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[#SumaLendoIt] Entrevista com a tradutora Regiane Winarski

A carioca Regiane Winarski é tradutora autônoma de Inglês-Português desde 2008 e trabalha para editoras como Suma, Arqueiro, Planeta Brasil, DarkSide Books, Bertrand Brasil, Galera Record, Rocco e Intrínseca. Dentre vários autores que ela traduziu, destacam-se Rick Riordan, Jenny Han, Maya Angelou, Becky Albertalli, Caitlin Doughty e George R. R. Martin. Regiane também traduz livros do mestre do terror Stephen King!

Aproveitando a leitura coletiva proposta pela Editora Suma de It: a Coisa, a #SumaLendoIt, enviei algumas perguntas sobre It, King e carreira para a Regiane Winarski e ela foi muito gentil em respondê-las.


Ela não planejou ser sua tradutora. Na verdade, Regiane queria ser engenheira química, mas devido ao amor pelos livros, estudou produção editorial na ECO-UFRJ e, por amar também Inglês e ter estudado o idioma por uma década, deixou a vida de professora e se arriscou a estudar e trabalhar com a tradução. Ela começou com legendas para a TV a cabo e romances de banca.
Em 2013, Regiane, fã que sonhava em traduzir Stephen King, abraçou a oportunidade e o desafio de fazer a nova tradução de It: a Coisa, para a Editora Suma. O trabalhou levou 9 meses e Regiane não parou mais com traduções de livros.

Portanto, sucessos de King como A Incendiária, A Hora do Lobisomem, Outsider, Joyland, trilogia Bill Hodges, A Metade Sombria, Belas Adormecidas, A Pequena Caixa de Gwendy, O Bazar dos Sonhos Ruins e It: a Coisa, chegaram ao público brasileiro com a ótima tradução de Regiane. E em setembro chega às livrarias a novíssima obra de King: O Instituto, também traduzida por ela! Está em pré-venda aqui, com pôster de brinde.

O Instituto (pôster + livro), novidade do Stephen King pela Suma, obra traduzida pela Regiane Winarski.


Confira a entrevista:

Durante a tradução de It: a Coisa, qual foi a maior dificuldade ou complicação para você?
A maior dificuldade foi o tamanho do livro. É muito difícil manter a motivação e o mesmo ritmo de trabalho pra traduzir um livro tão grande. Eu precisei fazer pausas e reduzir o ritmo em alguns momentos pra poder retomar um pouco depois. Tive também uma viagem de férias bem no meio, que foi fundamental pra me dar gás pra continuar a tradução.



E qual foi a coisa mais fácil ou agradável do trabalho?
Ah, trabalhar com um original tão bom, texto agradável e personagens incríveis, sem dúvida. Estar com o Clube dos Otários sempre me dava ânimo.

O Clube dos Otários na adaptação de 1990 e na de 2017.

Com qual personagem você mais se apegou ou se identificou?
Essa pergunta é muito difícil, haha. Mas acho que meu favorito é o Richie. Eu sempre gosto dos bobos e palhaços, acho que me identifico um pouco porque adoro fazer meus amigos rirem. Não tem som mais gostoso do que uma boa gargalhada espontânea. O Richie é aquele garoto bobo que todo grupo de amigos tem, o que irrita a gente, mas sempre faz a gente rir no final.

As "versões infantis" de Richie Tozier foram interpretadas por Seth Green (1990) e Finn Wolfhard (2017).

Qual foi a aparição mais impactante da Coisa no livro para você?
Acho que foi no porão da casa na rua Neibolt, quando aparece como lobisomem aos olhos do Richie. Aquele lobisomem me atormentou por muito tempo.

Se a Coisa aparecesse para você, como acha que seria?
Acho que seria um boleto, hahahaha.

