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A Jornada, Erin E. Moulton, Novo Conceito

A Jornada (Flutter)
A história de quatro irmãs e uma viagem inacrediável (the history of four sisters and an incredible journey)
Erin E. Moulton - Editora Novo Conceito
Tradutora: Mariângela Vidal Sampaio Fernandes
200 páginas - Ano: 2011 (2010 nos Estados Unidos) - R$24,90

Sinopse:
"Grandes coisas estão prestes a acontecer na casa dos Maple. A mãe vai ter um bebê,o que significa que agora haverá quatro irmãs Rittle em vez de apenas três. Mas quando a bebê Lily nasce prematura e não pode vir do hospital para casa, Maple sabe vai até ela para salvar sua irmã.
Então, ela e Dawn, armada com um mapa e alguns restos do jantar, descem rio abaixo e atravessam uma montanha para encontrar a Mulher Sábia que pode conceder milagres.
Agora é não apenas a sobrevivência de Lily que elas têm que se preocupar, mas também a sua própria. Os perigos que Maple e Dawn encontram em sua jornada as fazem perceber uma ou duas coisas sobre milagres - e sobre elas mesmas."


Resenha:
A capa tem uma imagem tão linda e representa muito bem a história do livro e o projeto gráfico interno é maravilhoso! Páginas cheias de borboletinhas, uma diagramação impecável. Dá vontade de ficar admirando e tocando cada borboleta. Um dos livros mais bonitos que já segurei.

Eu li o livro de uma vez só, de tão intensa e viciante que é a jornada dessas meninas. Eu não classificaria este livro como infantil nem juvenil, apesar de achar que uma criança de 10 anos o adoraria. Eu vejo este livro como o tipo de leitura atemporal e para qualquer faixa etária, como uma aventura clássica. Uma comparação nesse sentido seria O Hobbit (outra jornada), por exemplo, crianças e adultos podem lê-lo e se maravilhar. E ainda descobrir muitos detalhes por detrás das frases. Não tem como escolher um determinado público alvo, todos podem ler essa obra de Erin E. Moulton.

A autora criou uma aventura que mistura fantasia, perigo, esperança, amizade e persistência. A narrativa é tão rica em detalhes que parece que a qualquer momento uma delicada borboleta monarca voará de suas páginas ou um coiote vai uivar aos seus pés... que a correnteza do rio respingará água em você ou que necessita mais que tudo ficar em silêncio para os caçadores não te encontrarem. As cenas são incrivelmente reais. A autora descreve a floresta, animais e situações de modo convincente. É o relato de alguém que pisou inúmeras vezes numa floresta, e não apenas a conheceu em documentários.

Mesmo assim, o leitor não deve esquecer que o livro tem um toque de fantasia subentendido, que está presente na fé das duas irmãs protagonistas. Não é o tipo de história em que você encontrará uma forma de como elas conseguiram fazer isso ou aquilo, em como elas são tão resistentes fisicamente. Não pense "ah, que absurdo, se fosse real essas duas meninas teriam se perdido e chorado..." A magia está aí! Percebam a representação das borboletas monarcas. Observem pequenos detalhes. A magia existe sim, está escondida nessas páginas!

Além do cenário convincente, você sofre uma série de emoções misturadas.
Uma curiosidade muito forte cresce exponencialmente no seu peito. Você precisa descobrir logo se a jornada será um sucesso. Não tem como fechar o livro antes disso.
Em alguns momentos você tem vontade de abraçar as irmãs e cuidar de cada ferimento sofrido por elas. De sussurrar "calma, meninas, tenham força e fé".
Você sofre cada tombo, cada arranhão, cada decepção. O desejo era poder ajudá-las, afinal, são apenas duas crianças, uma de 9 anos e a outra de 11. Elas estão arriscando suas vidas para tentar salvar a da irmã mais nova, a bebê prematura que precisa de um milagre para sobreviver - elas escutaram os adultos falando.

Em certas páginas eu estava torcendo tanto por elas que me sentia criança novamente. Que criança numa imaginou mergulhar numa aventura real? Dessas que você pega uma mochila, joga apenas o essencial lá dentro, como os restos do jantar, aquele chapéu especial, um mapa, uma bússola e uma lanterna. Parte rio acima numa canoa, no meio da floresta e tendo como companhia sua irmã e seu cachorro amigo. Muitas crianças vivem esse tipo de jornada todos os dias durante suas brincadeiras através de sua poderosa imaginação. Mas nesse livro, a coisa é séria. Tão séria que elas se machucam e correm risco de morte.

