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Resenha: X-Men: Equipe Vermelha - A Máquina do Ódio, de Tom Taylor e Panini Comics (Marvel Comics)

X-Men: Equipe Vermelha - A Máquina do Ódio (X-Men: Red - The Hate Machine)
X-Men: Equipe Vermelha - edição 1
Tom Taylor - Panini Comics (Marvel Comics)
Desenhos e arte-final: Mahmud Asrar e Pascal Alixe
Cores: Chris Sotomayor, Ive Svorcina e Rain Beredo - capas: Travis Charest - letras: Maurício Wallace
Tradução: Mario Luiz C. Barroso
156 páginas - R$ 24,90 - comprar e-book na Amazon ou exemplar impresso no Submarino


Sinopse:
"Renascida em um mundo bem diferente do que se lembrava, Jean Grey reúne aliados que incluem Noturno, Namor e a Novíssima Wolverine para combater um crescente movimento antimutante que ameaça acabar com o sonho de Xavier. Jean tem uma visão e um plano - mas primeiro, sua Equipe Vermelha precisa se infiltrar em um complexo ultrassecreto para salvar uma nova mutante misteriosa."

Resenha:
Jean Grey, a Garota Marvel dos X-Men originais, foi a principal hospedeira da Força Fênix, o que gerou momentos icônicos como a Saga da Fênix e a da Fênix Negra. Como Fênix, Jean participou do X-Factor e da Equipe Dourada dos X-Men, até chegar aos Novos X-Men de Grant Morrison. Em 2004/2005, Jean morreu definitivamente e seu retorno se tornou um dos mais aguardados por parte dos fãs dos X-Men que não perdiam a esperança. E demorou, ocorrendo somente em 2017/2018, na publicação A Ressurreição da Fênix: o Retorno de Jean Grey (resenha aqui). Sem mais clones ou versões alternativas, Jean Grey voltou verdadeiramente, e ela é uma das personagens mais importantes dos X-Men.


Minha opinião como leitora de longa data é que Jean, por mais que a mostrem como poderosa mutante ômega, tem seu potencial constantemente desperdiçado. Minha sensação sempre foi a de que os roteiristas estavam subestimando-a, fazendo com ela fosse manipulada por outras personagens ou nunca atingindo o máximo de seus poderes sem perder o controle. Por muitos anos, era reduzida à hospedeira da Fênix, companheira de Ciclope, ou amor platônico de Wolverine, como se a pessoa Jean não importasse tanto. Até seu poderio mutante permanecia em segundo plano. No momento da publicação do título periódico X-Men: Red, figuras importantes dentro dos X-Men estão mortas, como Ciclope, Wolverine e Professor X. Estes, provavelmente são os homens mais importantes para a personagem. Portanto, este é o momento de destacar Jean.


X-Men: Red foi publicado pela Marvel Comics de abril de 2018 a fevereiro de 2019. Foram onze edições mensais e uma especial anual, e no Brasil todo o material foi publicado pela Editora Panini Comics Brasil em dois encadernados, um em abril de 2019 e o outro em novembro do mesmo ano. A primeira parte é intitulada X-Men: Equipe Vermelha - A Máquina do Ódio, possui 156 páginas e contém as histórias originalmente publicadas em X-Men: Red 1 a 5 e X-Men: Red Annual 1. A continuação é X-Men: Equipe Vermelha - Lutando pela Paz, com o restante da série (X-Men: Red 6 a 11). Todas as HQs foram escritas por Tom Taylor e todas as capas foram feitas por Travis Charest e são tão lindas que poderiam ser lançadas como cards colecionáveis. Duas possuem a equipe completa e as demais, membro solos estampam as imagens.


Jean lida primeiramente com seus próprios fantasmas e precisa se reconectar ao mundo que continuou existindo sem ela. Resolvendo algumas pendências psicológicas e afetivas, visita túmulos, reencontra pessoas queridas e ligadas a quem amou. E uma família a ser conhecida. Porém, sequer imagina que uma das maiores sombras do passado também retornou: uma pessoa perigosa para os X-Men, para Jean e para todos, humanos e, especialmente mutantes. Um ser que emana ódio puro. O antagonismo de Jean é um dos maiores acertos desta saga!
Este pontapé inicial é mostrado em X-Men: Red Annual, com arte de Pascal Alixe (que não curti, pois achei sem movimento e muito maçuda, especialmente em relação às personagens femininas) e cores de Chris Sotomayor. E embora esta edição tenha sido originalmente publicada no mesmo mês que X-Men: Red #4, recomendo que seja lida na ordem deste encadernado da Panini, ou seja, como primeira história da saga, porque cronologicamente ela ocorre antes da série X-Men: Red. A capa alternativa é de Arthur Adams e Sabine Rich e tanto ela como a original, estão presentes na edição da Panini.