Qual é seu livro preferido do King? E de qual adaptação de obra dele você mais gostou, seja série ou filme?
Eu gosto de muitos livros do King, mas também sou muito fã da série Torre Negra. Acompanhei a partir do 3º livro junto ao lançamento nos EUA. Tinha uma amiga que trabalhava em companhia aérea, e ela trazia pra mim dos Estados Unidos assim que lançava - lembre que era uma época em que não havia ebooks e não era fácil conseguir lançamentos estrangeiros aqui. Foi uma jornada maravilhosa.


Coleção com os livros da série A Torre Negra.

Quanto à adaptação, eu gostei muito de Conta Comigo (adaptação do conto O Corpo, do livro Quatro Estações), de Um Sonho de Liberdade (adaptação do conto Rita Hayworth e a redenção de Shawshank, do mesmo livro) e de À Espera de um Milagre (que, como livro, foi lançado primeiro como O Corredor da Morte, em seis volumes). Gosto de outros, mas esses três são meus favoritos.





Como é ler um livro do King antes do público?
Nossa, é incrível! Na primeira vez que isso aconteceu, fiquei olhando e pensando no quanto era maravilhoso ter uma oportunidade dessas. Eu gosto também de ver a reação das pessoas nas redes sociais. Por exemplo, há muita especulação agora sobre o que é o Instituto, do livro de mesmo nome que vai ser lançado em setembro. É parecido com a Oficina, de A Incendiária? As crianças são meio que tipo X-Men? Vejo as pessoas especulando e acho o máximo, porque eu sei! Hahaha. (Mas logo vocês vão saber também e vai ser ótimo ouvir as opiniões.)



Recentemente você participou da mostra Stephen King: o Medo é seu Melhor Companheiro no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro, no debate A Literatura de Terror no Cinema. Juntamente ao autor de suspense Raphael Montes e os curadores da mostra, como foi participar de um evento específico sobre o Stephen King?
Uma honra! Quando eu imaginaria que um dia seria chamada pra falar sobre meu trabalho com o King? Foi ótimo poder debater com pessoas que tinham tanto a contribuir. Seria muito legal se tivéssemos mais eventos desse tipo, não só sobre o King, mas sobre diversos temas envolvendo literatura.




De onde surgiu a ideia de criar sua newsletter Atrás da Folha de Rosto?
Uma vez, eu postei no Twitter uma curiosidade sobre a tradução do It - A Coisa, e a repercussão foi incrível. As pessoas realmente queriam saber mais, perguntaram, se interessaram tanto que pensei que tinha que aproveitar pra fazer alguma coisa. Eu recebo também muitas perguntas pelo próprio Twitter e também pelo Facebook e pelo Instagram. Por isso, achei que falar de tradução seria bacana pra muita gente. Mas quem deu a ideia de ser em forma de newsletter foi a Jana Bianchi, escritora nacional e tradutora e uma querida. E deu certo!

Quais conselhos você dá para quem deseja trabalhar com tradução de livros?
Meu principal conselho é que leiam e estudem. Quem quer traduzir precisa escrever muito bem, e o melhor caminho pra escrever bem é lendo muito, tanto de autores nacionais quanto de autores estrangeiros, e estes tanto no original quanto traduzidos. Ler jornais, revistas, todos os tipos de material também é ótimo. Além disso, é importante conhecer sobre tradução, por isso tem que estudar. Saber e gostar de pesquisar, ter paciência e disciplina (porque a gente trabalha em casa e precisa controlar a produtividade diária) e determinação. A tradução é um ofício que se apura com a prática; quem é dedicado e estudioso melhora com o tempo. Por isso, praticar é essencial, ainda que seja em grupos de colegas estudantes ou mesmo sozinho.

Gostou do trabalho da Regiane? Siga a tradutora nas redes sociais Twitter e Instagram e para acompanhar curiosidades, novidades e informações sobre a carreira de tradutora, assine a newsletter Atrás da Folha de Rosto. Clique em "Subscribe" neste link.

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Obrigada, Regiane, adorei suas respostas!

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