No começo as duas irmãs discutem e implicam constantemente, chegando a brigarem fisicamente, para valer. Nessa hora a vontade de gritar com elas para pararem logo passa quando elas se unem e cuidam uma da outra. Uma amizade linda entre as irmãs ressurge, estava escondida em algum lugar do coração delas. Elas percebem o que é realmente importante nessa vida: o amor. O amor entre elas, com os pais, com as duas irmãs mais novas, com a avó, com o cachorro Xereta, com a vida.

E esse amor inabalável sustenta e impulsiona duas frágeis crianças para a busca pela cura da irmãzinha. É tão forte que faz emanar uma força de vontade maior que o perigo e a dor. Se apenas um milagre salvará a bebê, então elas vão atrás desse milagre. Vão encontrar a Mulher Sábia da Montanha e vão coletar com ela a água curativa e mágica.

Um livro que nos relembra que ser criança, fantasiar, ter fé e força de vontade faz bem para a alma; que nos recorda o quanto o amor e a esperança podem salvar um coração; que a família e a união é a base de qualquer pessoa. Uma história linda, uma lição de força e persistência que duas garotinhas ensinam ao leitor.

As últimas linhas do livro são tão bonitas, tão agradáveis... leia e aposto que concordará comigo, pelo menos sobre o final do livro, que é encantador. Me deu vontade de correr e abraçar a minha irmã, que mora em outra cidade.

E o cão Xereta é uma gracinha. Minha reclamação: queria mais dele no livro.


Trechos:
"– Tudo vai dar certo – digo. Fico repetindo isso para mim mesma, para Dawn e para a minha irmãzinha no hospital."
"Xereta se enrosca aos nossos pés. Eu ajeito meu pé debaixo de sua barriga. Então eu a a Dawn nos abraçamos como se só tivéssemos uma à outra nesse mundo."
"Começo a pensar se a gente podia mesmo acender uma fogueira e descansar, mas então minha cabeça começa a pensar em ossos. Nos animais que estão uivando na mata e que estão atrás dos nossos ossos."
"Percebo que a Dawn está tremendo, e tenho certeza de que ela pode sentir que eu estou tremendo também. Daí, a gente se apóia uma na outra e caminha abraçada."
"Estou olhando as folhas voando umas sobre as outras em volta do jardim quando, do nada, surgem quatro monarcas voando sobre o gramado. Elas já deviam ter partido, por isso sei que algo está fora do comum. Quase acredito que umas poucas voltaram para buscar aquela que ficou para trás." 


Booktrailer:






Este livro está sendo sorteado aqui no blogue, num kit fofo cedido pela Editora Novo Conceito. Quer tentar a sorte? Então participe!


A autora:
Erin E. Moulton cresceu nas montanhas em Vermont e era a segunda irmã em quatro, como Maple T. Rittle. Ela amava ler e brincar com seus amigos imaginários, o que a influenciou a trabalhar em bibliotecas, escolas e teatros. Quando não está trabalhando e escrevendo, ela está planejando eventos para a Associação de Escritores Kinship.
Erin é formada na Faculdade de Belas Artes de Vermont e agora mora em New Hampshire com seu marido, onde escreve, lê, toma chá e sonha.

4 comentários

  1. Todos parecem se encantar pelo livro. Daria um bom filme essa aventura vivida pelas irmãs. Parabéns pela resenha, muito bem escrita e rica em informações e sentimentos, sem entregra nada da história.

    Paulo Cezar
    Blog Fun's Hunter
    @funshunter
    funshunter@gmail.com

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  2. Obrigada Paulo Cezar! Realmente tento não contar nada do enredo que a sinopse já não conte.

    Procuro perceber o que o autor(a) tentou passar ao escrever o livro, que pontos positivos e negativos encontrei e o que senti.

    Beijo.

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  3. Tô louca pra ler esse livro, meu marido já leu e foi só elogios.
    Que linda que ficou a resenha. Parece ser uma história para todas as idades.

    Beijos
    Leitora Incomum

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  4. Fer, que legal que seu marido leu! Eu adoro esse tipo de história, que serve para qualquer idade, e que a magia está escondida, como se não existisse. Beijos.

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