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Resenha: Surpreendentes X-Men: A Vida de X, de Charles Soule e Panini Comics (Marvel Comics)

Surpreendentes X-Men: A Vida de X (Astonishing X-Men: Life of X)
Surpreendentes X-Men - edição 1
Charles Soule - Panini Comics (Marvel Comics)
Desenhos e capas: Jim Cheung, Mike Deodato Jr, Ed McGuinness, Carlos Pacheco, Ramon Rosanas e Mike Del Mundo
Arte-final: Mark Morales, Guillermo Ortego, Walden Wong, Mike Deodato Jr., Rafael Fonteriz, Ramon Rosanas e Mike Del Mundo
Cores: Richard Isanove, Rain Beredo, Frank Martin, Jason Keith, Nolan Woodard, Mike Del Mundo e Marco D'Alfonso - letras: Rovalde Bancheri
Tradução: Fernando Barone - adaptação: Bernardo Santana
144 páginas - R$ 22,90 (impresso - fora de catálogo) ou R$ 9,54 (digital) - comprar e-book na Amazon



Sinopse:
"Um mal ancestral está atacando as mentes mais poderosas do mundo e vai conquistá-las no tempo que leva para você ler esta frase. E, no momento seguinte, dominará todos nós. Um bando de X-Men descobre a verdade por trás da ameaça, mas será que ainda há tempo para que Psylocke, Velho Logan, Bishop, Arcanjo, Fantomex, Vampira e Gambit impeçam o fim do mundo? Nasce um novo épico da história dos X-Men, numa luta decisiva no plano astral contra o Rei das Sombras!"

Resenha:
Depois de Inumanos Versus X-Men, estes chegaram ao quase extermínio da espécie mutante. Mas não foi apenas na ficção que os X-Men estavam sofrendo. Sua importância e prestígio na Marvel haviam diminuído, porque o foco estava nos Vingadores e demais heróis pertencentes ao Marvel Studios, pois os X-Men pertenciam à Fox nos cinemas. ResurrXion serviu para frear ou voltar atrás em algumas questões editoriais, como preparar o retorno de membros que morreram e suavizar um pouco a dinâmica X. (Os direitos cinematográficos dos X-Men foram para a Marvel apenas em 2019, quando a Disney adquiriu a Fox).


Os X-Men são divididos em várias equipes novamente, com mais espaço para as personagens. Extraordinários X-Men (Extraordinary X-Men) vol. 1, Novíssimos X-Men (All-New X-Men) vol. 2, Fabulosos X-Men (Uncanny X-Men) vol. 3 e Fabulosos Inumanos (Uncanny Inhumans) chegam ao fim e, portanto, novos títulos são iniciados: X-Men: Equipe Azul (X-Men: Blue) vol. 1 e X-Men: Equipe Dourada (X-Men: Gold) vol. 2, Surpreendentes X-Men (Astonishing X-Men) vol. 4 e, um pouco depois, X-Men: Equipe Vermelha (X-Men: Red) vol. 1 (resenha de A Máquina do Ódio e Lutando pela Paz). (E ainda: Cable vol. 3, Geração X vol. 2, Homem de Gelo vol. 3, Jean Grey vol. 1, Arma X vol. 3, O Velho Logan Vol. 2 e Novíssima Wolverine vol. 1). Nesta "ressurreição", Surpreendentes, parte da Azul e a Vermelha foram lançados fora do título mensal da Panini Comics, ganhando edições encadernadas com capa cartão e papel couché.



Com os holofotes voltados às equipes Dourada e Azul (pois remetia à saudosa época dos anos 1990 pelo menos nos títulos), Surpreendentes pode não ter recebido a devida atenção, mas o roteirista Charles Soule realizou um ótimo trabalho escrevendo os dois primeiros arcos. O terceiro e último foi escrito por Matthew Rosenberg.
Originalmente publicada nos Estados Unidos de setembro de 2017 a janeiro de 2019, a série periódica Surpreendentes X-Men teve um total de 17 edições. Este encadernado foi publicado pela Panini em dezembro de 2018 e traz o primeiro arco do título: A Vida de X (Life of X). São as 6 primeiras histórias do título.


Os X-Men voltam a ser surpreendentes, mas de um jeito diferente da época de Joss Whedon, que deu um ar clássico ao grupo. Soule monta uma equipe muito eclética, moderna e um pouco inusitada, formada por: Psylocke, Velho Logan, Anjo, Bishop, Vampira, Gambit, Fantomex e Mística. Lembra mais uma X-Force! Até o modo como eles se encontram e se unem é carregado de ação e rapidez. A história já começa cheia de urgência, sem tempo para apresentações e introduções. Essa agilidade se desdobra para os acontecimentos e interações entre as personagens, sem tempo para enrolação da narrativa. Por isso, quem gosta de ação certamente aprecia esta rodada de Surpreendentes de Charles Soule, que além de roteirista de HQs (Demolidor, Mulher-Hulk, Star Wars, Wolverine), é advogado, músico e escritor (seu novo livro é Star Wars: Luz dos Jedi, da fase Alta República).