Emocionada por ter sido homenageada no título do instituto para jovens mutantes, estarrecida pelos conflitos recentes e extremamente triste pelas perdas, ela não deseja que o sonho de Xavier morra. Mas não basta sonhar, o mundo mudou, portanto, é necessário agir, e concretamente. Jean tem uma grandiosa ideia e com o apoio de Noturno, começa a colocá-la em prática. Como já existem as equipes Azul e Dourada, Jean lidera uma nova: a Vermelha. Sua cor, mais também a cor do ódio, seu principal inimigo, que sempre foi o maior obstáculo dos X-Men. Ódio também é o que move o/a antagonista de Jean, assim como é o ódio o sentimento que mais rapidamente se propaga em nossa sociedade globalizada e permanentemente on-line. Portanto, a cor vermelha simbolicamente faz sentido de diversas maneiras. Jean sente o medoo e o ódio em escala mundial e quer mudar isso.
Na Equipe Vermelha temos Noturno, Wolverine (Laura), Trinária, Gentil, Honey Badger e, posteriormente, Tempestade e Gambit se juntam ao grupo. O "mascote" é também novo Sentinela X. Jean conta também com Namor, rei de Atlântida, como não apenas integrante extra da equipe, mas também no suporte de seu ousado projeto. Outra peça fundamental é outro super-herói e também soberano de uma nação, o Pantera Negra, rei de Wakanda. Jean inicia o projeto de criação de uma nação sem fronteiras para todos os mutantes do mundo.


Nas duas primeiras edições de X-Men: Red acompanhamos os primeiros passos de Jean e a interação de sua equipe inicial. Aqui ocorre um ato superlegal que fortalece Jean como personagem e heroína. Ela se reúne com vários dos principais pensadores, gênios e filósofos da atualidade, de diversas partes do mundo, incluindo ganhadores do Prêmio Nobel, e pede ajuda a eles em sua ideia. Achei incrível como agora ela é uma das maiores mentes do mundo, não apenas pela telepatia e telecinesia, mas também pelo conhecimento.


Enquanto faz alianças políticas e salva e orienta mutantes, Jean sofre um ataque inesperado, na verdade, uma emboscada, uma armação, que a faz culpada por um crime terrível e escandaloso. Foragida, recebe também o convite de uma mutante que diz ser capaz de limpar a imagem de Jean e, consequentemente, permitir que ela volte a ser ouvida. Mas para isso, a Equipe Vermelha precisa resgatar a misteriosa mutante em uma missão perigosa! Assim os X-Men ganham uma nova integrante e temos um teaser do retorno de alguém essencial para Jean.
Na terceira edição dois X-Men queridos entram na história, Gambit e Tempestade. Em seguida, mais conflitos e muitas descobertas.


O ódio aos mutantes chega a um ápice não visto há tempos. Questões pertinentes da nossa realidade se fundem à ficção dos quadrinhos, tratando de pessoas refugiadas e deslocadas. A quinta edição da série e última história deste encadernado possui cenas finais épicas, não apenas pela ação, mas como nas melhores histórias dos X-Men, pelo significado contra o preconceito e a intolerância. Pelo esforço dos X-Men em tentar fazer do mundo um lugar mais tolerante e empático. O final deste encadernado é na verdade uma pausa para o seguinte, embora funcione bem como leitura solo.
Não mais à sombra dos homens de sua vida, Jean Grey finalmente recebe o holofote que merecia há tempos. Líder respeitada e inspiradora, combatente corajosa, estrategista experiente, mutante ômega que não teme mais atingir o ápice de seus poderes e uma amiga empática e honesta, Jean recebe um tratamento perfeito do roteirista australiano Tom Taylor (Novíssima Wolverine, Homem de Ferro, Injustiça: Deuses entre Nós e Esquadrão Suicida). A arte do turco Mahmud Asrar (Dynamo 5, Wolverine e os X-Men, Fabulosos X-Men e Supergirl), com cores por Ive Svorcina e Rain Seredo, é ótima, dinâmica e agradável, com uniformes modernos e com proteção especial para a ameaça raivosa.


Repleta de reflexões e ligações com o mundo real, esta saga explora a discriminação e a xenofobia, e o descaso e olhar frio de pessoas e nações sobre inocentes. Recicla os X-Men em uma abordagem nova e moderna do principal conceito que rege as tramas dos mutantes no Universo Marvel.
Os X-Men juraram proteger um mundo que os teme e odeia. E esse sempre foi o lado mais heroico da franquia. A saga Deus Ama, o Homem Mata, foi uma das primeiras verdadeiramente impactantes a tocar com profundidade neste aspecto da mitologia dos X-Men. Em vários momentos isso foi o ponto central X. Junte à base de outra saga deles, E de Extinção e suas nanossentinelas inteligentes, e à propagação do ódio impulsionada por um inimigo que nasceu do ódio e representa o ódio, e pelas redes sociais, e veja o resultado em X-Men: Equipe Vermelha. Uma das melhore sagas dos X-Men dos últimos tempos, talvez até mesmo da sua década. Impossível não querer ler a continuação/desfecho.
Este exemplar possui capa cartão, formato americano 17 por 26 centímetros e miolo em papel couché. Acho que futuramente a Panini deve republicar os dois encadernados de X-Men: Equipe Vermelha em edição de luxo em capa dura.



(As capas originais foram todas disponibilizadas no encadernado:)







(As capas alternativas originais presentes no encadernado:)



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