinda Riley" resulta rasa e frágil. Talvez o ideal fosse justamente uma inversão: o passado deveria ter sido o foco, enquanto o presente, apenas o complemento, mas é o contrário.


No presente, a narrativa é em primeira pessoa, por Anna; em alternância, trechos em terceira pessoa, com o passado de Claire. A viagem vai até 1972 para saber como foi parte da experiência de Claire em Paris, enquanto nos tempos atuais Anna está descobrindo a mesma cidade.
O livro começa divertido, com um humor bem ácido típico de chick-lits britânicos. Anna trabalha como supervisora em uma fábrica de chocolate, mas após um acidente no trabalho, ela precisa se recuperar no hospital. Lá, reencontra a antiga professora de francês, Claire, e elas iniciam uma amizade muito agradável de se acompanhar. Claire está doente, mas tive a impressão de que as conversas com Anna a motivaram psicologicamente, e eu pensei que este seria o foco, a amizade entre duas mulheres de gerações diferentes, com Paris como pano de fundo. 
Claire viveu em Paris quando jovem e consegue um emprego para Anna em uma fábrica de chocolates artesanais, e a estimula a tentar uma nova vida na França, mesmo com o francês mediano. Anna aceita e se esforça ao máximo para reaprender sobre chocolate, pois o método de fabricação francês é totalmente diferente do britânico. Na verdade, Anna desconfia não saber muita coisa, como se sua carreira quase fosse uma farsa. Em segredo, esconde as sequelas de seu acidente, e esta é uma batalha interior bem mais interessante que todo o restante, seja romance, emprego, chocolate ou Paris.


Ela aluga um quarto em um sobrado de Sami, personagem interessante porém estereotipado. Mesmo assim, ele rouba a cena. Já o núcleo da loja de chocolates não me atraiu e não me importei muito com suas aparições.
Paris é quase como uma personagem de tão intensa e presente. Não sei o quanto é realista ou fantasiosa, mas a construção da imagem da cidade foi um ótimo acréscimo à trama.
Tive problemas com a oscilação entre as narrativas, porque a do presente era engraçada, mesmo com alguns temas sérios. No entanto, a do passado parecia mais séria. Portanto, estas mudanças bruscas em um livro tão breve me atrapalhou na conexão geral com a história como um todo. Fora que desgostei de uma situação ou outra onde percebi gordofobia, mas pode ser apenas impressão minha.


Minha experiência de leitura foi conflitante. Em alguns momentos eu gostava, em outros apenas tentava gostar. O ponto principal do livro é a superação, de uma forma alto astral, e sempre sou grata por histórias assim; mulheres enfrentando obstáculos, aprendendo com a vida e mostrando que, embora difícil, são capazes de encontrar a felicidade. Isso é positivo e bem executado pela autora. Anna, a protagonista, tem uma jornada tragicômica mas empoderadora, enquanto sua coprotagonista, Claire, complementa com uma história melancólica e intensa. Ambas as personagens são interessantes e carismáticas, porém não me conectei com Anna como com Claire, por mais que desejasse um "final feliz" para as duas.


E são também duas histórias de amor simultâneas, mesmo que nenhuma seja o destaque. E o problema se repetiu aqui, não consegui me ligar aos romances, não me importei se os casais ficariam juntos. Eu torcia por outras coisas, como o sucesso de Anna como chocolatier, sua autoaceitação ou a melhora na saúde de Claire, que a amizade de ambas se intensificasse e elas se divertissem em Paris. Não pensei muito nos desfechos das questões amorosas, pois vi outras coisas interessantes acontecendo e não sobrou espaço para me conectar aos romances. Talvez a resposta seja o fato de não ter me interessado pelos pares românticos de Anna e Claire. Anna e seu par não tiveram química nem ligação sincera, enquanto Claire e o dela engataram uma situação que, ao menos para mim, foi desconfortável e um pouco constrangedora, como se a interação entre eles fosse uma obrigação, não interesse sincero.


Se planeja passar o tempo com uma leitura despretensiosa, agradável e divertida, e ainda não leu nenhum livro da autora, esta é uma boa dica, porém recomendo bem mais A Pequena Livraria dos Sonhos ou A Padaria dos Finais Felizes, embora A Adorável Loja de Chocolates de Paris não seja inferior aos anteriores — é apenas uma questão de gosto pessoal. Agora, caso já conheça o trabalho de Jenny Colgan e goste dele, pode ler este sem medo, porém ciente de que fora o acréscimo da subtrama auxiliar no passado, a autora se repete muito.
Quem adora histórias em Paris, especialmente românticas e engraçadas, e quer saber mais sobre como uma autêntica produção de chocolates artesanais e refinados funciona, vai adorar a leitura.
E no final do livro, receitas maravilhosas com chocolate.
O mais recente livro da autora publicado no Brasil pela Editora Arqueiro é Um Novo Capítulo para o Amor.




A autora:
Jenny Colgan nasceu em 1972, na Escócia, e é autora de comédias românticas, ficção científica e histórias infantis. Seus mais de 25 livros foram publicados em dezenas de países e já venderam mais de 3 milhões de exemplares. Jenny adora bolo, Doctor Who e livros muito, muito longos, quanto mais longos melhor. Mora em Edimburgo com o marido, os três filhos e seu cachorro Nevil.

Todos os livros da coleção Romances de Hoje da Editora Arqueiro:

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