Assim como o grupo de X-Men é variado, a equipe no desenho também. Soule se uniu a seis artistas diferentes em A Vida de X, um para cada edição: o britânico Jim Cheung (Vingadores, Jovens Vingadores), o brasileiro Mike Deodato Jr. (Vingadores, Elektra), o estadunidense Ed McGuinness (Superman, Vingadores), os espanhóis Carlos Pacheco (Quarteto Fantástico, X-Men) e Ramon Rosanas (Star Wars, Novíssima Wolverine) e o filipino Mike Del Mundo (Elektra, Vingadores), nesta ordem. Meus preferidos certamente são Cheung e Deodato, mas todos são bons ou ótimos.


A pluralidade na arte combina bastante com o arco, pois além de numerosa, a ação se concentra boa parte no Plano Astral, necessitando de dinamismo e criatividade. Mudanças visuais são muito bem-vindas, pois conforme as ameaças crescem, as ilusões mudam e os X-Men se adaptam, tendo intimidades expostas e exploradas, traços e representações variados incrementam a experiência da leitura.


Amahl Farouk, um antigo inimigo dos X-Men, hospedeiro da entidade Rei das Sombras, já deu muito trabalho, incluindo para esforços unidos no passado, como entre X-Men, X-Factor e S.H.I.E.L.D.. Agora ele volta a atacar, investindo contra vários telepatas. Alcança e domina a x-man Psylocke, controlando-a para arremeter contra Londres. Embora seja uma das mentes mais poderosas do planeta, ela resiste parcialmente ao ataque, mas não por completo, provavelmente porque já teve contato intenso anterior com o Rei das Sombras, ou seja, este conhece sua mente. Pelo menos emite um pedido de ajuda aos X-Men mais próximos e encontra Gambit e Fantomex, Vampira e Velho Logan, Bishop, Anjo e Fera (que se revela imediatamente ser Mística). A situação começa a fugir do controle e o caos atinge a cidade, colocando pessoas comuns em risco e atraindo a atenção das autoridades. Em uma manobra muito ousada e inteligente, Psylocke é salva e logo revela um perigo maior e iminente.


O emergencial grupo concorda em trabalhar junto à Psylocke e enfrentar Farouk. Para isso, ela projetará os X-Men no Plano Astral. Então Vampira, Gambit, Mística, Fantomex e Velho Logan assumem o risco para batalharem no diretamente com o vilão, enquanto Anjo e Bishop protegem Psylocke no mundo físico. Pois é, a situação perdeu o controle. Fora que há o perigo do Rei das Sombras possuir qualquer um dos X-Men e atacar Psylocke e tudo ao redor.


O que eles não imaginam é que o Rei das Sombras trava outra batalha maior e os X-Men são apenas peças no jogo entre um dos maiores vilões de todos os tempos e seu oponente que tem poder à altura para enfrentá-lo. É uma personagem muito conhecida do público e neste momento aparenta tanta escuridão quanto Farouk. Os heróis ficam no meio do tabuleiro, entre ilusões e sombras das profundezas de suas mentes, tentando resistir à possessão. Sem spoilers, mas o segredo sobre o adversário de Farouk dura muito pouco. A questão é o que vai acontecer na disputa. A maior reviravolta chega no final mesmo e surpreende, mostrando que a reformulação dos X-Men promete consertar alguns episódios recentes, já que nada é definitivo na Marvel.


Gostei muito desta edição, uma boa trama de ação, principalmente porque adoro batalhas e conflitos no Plano Astral. Não curto muito a Mística como x-man, mas amo Vampira, Gambit, Psylocke (que não foi tão bem aproveitada neste arco), Velho Logan e Anjo (não entendi porque ele tem dificuldades em  manter seu alter ego sob controle, achei que estava resolvido). Também gosto de Fantomex e Bishop. É um time bem intenso, respeitável e temível!
O vilão é um dos mais assustadores dos X-Men, na minha opinião. O fato dele possuir mentes e corpos, se apossar das pessoas de forma muito invasiva e intimidadora sempre mexeu comigo. Imagina se fosse real, perder sua essência para uma entidade sombria, como um abuso mental? Quando comecei a comprar HQs dos X-Men nas bancas, na época do formatinho da Abril, o terreno estava sendo preparado para a Saga da Ilha Muir e o Rei das Sombras me "assustou", por possuir várias personagens, como Colossus, Moira e Vampira, embora já o tivesse visto na série animada clássica. Mas certamente o prêmio de ato mais sinistro dele foi ter possuído a Karma, dos Novos Mutantes. É um vilão muito perigoso, que pode detonar uma mente ou espírito.


Na época de lançamento de Surpreendentes X-Men 1: A Vida de X, não pude comprar a HQ, adquirindo somente os dois volumes seguintes. Procurei um exemplar impresso por um bom tempo. Foi muito difícil, pois ignorava preços absurdos, mas consegui (por marketplace na Amazon, visto que este número se encontra fora de catálogo).
O arco é completo, mas é melhor ler o volume 2 também, pois o próximo o segue diretamente, ainda mais com uma cena final tão impactante. Até ser lido por leitores iniciantes, mas é uma leitura que recomendo mais para quem já conhece alguma coisa dos X-Men nas HQs.
Os outros dois volumes de Surpreendentes X-Men são: Um Homem Chamado X (edições de 07 a 12) (também escrito por Soule) e Até que Nossos Corações Parem (13-17, por Matthew Rosenberg), o último (a Panini publicou tudo desta série, está completa).

Depois de toda esta fase envolvendo Surpreendentes e as equipes coloridas, deve-se seguir para Fabulosos X-Men vol. 5 e A Era do X-Man, e, depois, a fase atual presente no título quinzenal.

Capas originais:








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